
Crédito: Disney+ / Divulgação
A história de Maria Bonita e do cangaço no Nordeste brasileiro ganha uma nova leitura com a estreia de Maria e o Cangaço, série nacional do Disney+. A produção é baseada no livro da jornalista Adriana Negreiros e foca em Maria Gomes de Oliveira, a primeira mulher a ingressar por vontade própria em um bando de cangaceiros.
Isis Valverde interpreta a protagonista, com Júlio Andrade no papel de Lampião. A série promete revelar aspectos pouco retratados da trajetória de Maria, que enfrentou uma realidade marcada por violência, hierarquia rígida e desafios intensos em um ambiente dominado por homens.
A verdadeira Maria Bonita por trás da lenda
Antes de ser conhecida como Maria Bonita, ela se chamava Maria Gomes de Oliveira e nasceu na Bahia, em 1910. Vinda de uma família humilde, ela se casou ainda jovem com um homem violento, de quem acabou se separando. Em 1929, conheceu Lampião e decidiu unir-se ao seu grupo de cangaceiros, sendo a primeira mulher a fazer isso por decisão própria.
Maria era alfabetizada, o que lhe dava destaque entre os cangaceiros. Ela não apenas acompanhava Lampião como também atuava estrategicamente ao lado dele. Sua presença influenciou mudanças dentro do grupo, com impacto na forma como as mulheres eram vistas e tratadas.
A alcunha “Maria Bonita” surgiu somente após sua morte. Até então, ela era chamada de Maria de Déa ou Maria do Capitão. O apelido pegou depois que jornais passaram a se referir à sua aparência elegante e vaidosa, reforçada por fotografias da época.
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A rotina no cangaço e os desafios enfrentados
A vida de Maria Bonita entre os cangaceiros não foi fácil. Mesmo respeitada dentro do grupo, enfrentava o machismo e as condições precárias do sertão. As mulheres percorriam grandes distâncias sob sol forte e enfrentavam combates armados, muitas vezes mal alimentadas e em risco constante.
No cangaço, os papéis eram bem definidos. Enquanto os homens cuidavam da segurança, as mulheres tinham funções domésticas e afetivas. Maria teve três filhos, mas só pôde criar um deles temporariamente. Os outros foram entregues a terceiros por segurança.
Apesar de episódios de infidelidade de ambos os lados, a relação entre Maria e Lampião era afetuosa. Segundo relatos, eles tinham momentos de carinho e até viveram uma espécie de lua de mel em meio à vida clandestina.

Morte trágica e novo olhar da série
Maria Bonita e Lampião foram mortos em 1938, em uma emboscada da polícia em Sergipe, conhecida como o Massacre de Angico. Os dois foram decapitados, e suas cabeças ficaram expostas por décadas em um museu na Bahia. Esse episódio marcou o fim de uma era no cangaço.
A série Maria e o Cangaço traz um olhar diferenciado sobre esse período. Em vez de romantizar, ela mostra as contradições da vida no sertão e as escolhas difíceis feitas pelas mulheres. A narrativa também destaca o desejo de Maria por uma vida comum, com espaço para a maternidade e a convivência familiar.
Com seis episódios já disponíveis, a produção foi gravada em regiões históricas do Nordeste. O elenco conta com atores majoritariamente nordestinos, o que contribui para a autenticidade da trama. A direção é assinada por Sérgio Machado, Thalita Rubio e Adrian Teijido.
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