A Copa de 1971 crítica do filme documentário Netflix

Foto: Netflix / Divulgação

“A Copa de 1971” (Copa 71) é um documentário emocionante e revelador que chegou recentemente à Netflix lançando luz sobre um capítulo esquecido e injustamente ignorado na história do futebol feminino. Dirigido por James Erskine e Rachel Ramsay, e com a produção executiva das irmãs Serena e Venus Williams, o filme revisita a Copa do Mundo Feminina de 1971 no México, um torneio realizado fora dos auspícios da FIFA e que reuniu um público impressionante, mas que foi posteriormente apagado da memória coletiva pela entidade máxima do futebol e outras federações.

Sinopse de A Copa de 1971 (2023)

O documentário conta a história da Copa do Mundo Feminina de 1971, organizada independentemente no México, com a participação de seis equipes nacionais: Inglaterra, México, Argentina, França, Itália e Dinamarca.

Através de imagens de arquivo e entrevistas contemporâneas com as jogadoras, o filme mostra como o evento foi um sucesso estrondoso, atraindo multidões de mais de 100 mil pessoas e criando uma atmosfera eufórica. No entanto, ao retornarem a seus países, as jogadoras foram recebidas com indiferença e até punição, com o torneio sendo praticamente apagado da história oficial do futebol.

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Crítica do filme A Copa de 1971, da Netflix

“A Copa de 1971” é um documentário que não apenas informa, mas também emociona e indigna. Desde o início, fica claro que o filme tem a intenção de corrigir uma injustiça histórica ao trazer à tona um evento que deveria ser celebrado, mas que foi deliberadamente esquecido. As imagens de arquivo são fascinantes, mostrando estádios lotados e um entusiasmo que desafia a visão preconceituosa de que o futebol feminino não atrai público.

As entrevistas com as jogadoras, agora na casa dos 60 e 70 anos, são o coração pulsante do filme. Elas compartilham suas memórias com uma vivacidade que transcende o tempo, relembrando não apenas os momentos de glória em campo, mas também as dificuldades enfrentadas antes e depois do torneio. Carol Wilson, da Inglaterra, destaca-se com seu humor e franqueza, oferecendo um contraponto cativante às histórias mais sombrias de discriminação e esquecimento.

O documentário também faz um excelente trabalho ao contextualizar a misoginia institucional que permeava o futebol na época. A Football Association (FA) do Reino Unido, por exemplo, baniu o futebol feminino em 1921, alegando que “o jogo de futebol é completamente inadequado para mulheres”. Essa proibição durou 50 anos, e mesmo depois de seu levantamento, o desprezo e a desvalorização do esporte feminino continuaram.

Um dos pontos altos do longa-metragem é a narração de Serena Williams, que adiciona uma camada de autoridade e relevância contemporânea ao tema. A inclusão das irmãs Williams como produtoras executivas também sublinha a importância de contar essas histórias para aprofundar nossa compreensão da história do esporte feminino.

Apesar de suas muitas qualidades, “A Copa de 1971” não está isento de críticas. O documentário poderia ter se beneficiado de uma análise mais aprofundada das razões pelas quais a FIFA e outras entidades ignoraram o torneio. Além disso, a ausência de uma perspectiva americana no contexto do futebol feminino dos anos 70 poderia ter sido explorada para oferecer um panorama mais completo da situação global.

Conclusão

“A Copa de 1971” é um documentário essencial para qualquer amante do futebol e para todos que se interessam pela luta por igualdade de gênero no esporte. Ele não só resgata uma parte esquecida da história do futebol feminino, mas também celebra a resiliência e a paixão das jogadoras que, contra todas as adversidades, conseguiram realizar um torneio memorável.

Este filme é uma poderosa lembrança de que a história é frequentemente escrita pelos vencedores, mas que documentários como este têm o poder de corrigir o curso, dando voz e reconhecimento a quem foi injustamente silenciado.

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Onde assistir A Copa de 1971?

O filme está disponível para assinantes da Netflix.

Trailer do documentário A Copa de 1971

Ficha técnica de A Copa de 1971, da Netflix

  • Título original: Copa 71
  • Direção: James Erskine, Rachel Ramsay
  • Roteiro: James Erskine, Victoria Gregory, Rachel Ramsay
  • Gênero: documentário
  • País: Reino Unido
  • Duração: 89 minutos
  • Classificação: 10 anos

Sobre o autor

2 thoughts on “‘A Copa de 1971’, uma celebração da resiliência e da paixão das jogadoras

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