Confira a crítica do filme "Morrison", drama de 2023 franco-tailandês disponível para assistir na Netflix

‘Morrison’: quando a atenção e a paciência são recompensadas

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O diretor tailandês Phuttiphong Aroonpheng, conhecido por explorar temas profundos e complexos, entrega mais uma obra envolvente com “Morrison”. Sua capacidade em criar atmosferas oníricas e surreais é novamente evidente neste filme, que aborda as memórias, traumas e a busca por identidade em um cenário decadente e misterioso.

Assim como em seus trabalhos anteriores, Aroonpheng utiliza uma narrativa lenta e contemplativa, aliada a uma fotografia rica em simbolismos, para guiar o espectador por um labirinto de emoções.

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Sinopse do filme Morrison (2023)

“Morrison” segue a jornada de Jimmy (Hugo Chula Chakrabongse), um ex-popstar que se torna engenheiro e retorna à sua terra natal para supervisionar a renovação do antigo Hotel Paraíso, o local onde seus pais, uma cantora tailandesa e um soldado americano, se conheceram.

Agora em ruínas, o hotel, com suas longas e escuras passagens, parece abrigar fantasmas de um passado distante. Conforme Jimmy explora o hotel, memórias e figuras espectrais surgem, misturando-se à sua própria busca por respostas sobre sua identidade e legado familiar.

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Crítica de Morrison, da Netflix

“Morrison” é, sem dúvida, um filme visualmente deslumbrante. A fotografia, assinada por Nawarophaat Rungphiboonsophit, destaca-se pela forma como utiliza luzes etéreas e sombras para criar uma sensação de estranhamento e mistério. Os cenários, especialmente as cenas no bar do hotel, hipnotizam com a iluminação suave e o brilho de globos de discoteca, evocando uma atmosfera que combina nostalgia e desespero.

O filme transita entre o real e o surreal de maneira sutil, remetendo à estética de diretores como David Lynch. A presença de figuras fantasmas, o hotel em decadência e a justaposição entre o sórdido e o poético fazem de “Morrison” uma experiência imersiva. As referências ao icônico “O Iluminado”, de Kubrick, e a presença de elementos relacionados à guerra do Vietnã aprofundam a narrativa, desafiando o espectador a interpretar suas mensagens escondidas.

No entanto, a abordagem lenta e contemplativa do diretor pode afastar aqueles que buscam um ritmo mais dinâmico. A cena quase final, em que a tela permanece preta por um minuto, ilustra essa tentativa de manter o público em estado de reflexão, embora possa gerar confusão para alguns. Essa escolha estilística, assim como o foco no abstrato, dá ao filme um tom introspectivo que, em certos momentos, pode parecer estagnado.

As atuações, embora contidas, ajudam a criar o tom etéreo e desorientador do filme. A personagem interpretada por Kitty Chicha Amatayakul, com sua aura melancólica e trajes vibrantes, é um destaque, principalmente nas cenas em que ela reflete sobre sua desconexão com seu próprio corpo e suas memórias. A performance silenciosa e distante do elenco contribui para a atmosfera sobrenatural que permeia todo o filme.

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Conclusão

“Morrison” é um filme que exige paciência e atenção aos detalhes. A jornada de Jimmy pelo hotel decadente é um mergulho profundo nas sombras do passado e na busca pela identidade em um mundo que parece preso entre o real e o fantasmagórico.

Phuttiphong Aroonpheng, com sua direção inteligente, convida o público a refletir sobre os temas de trauma e memória, entregando uma obra de arte visual e emocionalmente impactante. Embora seu ritmo contemplativo possa não agradar a todos, aqueles que se dispuserem a embarcar nessa jornada encontrarão uma experiência rica em simbolismos e camadas.

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Onde assistir ao filme Morrison?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Morrison (2023)

YouTube player

Elenco de Morrison, da Netflix

  • Chulachak Chakrabongse
  • Kitty Chicha Amatayakul
  • Joe Cummings
  • Wanlop Rungkumjad
  • Sahatchai Chumrum
  • Phunthida Phairuangkij
  • Irin Sriklao
  • Gareth Payne

Ficha técnica do filme Morrison?

  • Título original: Morrison
  • Direção: Phuttiphong Aroonpheng
  • Roteiro: Phuttiphong Aroonpheng
  • Gênero: drama
  • País: Tailândia, França
  • Duração: 106 minutos
  • Classificação: 12 anos
Escrito por
Giselle Costa Rosa

Navegando nas águas do marketing digital, na gestão de mídias pagas e de conteúdo. Já escrevi críticas de filmes, séries, shows, peças de teatro para o sites Blah Cultural e Ultraverso. Agora, estou aqui em um novo projeto no site Flixlândia.

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