Crítica da série Refém, da Netflix (2025) - Flixlândia

‘Refém’ é bom entretenimento, mas passa a sensação de que poderia ir além

Foto: Netflix / Divulgação
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A chegada de um novo thriller político estrelado por Suranne Jones já é motivo para ligar a TV. Conhecida por papéis intensos e cheios de estresse em séries como Doctor Foster e Vigil, Jones se encaixa como uma luva na nova produção da Netflix, Refém (Hostage).

A série, que também conta com a talentosa Julie Delpy, nos leva a um universo de escolhas impossíveis e rivalidades ferozes, onde o jogo político se mistura perigosamente com a vida pessoal.

Criada e escrita por Matt Charman, o mesmo roteirista do aclamado Ponte dos Espiões, a minissérie de cinco episódios se propõe a ser um quebra-cabeças intrincado de poder e decisões implacáveis. Mas será que a promessa se sustenta?

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Sinopse

Em Refém, conhecemos a Primeira-Ministra britânica, Abigail Dalton (Suranne Jones), uma líder no início de seu mandato que enfrenta uma crise econômica e um colapso na saúde pública do Reino Unido. Tentando resolver parte dos problemas, ela busca um acordo com a Presidente francesa Vivienne Toussaint (Julie Delpy) para obter medicamentos vitais. O encontro, no entanto, é interrompido por uma notícia devastadora: seu marido, Dr. Alex Anderson (Ashley Thomas), é sequestrado em uma missão humanitária na Guiana Francesa.

Os sequestradores, cujas intenções vão muito além de um simples resgate, exigem a renúncia imediata de Dalton em troca da vida de seu marido. Pressionada pela família e pela opinião pública, e em conflito direto com Toussaint, que inicialmente tenta tirar vantagem da situação, Dalton se vê forçada a tomar decisões inimagináveis. O que começa como um sequestro se revela uma complexa conspiração que ameaça não apenas as carreiras das duas líderes, mas a estabilidade de seus países e até a própria democracia.

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Crítica

O maior atrativo de Refém é, sem dúvida, o duelo de atuações entre Suranne Jones e Julie Delpy. Jones, em seu papel de Abigail Dalton, mais uma vez domina a tela, expressando a fúria e o desespero de uma mulher dividida entre seu dever como líder e seu amor como esposa. É o tipo de papel em que ela se sobressai, entregando uma performance que equilibra força e vulnerabilidade.

Do outro lado, Julie Delpy traz uma interpretação fascinante como Vivienne Toussaint, uma política de direita, calculista e fria, mas com camadas de complexidade que são reveladas ao longo da série. A tensão entre as duas é palpável, e ver essas duas atrizes em cena é a principal recompensa para o espectador.

Além das protagonistas, o elenco de apoio também brilha. Ashley Thomas entrega uma performance convincente como o marido refém, enquanto Corey Mylchreest e Lucian Msamati adicionam profundidade aos seus respectivos papéis, cada um com seus próprios segredos e lealdades questionáveis.

O roteiro de Matt Charman, conhecido por sua habilidade em tramas políticas, garante um ritmo acelerado e cheio de reviravoltas, mantendo o espectador envolvido. A série evita a “encheção de linguiça” comum em produções de streaming, entregando uma narrativa direta e envolvente.

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Cena da série Refém, da Netflix (2025) - Flixlândia (1)
Foto: Netflix / Divulgação

A falta de profundidade e o problema da verossimilhança

Apesar do ritmo empolgante, a série não consegue se aprofundar em seus próprios temas. O roteiro de Charman, que é excelente para criar um mistério, falha em desenvolver seus personagens além de seus arcos básicos. O que as motivações das duas líderes significam de verdade em um mundo onde a misoginia ainda é uma ferramenta política? A série toca nesse ponto, mas não se aprofunda, perdendo a oportunidade de ser mais do que um mero thriller.

A verossimilhança é outro ponto fraco. Algumas decisões do roteiro são tão inacreditáveis que chegam a quebrar a suspensão de descrença. A ida do marido da Primeira-Ministra para a Guiana Francesa sem qualquer segurança é um exemplo gritante. Tais elementos parecem existir apenas para mover a trama, sem uma base lógica sólida, e isso impede que Refém seja elevada ao patamar de um drama de alta qualidade.

As reviravoltas, embora divertidas, surgem de forma abrupta, tornando-as um pouco gratuitas. A figura do grande vilão, por exemplo, não é tão bem explorada quanto poderia, e os coadjuvantes são, em sua maioria, unidimensionais, reduzidos a suas funções no enredo.

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Conclusão

Refém é uma série divertida e de fácil digestão, perfeita para quem busca um thriller político rápido e com muita adrenalina. As atuações de Suranne Jones e Julie Delpy são o ponto alto e valem a pena por si só. A trama, embora por vezes extravagante, é envolvente e cheia de tensão, especialmente no penúltimo episódio, que serve como um lembrete fascinante sobre a fragilidade da democracia e os sacrifícios que o poder exige.

No entanto, a produção não consegue superar a superficialidade de seu próprio roteiro. Seus personagens são mais representações de dilemas do que seres humanos complexos, e as convenções do gênero acabam limitando a série. No final, Refém é um produto de entretenimento competente, mas que, infelizmente, se dissipará na memória tão rapidamente quanto a maioria dos thrillers de streaming. Poderia ser mais, mas é um bom passatempo.

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Onde assistir à série Refém?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Assista ao trailer de Refém (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Refém, da Netflix?

  • Suranne Jones
  • Julie Delpy
  • Corey Mylchreest
  • Ashley Thomas
  • Martin McCann
  • Isobel Akuwudike
  • Mark Lewis Jones
  • Jehnny Beth
  • Hiftu Quasem
  • Sophie Robertson
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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