Krystyna Skarbek, também conhecida como Christine Granville, foi a primeira agente de campo britânica na Segunda Guerra Mundial e a espiã favorita de Winston Churchill. Sua vida – marcada por ousadia inigualável, lances de mestre em inteligência e um desprendimento quase mítico – é um material riquíssimo que inspirou, inclusive, a Vesper Lynd de Ian Fleming.
Levar essa lenda para a tela grande é um desafio hercúleo, e o diretor James Marquand tentou a sorte com “A Agente Polonesa” (The Partisan, 2024). O longa, que estreia com exclusividade no Adrenalina Pura+ a partir de 6 de novembro, é uma tentativa sincera, mas notavelmente desordenada, de capturar a essência da mulher que viveu “sem limites”, preparada para dar a vida a qualquer momento por uma causa.
Sinopse
O thriller de ação e espionagem, ambientado na Polônia ocupada pelos nazistas, é baseado na história real da heroína da resistência Krystyna Skarbek (interpretada por Morgane Polanski).
A trama se concentra em duas missões cruciais de sua carreira: a primeira, em 1942, que envolve contrabandear microfilmes cruciais e a busca pela mãe em Varsóvia; e sua última, em 1944, na França, facilitando um lançamento de armas para a Resistência. Contratada pelos serviços secretos britânicos (SOE), Krystyna usa sua sagacidade, coragem e treinamento para sobreviver a traições e ao perigo constante.
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Crítica
O maior tropeço de “A Agente Polonesa” é sua narrativa caótica e desigual. A vida de Skarbek é tão cheia de momentos incríveis (como quando ela morde a própria língua para fingir tuberculose e escapar da Gestapo, ou seu famoso resgate de agentes franceses com ameaças e suborno) que é difícil condensá-la em um filme de menos de duas horas.
O filme falha ao tentar cobrir muito, acabando por não aprofundar o suficiente. Pontos cruciais da história da espiã, como a importância do microfilme na primeira missão ou o drama não resolvido do destino de sua mãe, são tratados de forma apressada, perdendo o peso emocional e histórico que deveriam ter.
Quem não conhece a biografia de Skarbek fica sem entender o que a tornava tão especial, e quem conhece sente que o filme faz um desserviço à memória dela, misturando fatos com licença artística desnecessária.

A brilhante performance de Morgane Polanski
Felizmente, o filme tem uma âncora: Morgane Polanski. A atriz, filha de Roman Polanski, entrega uma performance comprometida e muito forte, capturando a intensidade e a ambivalência da espiã. Ela transita bem entre a indiferença gélida e a vulnerabilidade humana exigidas pela personagem, especialmente nas cenas mais psicológicas.
Skarbek não era uma heroína comum; ela era ousada, implacável, e Polanski consegue transmitir essa aura de coragem selvagem e confiança. É uma pena que a direção de Marquand, que falha em dar a tensão ou o ritmo necessários, por vezes a deixe na mão, resultando em algumas reações um pouco caricaturais.
Direção confusa e execução mediana
James Marquand, que também assina o roteiro, não consegue injetar no filme a intriga ou a tensão necessárias para um spy thriller de alto nível. O longa é descrito como “aceitável e passável, mas não notável”, pois lhe falta o “ar épico” que os feitos dos combatentes da liberdade mereciam. Embora a cinematografia e o design de produção sejam impressionantes e autênticos, criando uma atmosfera de guerra convincente, as cenas de ação são medianas.
A tentativa de equilibrar a tensão psicológica do trabalho de espionagem com o drama pessoal de Krystyna resulta em uma mistura estranha que não se define nem como um filme de ação puro, nem como um estudo de personagem profundo. O filme sugere que, talvez, uma minissérie fosse o formato mais adequado para fazer justiça à complexidade da vida de Skarbek.
Conclusão
“A Agente Polonesa” é uma obra respeitável por jogar luz sobre Krystyna Skarbek, uma figura histórica fascinante e, para muitos, esquecida. Seu maior mérito é, paradoxalmente, o de inspirar o espectador a pesquisar sobre a espiã depois dos créditos. O filme de James Marquand, apesar dos furos no roteiro, da exposição confusa e da dificuldade em manter uma narrativa coesa, acerta ao escalar Morgane Polanski, que carrega o peso da história com carisma e complexidade.
Se você procura um thriller de espionagem historicamente embasado, com uma performance central cativante e que honra a bravura de uma mulher extraordinária — mesmo que de forma imperfeita —, “A Agente Polonesa” é uma opção válida. Não é a obra-prima que Krystyna Skarbek merecia, mas é um ponto de partida para descobrir a lenda.
Onde assistir ao filme A Agente Polonesa?
O filme estreia em 6 de novembro do Adrenalina Pura+.
Trailer do filme A Agente Polonesa (2025)
Elenco do filme A Agente Polonesa
- Morgane Polanski
- Malcolm McDowell
- Ingvar Sigurdsson
















