'X-Men '97' vai muito além da pura nostalgia

Continuação direta de “X-Men: The Animated Series”, sucesso dos anos 1990, “X-Men ’97” chega ao catálogo do Disney Plus para honrar o legado dos mutantes, não só da animação como também das HQs. Depois de incursões malsucedidas no cinema através da extinta Fox – com raras exceções -, o grupo mais famoso da Marvel retorna às mãos da editora/estúdio, agora sob a tutela da Disney.

Sinopse da série X-Men 97, do Disney Plus

“X-Men ’97” revisita a era icônica dos anos 90, quando os X-Men, um grupo de mutantes que usam os seus dons extraordinários para proteger um mundo que os odeia e teme, são desafiados como nunca antes, forçados a enfrentar um novo futuro perigoso e inesperado.

A trama se inicia onde a terceira temporada terminou, trazendo de volta mutantes clássicos como Wolverine, Storm, Rogue, Gambit, Ciclope, Fera, Magneto e Noturno. Juntos, eles enfrentam vilões icônicos como Sr Sinistro, Sentinelas e o Clube do Inferno.

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Crítica da série X-Men 97 (2024)

Nestes dois primeiros episódios disponibilizados no Disney+, “X-Men ’97” acerta em cheio ao equilibrar nostalgia e inovação. A animação reverencia a série original capturando sua essência visual e narrativa, com direito à icônica música tema. Mas não se limita a ser uma mera cópia. A produção foi atualizada esteticamente, ficando visualmente mais atrativa sem perder o charme do passado, apesar de uma qualidade técnica que poderia ter sido aprimorada.

Assim como nas HQs e na animação do passado, as histórias abordadas são cativantes e exploram temas relevantes como preconceito e opressão, utilizando os mutantes como metáfora para grupos marginalizados. A série também amadureceu junto com seu público, incorporando elementos mais adultos sem perder a leveza. O discurso do vilão no segundo episódio, quando fala em vitimismo, é exatamente o que mais tem se aflorando nesses tempos nebulosos, tentando invalidar essas causas. Uma clara alusão ao movimento #BlackLivesMatter.

Isso também é visível com a introdução de novos personagens, como o brasileiro Roberto da Costa (Mancha Solar), trazendo mais diversidade à narrativa. Além disso, a decisão de tornar Magneto o líder dos X-Men é ousada e gera reviravoltas interessantes, trazendo o dilema do que é certo e errado tão discutindo entre os mutantes à tona novamente. Outra amostra de amadurecimento é a abordagem de temas maduros como gravidez, violência e conflitos morais, distanciando-se do tom mais infantil da animação original.

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Conclusão

“X-Men ’97” é uma homenagem carinhosa à série original, mas também se estabelece como uma animação moderna e relevante. É um prato cheio para fãs de longa data e uma ótima porta de entrada para quem deseja conhecer o universo dos mutantes. A série comprova que a nostalgia pode ser um ingrediente poderoso, desde que combinada com inovação e temas atemporais.