Com a evolução da medicina e o aumento da expectativa de vida, a humanidade enfrenta um paradoxo: vivemos mais, mas muitas vezes com menos qualidade. O documentário da Netflix “O Homem que Quer Viver para Sempre” (Don’t Die: The Man Who Wants to Live Forever) explora essa questão por meio da jornada excêntrica de Bryan Johnson, um milionário obcecado em desafiar o envelhecimento.
Sob a direção de Chris Smith, o filme propõe uma reflexão sobre os limites da ciência, o impacto da riqueza e os valores fundamentais da vida humana.
Sinopse do documentário O Homem que Quer Viver para Sempre (2025)
Bryan Johnson, fundador da Braintree e milionário excêntrico, investe sua fortuna e rotina em um regime rigoroso chamado Blueprint Protocol. Sua obsessão por reverter o envelhecimento inclui dietas extremas, centenas de suplementos, exercícios monitorados e até experimentos controversos, como transfusões de plasma intergeracionais.
O documentário detalha como Johnson dedica cada momento à busca pela imortalidade, sacrificando aspectos tradicionalmente valorizados da vida, como relacionamentos e prazeres simples. Ao longo do filme, vemos seus desafios pessoais, como a relação conturbada com sua família e a tentativa de equilibrar ciência, obsessão e significado.
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Crítica de O Homem que Quer Viver para Sempre, da Netflix
Chris Smith constrói um retrato multifacetado de Bryan Johnson, navegando entre a curiosidade genuína e a crítica velada. O diretor evita tratá-lo como uma figura caricata, mas também falha em aprofundar questões filosóficas e científicas que emergem ao longo do documentário.
De início, o rigor do Blueprint Protocol causa mais fascínio do que admiração. Johnson acorda para ingerir dezenas de pílulas, segue dietas meticulosamente calculadas e submete-se a tratamentos experimentais. No entanto, o filme levanta a questão: essa rotina vale a pena?
Enquanto Johnson defende que seu sacrifício beneficia a humanidade, especialistas criticam sua abordagem científica improvisada, incapaz de produzir resultados confiáveis.
Reconexão com o filho
Um dos momentos mais humanos do documentário surge com a reconexão de Johnson com seu filho, Talmadge. Essa relação oferece uma pausa emocional em meio à frieza da rotina do protagonista, revelando um lado vulnerável que contrasta com sua obsessão pela longevidade.
No entanto, essa narrativa mais pessoal é subexplorada, deixando a impressão de que o filme hesita em confrontar mais diretamente as motivações e os dilemas de Johnson.
Outro ponto de crítica é a superficialidade com que o documentário aborda conceitos científicos. Termos como “idade biológica” são apresentados sem explicação adequada, o que pode frustrar espectadores em busca de um mergulho mais profundo. Além disso, as questões éticas em torno da desigualdade no acesso à saúde preventiva e dos perigos dos tratamentos experimentais são apenas tangencialmente exploradas.
Conclusão
“O Homem que Quer Viver para Sempre” é uma reflexão intrigante sobre os extremos da busca pela longevidade, mas tropeça ao equilibrar suas muitas camadas narrativas. Embora ofereça momentos genuínos de humanidade e curiosidade, a falta de um posicionamento crítico mais robusto dilui seu impacto.
Para aqueles interessados em vislumbrar os limites da ciência e da obsessão humana, o documentário é, no mínimo, um convite à reflexão — ainda que deixe algumas perguntas importantes sem resposta.
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Onde assistir ao documentário O Homem que Quer Viver para Sempre?
O filme está disponível para assistir na Netflix.
Trailer do filme O Homem que Quer Viver para Sempre (2025)
Elenco de O Homem que Quer Viver para Sempre, da Netflix
- Bryan Johnson
- Mac Davis
Ficha técnica do filme O Homem que Quer Viver para Sempre
- Título original: Don’t Die: The Man Who Wants to Live Forever
- Direção: Chris Smith
- Gênero: documentário
- País: Estados Unidos
- Duração: 88 minutos
- Classificação: 12 anos