Início » ‘Sem Piedade’, o dorama que troca romance por pancadaria com alma

Com a estreia de “Sem Piedade“, a Netflix adiciona à sua lista de doramas um título atípico: maduro, sombrio e ultraviolento. A produção sul-coreana dirigida por Choi Sung-eun é inspirada na webcomic Plaza Wars, e desde o início já se distancia do tradicional universo dos K-dramas românticos.

Ao invés de corações partidos e juras de amor, o que se vê em cena são corpos caindo, sangue escorrendo e uma atmosfera densa de vingança. O protagonista, interpretado por So Ji-sub, é um ex-criminoso que retorna ao submundo de Seul após a morte do irmão. A série é curta — são apenas sete episódios — mas cada um entrega intensidade dramática e ação crua.

Entre becos escuros e alianças traiçoeiras, “Sem Piedade” não deixa espaço para redenção. Tudo gira em torno da dor e da ira de um homem que perdeu tudo — e decidiu cobrar com juros.

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Sinopse da série Sem Piedade

Nam Gi-jun vive há mais de uma década longe da criminalidade. Para garantir essa aposentadoria precoce e definitiva, ele fez o impensável: cortou o próprio tendão de Aquiles. Sua motivação era manter distância das gangues que dominam Seul — e proteger o irmão, Gi-seok, que havia ingressado em uma delas.

O passado, no entanto, bate à porta com a força de uma tragédia. Quando Gi-seok é brutalmente assassinado, Gi-jun retorna à cidade para descobrir os culpados. Ele empunha um simples taco de beisebol, mas em suas mãos, o objeto vira um instrumento de vingança e destruição.

A morte do irmão desencadeia uma guerra velada entre os poderosos grupos Juwoon e Bongsan, duas organizações criminosas que controlam a capital como se fossem conglomerados corporativos. Entre traições, reviravoltas e alianças frágeis, Gi-jun mergulha de novo num mundo que já tentou esquecer — e não poupa ninguém.

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Foto: Netflix / Divulgação

Crítica de Sem Piedade, da Netflix

Logo de cara, “Sem Piedade” deixa claro que não se trata de uma série para corações sensíveis. As cenas de luta são brutais, com destaque para a coreografia realista e seca. Ao contrário de produções que abusam de armas de fogo ou pirotecnia, aqui a violência é corpo a corpo, com tacos, facas e punhos servindo como canal de expressão da dor dos personagens.

So Ji-sub se destaca justamente por não parecer um herói de ação convencional. Com pouca fala e olhar perdido, Gi-jun é movido por uma tristeza latente que torna cada golpe mais pesado. Não há espaço para glamour: ele não luta por glória, mas por desespero.

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So Ji-sub: o anti-herói perfeito

A escolha de So Ji-sub como protagonista é certeira. Sua atuação é contida, quase silenciosa, mas carregada de densidade emocional. Ele não precisa gritar para ser ameaçador; o simples caminhar manco já carrega a tensão de alguém que está no limite. Ele interpreta Gi-jun como uma figura trágica, mais próximo de um anjo da morte do que de um justiceiro tradicional.

Mesmo quando enfrenta dezenas de inimigos, Gi-jun parece jamais hesitar. Isso, no entanto, é também um ponto fraco: em alguns momentos, ele parece invencível demais, o que esvazia a tensão dramática. Faltam antagonistas à altura — ainda que Gong Myung, como o impulsivo Jun-mo, ofereça certa ameaça.

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Entre gangues e fantasmas do passado

O embate entre Juwoon e Bongsan é outro ponto alto da série. As duas facções funcionam quase como espelhos opostos: de um lado, a fachada limpa e política do Juwoon; de outro, a selvageria impulsiva dos Bongsan. A tensão entre os líderes — interpretados por Heo Jun-ho e Ahn Kil-kang — contribui para dar espessura ao submundo de Seul.

No entanto, o excesso de personagens secundários mal desenvolvidos prejudica o ritmo em alguns episódios. O roteiro parece ansioso para inserir múltiplas camadas de traição e estratégia, mas nem sempre consegue sustentar esse peso narrativo. Em meio a tantos nomes, cargos e duplas agendas, o espectador corre o risco de se perder.

Estética sombria e ausência de personagens femininas

A direção de arte é um dos grandes trunfos da série. Seul aparece suja, decadente, quase pós-apocalíptica. Os becos, galpões e escritórios são frios, quase sempre iluminados por luzes esverdeadas ou fluorescentes, o que reforça o tom sombrio.

Em contrapartida, a ausência de personagens femininas relevantes chama atenção — e não de forma positiva. A única mulher com falas importantes é uma detetive que logo desaparece da narrativa. Mesmo sendo uma adaptação fiel ao webtoon, é frustrante ver o protagonismo tão restrito a figuras masculinas.

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Vale a pena assistir Sem Piedade (2025)?

“Sem Piedade” não reinventa a roda, mas entrega exatamente o que promete: uma história de vingança violenta, com ritmo ágil, estética impactante e boas atuações. So Ji-sub brilha como um protagonista que carrega no corpo e na alma as marcas do passado. Mesmo com falhas na construção de personagens secundários e excesso de reviravoltas, a série mantém o espectador preso até o fim.

Para quem procura um dorama fora do padrão, com menos romance e mais brutalidade, essa é uma pedida certeira. Não há piedade, nem justiça convencional. Só dor, perdas e confrontos viscerais em um cenário onde todos têm algo a esconder — e quase ninguém tem redenção.

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Onde assistir ao dorama Sem Piedade?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Sem Piedade (2025)

Elenco de Sem Piedade, da Netflix

  • So Ji-sub
  • Huh Joon-ho
  • Gong Myoung
  • Choo Young-woo
  • An Kil-kang
  • Tiger Lee
  • Cho Han-cheul

Sobre o autor

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