“A Céu Aberto” (A Cielo Abierto), dirigido pelos irmãos Santiago e Mariana Arriaga, é um filme que transcende o gênero de drama familiar ao mergulhar em questões universais como o luto, a vingança e as dificuldades dos relacionamentos.
Baseado no primeiro roteiro escrito por Guillermo Arriaga nos anos 1990, a obra carrega um toque profundamente pessoal e se apresenta como uma verdadeira jornada emocional que desafia seus protagonistas e espectadores.
Sinopse do filme A Céu Aberto (2023)
A trama segue os irmãos Fernando (Máximo Hollander) e Salvador (Theo Goldin), que, ainda abalados pela perda trágica do pai em um acidente de carro, decidem buscar justiça com as próprias mãos.
Acompanhados pela relutante Paula (Federica García), sua nova meia-irmã, eles embarcam em uma viagem pelo deserto mexicano, com a missão de encontrar o caminhoneiro responsável pelo acidente, Lucio Estrada (Julio César Cedillo).
No entanto, o caminho da vingança rapidamente se entrelaça com descobertas pessoais, conflitos emocionais e um amadurecimento doloroso, mas necessário.
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Crítica de A Céu Aberto, da Netflix
O grande mérito de “A Céu Aberto” é explorar a complexidade do luto e da vingança através dos olhos de jovens inexperientes. Santiago e Mariana Arriaga constroem uma narrativa rica, onde a vastidão do deserto mexicano contrasta com a densidade emocional dos personagens. O peso da vingança, nas mãos de adolescentes que tremem ao segurar uma arma, confere um senso de realismo e vulnerabilidade raramente visto em filmes do gênero.
A escolha de situar a história nos anos 1990 dá uma camada nostálgica e permite que a relação entre os irmãos e Paula evolua sem as distrações modernas. Federica García se destaca como Paula, um elo entre os irmãos e uma força inesperada na dinâmica familiar. Seu arco narrativo transcende o papel de coadjuvante, representando tanto um catalisador quanto uma ponte emocional para os outros personagens.
Apesar da força do roteiro, o ritmo do filme por vezes tropeça, especialmente no segundo ato, onde algumas cenas poderiam ter sido encurtadas para manter a intensidade da narrativa. Além disso, os momentos de tensão nem sempre atingem o impacto esperado, deixando algumas sequências cruciais um tanto previsíveis.
No entanto, os aspectos técnicos compensam essas falhas. A fotografia de Julián Apezteguia captura a vastidão e o isolamento do deserto com maestria, enquanto a trilha sonora de Ludovico Einaudi eleva a experiência sensorial, traduzindo as emoções dos personagens em melodia. A direção de Santiago e Mariana demonstra maturidade ao lidar com temas complexos, tornando a obra um notável marco em suas carreiras iniciais.
Conclusão
“A Céu Aberto” é uma obra que combina talento familiar e um roteiro visceral para entregar uma experiência que é ao mesmo tempo íntima e universal. Apesar de algumas imperfeições narrativas, o filme se destaca pela força de suas atuações, pela beleza de seus cenários e pela profundidade com que aborda temas como luto, vingança e perdão.
É uma jornada emocionante que deixa o público refletindo sobre o custo da justiça e as ramificações das escolhas humanas. Santiago e Mariana Arriaga se posicionam como promessas do cinema latino-americano, e esta estreia marca o início de carreiras que certamente valerá a pena acompanhar.
Sinceramente? Achei esse filme bem vago, tinha um objetivo e era promissor de primeira instância, mas no momento que o filme vai progredindo vemos que a história não é de fato boa, os personagens e as relações são totalmente fora do considerado correto, as decisões dos jovens quase adultos são decisões de crianças, uma coisa é eles serem inexperientes, outra é serem desesperados a fazer algo sem pensar, além de fazerem relações íntimas mesmo coexistindo a relação familiar sendo meio irmão ou não, o que achei sinceramente nojento na minha opinião.