Crítica do episódio 8, final de Todos os Crimes da Louva-a-Deus, série da Netflix - Flixlândia

‘Todos os Crimes da Louva-a-Deus’ é uma obra corajosa

Compartilhe

Em meio à vastidão de thrillers coreanos, poucos se atrevem a mergulhar tão fundo na psique humana quanto “Todos os Crimes da Louva-a-Deus”. A série, que começou como um suspense investigativo de ritmo lento, transcendeu o gênero para se tornar um estudo de personagens complexo, focado na dualidade entre herança e criação.

O final da temporada não apenas encerra o caso do assassino imitador, mas também desvenda os traumas que moldaram a protagonista, Jeong I-shin, e, por consequência, o seu filho, Cha Su-yeol. O desfecho, embora com algumas falhas de roteiro, entrega um final poderoso e satisfatório, que ressoa muito além de um simples caso resolvido.

➡️ Frete grátis e rápido! Confira o festival de ofertas e promoções com até 80% OFF para tudo o que você precisa: TVs, celulares, livros, roupas, calçados e muito mais! Economize já com descontos imperdíveis!

Sinopse

O episódio final se inicia com o tenso encontro para a troca de reféns, onde a assassina imitadora, A-ra, consegue escapar com I-shin. O motivo de sua obsessão é finalmente revelado: uma atração doentia e um complexo de Édipo distorcido, vendo em I-shin a figura materna que a salvou do abuso na infância. Após apunhalar A-ra e fugir, I-shin se volta para o verdadeiro alvo de sua vingança: seu próprio pai, o Pastor Jeong.

Enquanto isso, Su-yeol e a policial Na-hee chegam ao esconderijo de A-ra. A-ra ataca Su-yeol, mas é morta por Na-hee em legítima defesa, que é ferida no processo. Impulsionado por novas descobertas sobre a terapia de I-shin e o trauma reprimido, Su-yeol corre para a igreja de seu avô. Lá, I-shin está prestes a matá-lo, mas Su-yeol a detém. No entanto, ao ver que o avô continuava abusando de crianças, ele se enfurece.

Para evitar que o filho se torne um assassino, I-shin o seda, incendeia a igreja com o pai dentro e se deixa ser consumida pelas chamas. Su-yeol, ao acordar, precisa fazer uma escolha devastadora e decide salvar sua mãe. O episódio se encerra com um salto no tempo de dois anos, onde I-shin está na prisão e recebe a visita de Su-yeol e Na-hee, que buscam sua ajuda para investigar um novo assassinato: o de seu antigo chefe, Jeong-ho.

➡️ Siga o Flixlândia no WhatsApp e fique por dentro das novidades de filmes, séries e streamings

Crítica

A grande força de “Todos os Crimes da Louva-a-Deus” reside na exploração das motivações de seus personagens, e o final leva isso a um novo patamar. A série se aprofunda na origem do trauma de I-shin, que não se resume apenas a ser a “Rainha Mantis” que mata homens abusivos. A revelação de que ela mesma foi vítima de um abuso horrível por parte do pai, que assassinou a esposa para encobrir o crime, transforma a sua jornada.

Ela deixa de ser apenas uma sociopata calculista para se tornar uma vilã trágica e complexa, movida por uma necessidade distorcida de justiça. Essa nuance é crucial e eleva a história de um mero suspense para um drama psicológico tocante, onde a vingança de I-shin se torna uma luta para confrontar os demônios que a criaram.

➡️ Acompanhe o Flixlândia no Google Notícias e fique por dentro do mundo dos filmes e séries do streaming

Todos os Crimes da Louva-a-Deus conheça o elenco do dorama que está bombando na Netflix (1)
Crédito: Netflix / Reprodução

Atuação impecável e conexão emocional

A atuação de Go Hyun-jung como Jeong I-shin é o coração pulsante da série. Ela domina cada cena com uma presença hipnotizante, transmitindo uma gama de emoções com a menor das expressões. No clímax da série, quando I-shin finalmente desaba e revela sua dor reprimida, a performance de Hyun-jung é de tirar o fôlego, tornando impossível não sentir empatia por sua personagem.

O mesmo pode ser dito de Jang Dong-yoon, que interpreta Su-yeol. Ele navega com maestria pela complexidade de seu personagem, alternando entre o ressentimento e o amor por sua mãe. A química e a tensão entre os dois atores são palpáveis, especialmente nas cenas em que Su-yeol, confrontado com a verdade, finalmente entende a dor de sua mãe. Essa dinâmica de mãe e filho é a âncora que segura a trama, mesmo em momentos de menor consistência do roteiro.

➡️ ‘House of Guinness’: uma saga de ambição, traição… e lúpulo
➡️ ‘Desobedientes’: o labirinto da rebeldia e da manipulação
➡️ A queda do mundo perfeito na 3ª temporada de ‘Alice in Borderland’

Falhas do roteiro e dilema da personagem coadjuvante

Apesar de suas qualidades, o final de “Todos os Crimes da Louva-a-Deus” não está isento de falhas. O maior ponto fraco, como observado em diversas análises, é a forma como a personagem de A-ra é desenvolvida e descartada. A obsessão dela por I-shin, que poderia ser uma subtrama rica em complexidade, acaba sendo apresentada de forma confusa e pouco sutil.

Seu “complexo de Édipo” é mais caricatural do que convincente, e a sua rápida morte parece um atalho para eliminar um problema de roteiro. A decisão de torná-la uma personagem trans também é controversa, reforçando um clichê já ultrapassado em filmes e séries de suspense.

Além disso, a ineficácia e a desconfiança constante da equipe de policiais, em especial de Na-hee, em relação a Su-yeol, tornam-se repetitivas e cansativas. É como se, em um drama de apenas oito episódios, eles precisassem de uma forma forçada para gerar tensão, quando a verdadeira fonte de conflito estava na relação entre mãe e filho. No entanto, mesmo com essas ressalvas, a série se redime com as reviravoltas finais e a forma como conclui a jornada de I-shin.

➡️ Quer saber mais sobre filmes, séries e  streamings? Então acompanhe o trabalho do Flixlândia nas redes sociais pelo InstagramXTikTok e YouTube, e não perca nenhuma informação sobre o melhor do mundo do audiovisual.

Conclusão

“Todos os Crimes da Louva-a-Deus” não é uma série perfeita, mas é, sem dúvida, uma obra corajosa. Ela nos força a questionar os limites da justiça, a origem do mal e a forma como o trauma se perpetua através das gerações. O final, com a escolha difícil de Su-yeol e a redenção de I-shin ao proteger o filho, é um desfecho agridoce que deixa um impacto duradouro.

O mistério resolvido e a sensação de que, embora a justiça tenha sido servida, as feridas nunca serão completamente curadas, é o que faz de “Todos os Crimes da Louva-a-Deus” uma série memorável. O gancho para uma possível segunda temporada, com a nova visita a I-shin na prisão, é uma promessa intrigante, mas a história de I-shin e Su-yeol já atingiu seu clímax e encontra-se plenamente concluída.

No fim das contas, a série é um tributo ao talento de Go Hyun-jung e à força do drama psicológico, provando que uma narrativa bem contada pode superar até mesmo as deficiências de seu próprio roteiro.

Onde assistir à série Todos os Crimes da Louva-a-Deus?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Veja o trailer de Todos os Crimes da Louva-a-Deus (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Todos os Crimes da Louva-a-Deus, da Netflix?

  • Ko Hyun-jung
  • Jang Dong-yoon
  • Cho Seong-ha
  • EL
  • Kim Bo-ra
  • Han Dong-hee
  • Kim Min-ho
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas

Procuram-se colaboradores
Procuram-se colaboradores
Artigos relacionados
Conheça o novo dorama 'Cinderella Closet', série da Netflix
Críticas

‘Cinderella Closet’ e a jornada da autodescoberta

O dorama japonês “Cinderella Closet” (ou “Cinderela”) chega como um suspiro de...

Crítica da série House of Guinness, da Netflix (2025) - Flixlândia (1)
Críticas

‘House of Guinness’: uma saga de ambição, traição… e lúpulo

A assinatura de Steven Knight, criador de “Peaky Blinders”, é inconfundível. Com...

Crítica da série Desobedientes, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Desobedientes’: o labirinto da rebeldia e da manipulação

Após um hiato de mais de dois anos, a aclamada atriz Toni...

Crítica da temporada 3, final da série Alice in Borderland, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

A queda do mundo perfeito na 3ª temporada de ‘Alice in Borderland’

Com a terceira temporada de Alice in Borderland, os fãs foram transportados...

Crítica do episódio 8, final da série Alien - Earth, do Disney+ (2025) - Flixlândia
Críticas

Um grito de guerra: a escolha corajosa de ‘Alien: Earth’

A primeira temporada de “Alien: Earth”, série da FX criada por Noah...

Crítica da série animada Marvel Zumbis, do Disney+ - Flixlândia
Críticas

‘Marvel Zumbis’ entrega mais do que gore: é uma crítica ao próprio MCU

Após três temporadas da elogiada antologia What If…?, a Marvel Animation dá...

Leia a crítica da série A Hóspede, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

A longa – e exagerada – vingança de ‘A Hóspede’

Em um cenário saturado de séries de suspense psicológico, a Netflix apresenta...

Crítica do dorama Derretendo Pouco a Pouco (2019) - Flixlândia
Críticas

Mesmo com alguns problemas, ‘Derretendo Pouco a Pouco’ é um dorama leve e charmoso

No vasto universo dos doramas, é comum que a recepção do público...