Confira a crítica da série "Queenie", drama baseado no romance homônimo disponível para assinantes do Disney+.

‘Queenie’ se perde em clichês e inconsistências

Foto: Disney+ / Divulgação
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Baseada no romance de sucesso de 2019, a série “Queenie” promete muito, mas entrega pouco. A protagonista homônima é rotulada como “raivosa”, “excêntrica” e “demais”, porém a produção não consegue demonstrar essas características. Somos apresentados a uma protagonista sem brilho, enfrentando obstáculos comuns que nos fazem desejar que a personagem fosse tão vibrante quanto prometido.

Sinopse da série Queenie

Conhecemos Queenie em uma consulta ginecológica onde ela descobre que sofreu um aborto espontâneo. A situação piora após uma discussão com sua tia, um atraso no trabalho e uma briga que termina seu relacionamento com Tom, seu namorado branco.

Ao longo da série, acompanhamos Queenie tentando reconstruir sua vida, curar seu coração partido, e encontrar seu lugar em um ambiente profissional que a subestima.

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Crítica de Queenie, do Disney+

“Queenie” sofre de uma narrativa imprecisa e clichê. A série apresenta microagressões que Queenie enfrenta, como ser chamada de “chocolate” em aplicativos de namoro e ter que lidar com comentários racistas da avó de seu ex. No entanto, esses elementos não são suficientes para tornar a história atraente. O desenvolvimento profissional da protagonista é retratado de forma inconsistente, sugerindo que ela é subestimada no trabalho, mas mostrando-a frequentemente despreparada e desorganizada.

O relacionamento de Queenie com Tom carece de química, e a única interação genuína é com seu avô Wilfred, interpretado por Joseph Marcell. Dionne Brown, que faz Queenie, tem seus momentos brilhantes, especialmente ao expressar a dor da personagem, mas em geral, a personagem parece ter sido criada por um comitê, faltando autenticidade.

Apesar de ser descrita como a “Bridget Jones negra”, a série não consegue ser tão divertida ou engraçada. Situações potencialmente engraçadas e embaraçosas se dissipam sem se transformar em comédia genuína. A série parece obcecada com a branquitude, com personagens negros passando boa parte do tempo discutindo sobre pessoas brancas, o que é desconcertante para uma produção que deveria focar na experiência da protagonista negra.

Embora não haja nada ativamente desagradável em acompanhar Queenie, a série não consegue proporcionar algo verdadeiramente empolgante ou enriquecedor. Em um cenário que já explorou a negritude feminina com especificidade em séries como “I May Destroy You”, “Insecure” e “Abbott Elementary”, “Queenie” dá a impressão de ser um grande passo para trás.

Conclusão

“Queenie” tenta navegar entre comédia e drama, mas acaba falhando em ambos os aspectos. A série tem alguns momentos tocantes, especialmente na relação da personagem com seus avós e sua prima, mas no geral, deixa a desejar em sua execução.

A protagonista não consegue conquistar como prometido, e a série parece mais interessada em discutir temas raciais de forma superficial do que em desenvolver seus personagens de maneira significativa. Embora a intenção de apresentar uma perspectiva negra feminina seja louvável, “Queenie” falha em sustentar uma narrativa convincente e acaba se perdendo em clichês e inconsistências.

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Onde assistir à série Queenie?

A série está disponível para assinantes do Disney+.

Trailer da série Queenie (2024)

YouTube player

Elenco de Queenie, do Disney+

  • Dionne Brown
  • Bellah Bellah
  • Llewella Gideon
  • Joseph Marcell
  • Tilly Keeper
  • Samuel Adewunmi
  • Michelle Greenidge
  • Cristale De’Abreu
  • Nyah Majaliwa

Ficha técnica da série Queenie

  • Título original: Queenie
  • Criação: Candice Carty-Williams
  • Direção: Joelle Mae David, Makalla McPherson
  • Roteiro: Candice Carty-Williams, Natasha Brown, Ryan Calais Cameron, Yolanda Mercy, Thara Popoola
  • Gênero: drama
  • País: Estados Unidos
  • Ano: 2024
  • Temporada: 1
  • Episódios: 8
  • Classificação: 16 anos
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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