Crítica da série Pssica, da Netflix (2025) - Flixlândia

Em ‘Pssica’, a maldição é um rio de vingança e sangue

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No vasto e complexo catálogo da Netflix, é raro encontrar uma produção nacional que consiga ser, ao mesmo tempo, um thriller de ação eletrizante e um retrato social brutalmente honesto. Pssica consegue essa proeza.

Com apenas quatro episódios, a minissérie, dirigida por Quico e Fernando Meirelles, não economiza na crueza para nos transportar aos rios da Amazônia e mergulhar em um submundo de crime e violência. Inspirada no livro homônimo do escritor paraense Edyr Augusto, a produção é uma experiência sufocante, necessária e impossível de ignorar.

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Sinopse

A trama de Pssica se desenrola a partir do encontro de três vidas que, de formas distintas, foram moldadas pela brutalidade do crime no Norte do país. Janalice (Domithila Cattete), uma adolescente de 15 anos, tem sua vida virada de cabeça para baixo após ser vítima de uma traição que a joga nas mãos de traficantes de pessoas.

A partir daí, sua jornada é uma luta desesperada pela sobrevivência. Paralelamente, conhecemos Preá (Lucas Galvino), um jovem criminoso que, relutantemente, ascende à liderança de uma gangue de “ratos d’água” – piratas fluviais que assaltam embarcações.

O terceiro vértice do triângulo é Mariangel (Marleyda Soto), uma mulher em uma incessante busca por vingança após o assassinato de sua família. Conectados pelo destino e pela violência, os três personagens navegam por um rio de dor, azar e desespero, buscando um fio de esperança em meio a uma maldição que parece ter sido lançada sobre todos eles: a “pssica”.

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Crítica

Uma das primeiras coisas que chama a atenção em Pssica é a sua fotografia. Longe de uma visão turística e romantizada da Amazônia, a série abraça o calor, a umidade e a atmosfera opressiva das cidades e rios paraenses.

As cenas de ação, muitas delas filmadas sobre as águas em Belém, ganham uma camada de complexidade e autenticidade que diferencia a série de outras produções. O suor, a sujeira e a arquitetura das áreas portuárias de Belém se tornam elementos vitais da narrativa, reforçando a sensação de que estamos assistindo a uma história que é visceralmente real.

A direção de Quico e Fernando Meirelles, com sua experiência em obras de peso como Cidade de Deus, acerta ao criar um ritmo frenético, quase como uma “vertigem”, que nos impede de piscar.

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Personagens complexos e atuações memoráveis

O grande coração de Pssica pulsa através de seus protagonistas. A vulnerabilidade de Janalice, a relutância de Preá em aceitar seu destino e a sede de vingança de Mariangel criam um enredo rico em dilemas morais. O fato de os personagens poderem ser, ao mesmo tempo, vítima e algoz, adiciona uma profundidade raramente vista em produções do gênero.

Domithila Cattete entrega uma atuação poderosa como Janalice, demonstrando a dor e a indefesa de uma personagem que tenta sobreviver às piores atrocidades. Lucas Galvino e Marleyda Soto também brilham, dando vida a personagens que, por mais imersos que estejam no crime, ainda carregam em si a complexidade da condição humana. É a atuação do trio principal que sustenta o peso da narrativa e nos faz torcer por eles, mesmo quando suas escolhas são moralmente ambíguas.

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A maldição da ‘pssica’ e a violência estrutural

O título e a ideia de “maldição” não são apenas um recurso narrativo, mas uma metáfora potente para a violência estrutural que a série denuncia. A “pssica” é o azar, a má sorte, mas também a herança de injustiças sociais que aprisiona os personagens em ciclos de crime, exploração e vingança.

A série não glamouriza a violência, mas a expõe como uma realidade crua, abordando temas difíceis como tráfico humano, pirataria e exploração sexual de menores. O fato de a produção ser lançada em um momento de debate nacional sobre a violência contra crianças e adolescentes só reforça sua urgência e importância.

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Conclusão

Com quatro episódios intensos, Pssica é uma série que nos convida a enfrentar realidades desconfortáveis, mas essenciais. A minissérie é uma prova da potência da literatura brasileira em se transformar em obras audiovisuais de impacto global. É a história de três destinos que se entrelaçam no caos, mostrando o melhor e o pior dos seres humanos.

É uma produção brutal, tocante e necessária, que deixa uma marca. A Netflix, em parceria com a O2 Filmes, acerta em cheio ao dar voz a uma narrativa autêntica e corajosa, que certamente fará o público refletir muito tempo depois de os créditos rolarem na tela.

Onde assistir à série Pssica?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Assista ao trailer de Pssica (2025)

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Quem está no elenco de Pssica?

  • Domithila Cattete
  • Marleyda Soto
  • Lucas Galvino
  • Maycon Douglas
  • David Santos
  • Ademara
  • Luca Dan
  • Cláudio Jaborandy
  • Sandro Guerra
  • Welket Bungué
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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