Sinopse do filme Rua do Medo – Parte 4: Rainha do Baile (2025)
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Crítica de Rua do Medo: Rainha do Baile (Parte 4), da Netflix
O cenário, que deveria ser parte ativa da tensão, limita-se a salas genéricas e corredores pouco inspirados, reforçando a sensação de que o orçamento enxuto e a direção burocrática de Matt Palmer não conseguiram imprimir à produção o mesmo vigor visual dos filmes anteriores.
O peso de suceder uma trilogia marcante
A trilogia original, dirigida por Leigh Janiak, conquistou o público com uma construção narrativa complexa, personagens carismáticos e uma direção que equilibrava bem horror, romance e até humor. Já “Rainha do Baile” parece não entender a mitologia da qual deriva, optando por uma história autônoma que ignora completamente o legado de Sarah Fier e as interconexões que tornaram a trilogia tão rica.
Embora o afastamento da maldição central possa ser visto como uma tentativa válida de renovar a franquia, a execução peca pela superficialidade. O roteiro, coescrito por Palmer e Donald McLeary, limita-se a repetir clichês do slasher adolescente, como o assassino mascarado e o grupo de meninas populares sendo eliminadas uma a uma, sem qualquer subversão ou aprofundamento.
Personagens sem carisma e diálogos burocráticos
Outro ponto fraco está nos personagens. Lori Granger, a “final girl”, interpretada por India Fowler, carece de personalidade. Sua motivação — vencer a coroa para restaurar a reputação da mãe — soa forçada e pouco convincente. Sua amizade com Megan (Suzanna Son), uma horror nerd queer que poderia render um arco interessante, é desperdiçada, sugerindo uma tensão romântica que nunca se concretiza.
As rivais de Lori, lideradas pela caricata Tiffany Falconer (Fina Strazza), compõem o típico grupo de “mean girls”, mas nem mesmo as provocações entre elas geram o impacto desejado. Os diálogos são expositivos, mecânicos, e frequentemente os personagens repetem informações, como se o roteiro não confiasse na atenção do espectador.
Gore competente, mas previsível
Se há um aspecto em que “Rua do Medo – Parte 4: Rainha do Baile” se esforça é na entrega de cenas sangrentas. O filme não economiza em mutilações, cortes e mortes grotescas, com destaque para uma sequência envolvendo um cortador de papel guilhotinado. Porém, mesmo o gore, que poderia ser um diferencial, não compensa a ausência de suspense real.
As mortes, embora gráficas, são mal coreografadas e previsíveis. A identidade do assassino, apresentada como um mistério, é facilmente dedutível, e o clímax carece de impacto emocional ou narrativo. A tensão que deveria escalar até o baile se dilui rapidamente, tornando o filme uma sequência apressada de assassinatos sem atmosfera.
Atuação morna e direção sem pulso
O elenco, embora competente, é prejudicado por um roteiro fraco e uma direção sem pulso. India Fowler não consegue imprimir a Lori a complexidade necessária para que o público se importe com sua sobrevivência. Suzanna Son é uma das poucas que se destaca, trazendo um ar de irreverência à sua Megan, mas também é subaproveitada.