Sabe aquele tipo de suspense que te deixa desconfortável, mas não exatamente pelo medo, e sim pela frustração de ver alguém inocente pagando o pato? É exatamente essa a premissa que “O Manipulado” joga na nossa cara logo de início. Disponível no Disney, esse K-drama chega com a promessa de ser uma montanha-russa emocional, trazendo dois pesos pesados da atuação sul-coreana: Ji Chang Wook e Doh Kyung-soo.
A série mergulha no tropo clássico do homem injustiçado, mas tenta ir além, transformando o sofrimento em combustível para uma vingança meticulosa. Se você curte tramas onde o protagonista precisa sair do fundo do poço para caçar quem o colocou lá, continue lendo, porque essa história tem muito o que oferecer, apesar de alguns tropeços no caminho.
Sinopse
Park Tae-jung (Ji Chang Wook) é a definição de um cara batalhador. Ele trabalha como entregador, cruzando a cidade em sua moto, mas no fundo tem uma alma gentil, apaixonado por plantas e horticultura. Sua vida gira em torno de cuidar de seu irmão, Tae-jin, e manter seu relacionamento com a namorada, Su-ji.
Tudo muda numa noite fatídica. Após receber instruções estranhas para uma entrega em troca de um pagamento alto, Tae-jung cai em uma armadilha perfeita. A polícia invade sua casa e ele é acusado de um crime brutal: o assassinato e desmembramento de uma mulher. As evidências contra ele são avassaladoras, fabricadas para destruir qualquer álibi.
Na prisão, ele descobre que sua desgraça não foi um erro do acaso, mas sim obra de An Yo-han (Doh Kyung-soo), um arquiteto do crime que ganha a vida incriminando inocentes para livrar a cara de clientes ricos e poderosos. Agora, Tae-jung precisa sobreviver ao inferno do cárcere e encontrar uma maneira de provar sua inocência, arrastando seus algozes para o mesmo inferno que ele viveu.
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Resenha crítica do dorama O Manipulado
“O Manipulado” é uma daquelas produções que te agarram pelo pescoço nos primeiros episódios, te fazem questionar a realidade no meio e te deixam com sentimentos mistos no final. É uma obra estilosa, crua e, por vezes, brilhante.
O duelo de atuações
Não dá para começar a falar dessa série sem exaltar o elenco. Ji Chang Wook entrega, sem dúvidas, uma das performances mais emocionantes de sua carreira. Ele consegue transitar entre a vulnerabilidade de um homem que perdeu tudo e a fúria intensa de quem busca justiça. É palpável a dor e o luto que ele carrega, especialmente nas cenas na prisão. Ele é o coração da série, e sua habilidade nas cenas de ação — sejam perseguições de moto ou brigas brutais — continua impecável.
Do outro lado do ringue, temos Doh Kyung-soo como o vilão An Yo-han. A escolha de casting foi certeira. D.O. traz uma frieza psicopática que incomoda. Ele não é aquele vilão que grita; ele é calculista, joga com a vida das pessoas por pura diversão ou “amor ao jogo”. Enquanto alguns podem achar que faltou um pouco de “aura” ameaçadora em certos momentos, a maioria vai concordar que ver um rosto tão angelical cometendo atrocidades com um sorriso no rosto é aterrorizante.

Ritmo frenético e visual cinematográfico
A direção e a cinematografia merecem aplausos. A série tem uma qualidade visual cinematográfica, com cenas de ação — especialmente as perseguições de moto — que são de tirar o fôlego. A trilha sonora (OST) acompanha bem essa grandiosidade, elevando a tensão.
Os primeiros quatro a seis episódios são, indiscutivelmente, o ponto alto. O ritmo é alucinante e a construção do sofrimento de Tae-jung na prisão é bem feita, lembrando a premissa do filme Cidade Virtual (também com Ji Chang Wook), mas com uma pegada mais sombria. O desenvolvimento dele, de um cara comum a alguém endurecido pelo sistema, é um dos melhores arcos da trama.
Roteiro: entre a genialidade e a repetição
Apesar de um começo estrondoso, a série dá uma escorregada na metade. O roteiro, por vezes, parece perder o fôlego, inserindo subtramas que lembram um “mini Round 6” que soam desnecessárias e quebram a imersão. Além disso, a repetição de lutas onde o protagonista apanha, se recupera e volta a lutar pode cansar quem busca uma trama mais cerebral.
Outro ponto que divide opiniões é o desenvolvimento dos personagens secundários e do próprio vilão. Embora D.O. esteja ótimo, o roteiro peca na regra do “mostre, não conte” sobre o passado de Yo-han. Faltaram flashbacks para explicar suas motivações, deixando-o, às vezes, parecendo um “vilão mimado” sem profundidade explicada. O mesmo vale para alguns personagens que entram e saem da trama sem muito contexto, servindo apenas como “bucha de canhão”.
Conclusão
“O Manipulado” é um thriller que vale a pena, principalmente se você é fã de Ji Chang Wook ou gosta de histórias de vingança com muita ação. É uma série intensa, visualmente linda e com atuações de elite que carregam a trama nas costas, mesmo quando o roteiro decide dar umas voltas desnecessárias.
O final, embora tenha dividido o público entre “apressado” e “perfeito”, entrega a catarse necessária para a jornada sofrida de Tae-jung. Não é uma obra-prima sem defeitos — a falta de explicação sobre o passado do vilão e alguns buracos na trama incomodam —, mas a química entre o elenco e a adrenalina dos episódios compensam a viagem. Prepare a pipoca, ignore as falhas de lógica da polícia (que, como sempre nos doramas, é meio inútil) e aproveite esse jogo de manipulação.
Onde assistir ao dorama O Manipulado?
Trailer da série O Manipulado (2025)
Elenco de O Manipulado, do Disney+
- Ji Chang-wook
- Do Kyung-soo
- Lee Kwang-soo
- Jo Yoon-soo
- Kim Jong-soo
- Min Kyung-jin
- Rich Ting
- Yang Dong-geun















