‘Nas Terras Perdidas’ é uma bagunça milionária que envergonha o nome de George R. R. Martin
Cadu Costa 
Foto: Diamond Films / Divulgação
Poucos filmes nos últimos anos conseguiram reunir tantos elementos promissores e, ainda assim, entregar um resultado tão lamentável quanto “Nas Terras Perdidas”, nova tentativa de Paul W. S. Anderson de fazer algo que preste fora do universo de “Resident Evil”.
Baseado em um conto do lendário George R. R. Martin, o longa poderia ter sido uma experiência épica de fantasia e ficção científica. Em vez disso, se tornou um desperdício de tempo, dinheiro e talento, além de um insulto ao material original.
Com um orçamento de US$ 55 milhões, era de se esperar algo, no mínimo, visualmente interessante. Mas o que o público recebe é um desfile de telas verdes mal utilizadas, efeitos genéricos e uma fotografia que mais parece feita para um game de 2011. É o tipo de filme que faz você se perguntar onde, exatamente, o dinheiro foi parar — e eu realmente me perguntei isso, antes de dormir no meio da sessão de imprensa.
Sinopse do filme Nas Terras Perdidas
Na trama, quando a rainha (Amara Okereke) procura Gray Alys (Milla Jovovich) pedindo pelo poder de se transformar em um lobisomem, a feiticeira sabe que não terá outra alternativa a não ser ir até as perigosas Terras Perdidas para realizá-lo.
Porém, ciente de que não é sensato partir nessa missão sozinha, a protagonista recruta o experiente caçador Boyce (Dave Bautista) para ajudá-la a enfrentar adversários mortais. Assim, juntos, eles saem em uma corrida contra o tempo tão intensa que, entre uma pancadaria e outra, estes dois aliados improváveis vão forjar um laço inabalável.
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Crítica de Nas Terras Perdidas (2025)
Nada funciona. A direção de Anderson parece ainda mais superficial do que o habitual, apoiada em uma estética genérica, com excesso de filtros e aquele visual artificial que lembra cortes de RPGs baratos. “Nas Terras Perdidas” tenta se levar a sério enquanto joga personagens e situações aleatórias num terreno sem qualquer geografia emocional, narrativa ou visual.
O resultado é um emaranhado de diálogos pretensiosos, ação sem impacto e uma história que anda em círculos, apenas para terminar com um final burocrático e completamente esquecível.
O roteiro — se é que podemos chamar assim — é uma sequência de cenas que parecem recortadas de outras obras de fantasia, mas sem entender o que torna essas obras boas. É o famoso pastiche vazio, que tenta emular a grandiosidade de “Game of Thrones” (Ô saudade!) ou Conan, o Bárbaro (ÔÔÔ SAUDADE!), mas só consegue entregar caracterização rasa, ritmo entediante e nenhuma conexão emocional com o espectador.
Nem atores salvam
O elenco é outro naufrágio. Dave Bautista e Milla Jovovich, ambos com carisma de sobra, estão completamente perdidos em meio a diálogos constrangedores e situações ridículas. Nenhum dos dois consegue imprimir força dramática aos seus papeis — não por falta de competência, mas porque o material entregue a eles beira o absurdo.
Ver dois atores desse calibre reduzidos a recitar bobagens em frente a telas verdes, em um estúdio na Polônia, é triste e revoltante.
Há quem diga que o filme tem “algumas reviravoltas interessantes” e uma pitada de violência gráfica para os fãs do gênero. Isso é verdade, mas não o suficiente para compensar o ritmo arrastado, a superficialidade das relações e a absoluta falta de impacto emocional. Tudo é desajeitado, desde a construção do mundo até as interações entre os personagens.
Conclusão
“Nas Terras Perdidas” é, acima de tudo, um filme que não precisava existir. Fãs de fantasia, ação ou ficção científica merecem mais. E os fãs de George R. R. Martin, então, merecem uma retratação formal. A impressão que fica é de que ninguém realmente sabia o que queria contar — e isso transparece em cada frame.
Se você ainda não viu, não veja. Se viu, lamento. Se dormiu, como eu, parabéns: você se poupou.
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Onde assistir ao filme Nas Terras Perdidas?
O filme está disponível para assistir nos cinemas.
Trailer de Nas Terras Perdidas (2025)
Elenco do filme Nas Terras Perdidas
- Milla Jovovich
- Dave Bautista
- Arly Jover
- Amara Okereke
- Fraser James
- Simon Lööf
- Deirdre Mullins
- Sebastian Stankiewicz
- Tue Lunding
- Jacek Dzisiewicz
Ficha técnica de Nas Terras Perdidas (2025)
- Título original: In the Lost Lands
- Direção: Paul W.S. Anderson
- Roteiro: Constantin Werner, Paul W.S. Anderson
- Gênero: aventura, ação, fantasia
- País: Alemanha, Canadá, Estados Unidos
- Duração: 101 minutos
- Classificação: 16 anos
Sobre o autor
