Respira temporada 2 crítica da série Netflix 2025 Flixlândia

[CRÍTICA] Segunda temporada de ‘Respira’ tem mais drama e caos, mas menos fôlego

Foto: Netflix / Divulgação
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A temporada 2 de Respira, o drama médico espanhol da Netflix, aterrissou na plataforma prometendo mais daquele ritmo frenético e do caos envolvente que transformaram o Hospital Joaquín Sorolla em um palco de dilemas morais e paixões.

Criada por Carlos Montero, o mesmo nome por trás de Elite, a série retorna com oito episódios que, de cara, reforçam sua identidade: um misto explosivo de melodrama, política e emergências médicas que a consagra como uma espécie de Grey’s Anatomy europeia.

A ambição aqui é notável, mas o resultado é uma montanha-russa intensa, porém desigual, que nos prende pela energia e pelo carisma do elenco, mas se perde ao tentar abraçar o mundo com pressa demais.

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Sinopse

Os novos episódios retomam a ação no exato ponto onde a primeira temporada parou, com Jesica (Blanca Suárez) em estado grave e o hospital mergulhado em uma nova crise: a privatização do sistema público de saúde. A presidente Patricia Segura (Najwa Nimri) luta contra o câncer e pela reeleição, usando o Sorolla como peça-chave de sua estratégia política. Enquanto isso, os corredores do hospital viram palco de novas tensões.

Jesica, agora chefe de cirurgia, tenta conciliar o trauma do passado com a pressão do cargo e o retorno de Biel (Manu Ríos), reascendendo um triângulo amoroso com Lluis (Alfonso Bassave). A temporada mergulha em novas subtramas, incluindo a pesquisa experimental da médica francesa Sophie (Rachel Lascar), a chegada de Nicolás (Gustavo Salmerón) como novo diretor e o drama familiar entre Biel e seu pai. O foco é manter o ritmo acelerado, mas a velocidade cobra seu preço na profundidade emocional.

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Crítica

A grande aposta desta temporada é aprofundar a camada política, focando na ameaça da privatização do sistema público. A série usa o Hospital Joaquín Sorolla como um espelho das discussões sociais e políticas da Espanha contemporânea, onde o lucro ameaça se sobrepor ao cuidado humano.

A personagem de Patricia Segura, interpretada com a garra costumeira de Najwa Nimri, está no centro disso. Sua luta contra a doença e a campanha pela reeleição tinham potencial para ser o arco mais potente, um estudo de poder versus vulnerabilidade.

No entanto, a narrativa de Montero e sua equipe peca pelo desenvolvimento apressado. O dilema político, a corrupção e os atentados à bioética que surgem com a chegada do novo diretor, Nicolás, servem mais como um pano de fundo dramático do que como uma crítica social de fato aprofundada.

A série toca nesses pontos, mas não dá espaço para o espectador processar o peso ético, preferindo seguir adiante para a próxima crise. É uma pena, pois a premissa de misturar política de alto nível com o drama de salvar vidas é excelente, mas aqui parece superficial e inverossímil, como se o hospital fosse um cabide de tramas.

Crítica da temporada 2 de Respira, da Netflix (2025) - Flixlândia (1)
Foto: Netflix / Divulgação

Triângulos amorosos e o caos emocional

Se a política é atropelada, o drama pessoal, especialmente o triângulo amoroso entre Jesica, Lluis e Biel, volta com intensidade máxima. A série usa o conflito como uma metáfora do embate entre razão (Lluis, o cirurgião maduro e pragmático) e emoção (Biel, a chama antiga e mal resolvida).

A jornada de Jesica é um dos eixos mais marcantes. Sua tentativa de construir um relacionamento sólido com Lluis, apostando na estabilidade, desmorona quando a pressão profissional e a ascensão dela no hospital (virando chefe de cirurgia) colocam a diferença hierárquica em xeque. A atitude fria e apática de Lluis após o rebaixamento de Jesica é o golpe final, reafirmando que ela precisava se redescobrir.

A decisão final de Jesica, de romper com Lluis e se isolar, é um dos poucos momentos de real catarse e autoconsciência da temporada, mostrando que sua força não viria de nenhum dos dois homens. No entanto, o retorno de Biel e o ciúme que ele ainda provoca em Jesica reforçam a sensação de que a série troca profundidade por intensidade, revivendo um conflito que já parecia resolvido para criar mais gancho.

Atuações brilhantes em meio a um roteiro atropelado

O maior trunfo de Respira continua sendo seu elenco de peso. Mesmo quando o roteiro patina, as atuações sustentam a narrativa. Najwa Nimri entrega uma performance robusta e vulnerável como Patricia. Manu Ríos ganha destaque, adicionando complexidade e humanidade a Biel, principalmente em seu arco com o pai, Nicolás, que é um dos pontos mais sólidos e inesperadamente tocantes. Blanca Suárez consegue fazer com que o turbilhão emocional de Jesica seja crível, mesmo com o roteiro confuso sobre o destino dela.

A temporada também apresenta novos rostos, como o cirurgião plástico vivido por Pablo Alborán (em sua estreia na atuação, com aplomo) e a médica Sophie (Rachel Lascar). Contudo, muitos desses personagens, como a própria Sophie, são subutilizados, desaparecendo antes que suas tramas (como a pesquisa experimental e a rivalidade com Néstor) possam ter o impacto merecido. A série tenta abarcar tantas histórias – vício de Rocío, drama de Pilar com o filho, dramas familiares – que as subtramas importantes acabam se tornando rasas e inconclusivas.

Conclusão

A segunda temporada de Respira é um retrato fiel de seu criador: um produto de entretenimento viciante e com potencial para gerar conversas no bar, mas que não se leva a sério o suficiente para ser memorável. O ritmo é implacável, e a série se move tão rápido entre cirurgias de risco, traições e discussões políticas que o espectador sente que a história passou por cima dele, sem deixar tempo para sentir ou torcer de verdade.

É um drama médico visualmente envolvente, mas emocionalmente distante, que perde a chance de aprofundar temas urgentes em troca de mais pancadaria dramática. É um bom programa para quem busca desligar o cérebro e se deixar levar por um culebrón hospitalar cheio de paixões e crises. Respira não é cirurgicamente precisa, mas é, inegavelmente, um entretenimento eficaz que cumpre o nobre papel de prender a atenção do espectador a cada episódio.

Onde assistir à temporada 2 de Respira?

A série está disponível na Netflix.

Trailer da 2ª temporada de Respira

YouTube player

Elenco da segunda temporada de Respira

  • Najwa Nimri
  • Aitana Sánchez-Gijón
  • Blanca Suárez
  • Manu Ríos
  • Borja Luna
  • Ana Rayo
  • Alfonso Bassave
  • Macarena de Rueda
  • Blanca Martínez
  • Abril Zamora
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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