“A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio”, o mais novo documentário da Netflix, joga luz sobre um dos crimes mais perturbadores da história recente do Brasil. Dirigido por Juliana Antunes, o longa revisita o desaparecimento e assassinato brutal de Eliza Samudio, que, aos 25 anos, foi vítima de um crime arquitetado pelo ex-goleiro Bruno Fernandes, então ídolo do Flamengo.
Este documentário não apenas reconta os fatos, mas oferece uma visão aprofundada sobre as falhas de um sistema que deveria proteger as mulheres e sobre como a fama e o privilégio contribuíram para a impunidade de Bruno.
Sinopse do filme A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio (2024)
Em 2010, a modelo Eliza Samudio desapareceu e seu corpo nunca foi encontrado. Seu algoz, o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, foi condenado por ter ordenado seu sequestro e assassinato.
“A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio” explora os eventos que levaram ao crime, com depoimentos de figuras-chave, acesso exclusivo a mensagens de Eliza e revelações inéditas. O documentário busca dar voz à vítima, cujo clamor por ajuda foi silenciado pela indiferença do sistema e pela mídia sensacionalista que preferiu focar na carreira de Bruno.
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Crítica de A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio, da Netflix
O documentário tem um mérito inegável: ele faz justiça à história de Eliza, uma jovem que foi sistematicamente ignorada tanto pela Justiça quanto pela sociedade. Desde o início, é evidente que a produção tem como objetivo central devolver a Eliza o protagonismo que lhe foi tirado.
Diferente das coberturas midiáticas da época, que pintavam Bruno como o “goleiro caído em desgraça” e Eliza como uma oportunista, “A Vítima Invisível” humaniza a vítima, explorando sua vulnerabilidade e seus esforços fracassados de obter proteção legal contra as ameaças de Bruno.
Crítica social
O ponto mais forte do documentário é o seu foco na crítica social. Ao retratar a trajetória de Eliza, o filme expõe as falhas gritantes do sistema judiciário brasileiro, que ainda luta para implementar plenamente a Lei Maria da Penha. A decisão judicial que negou proteção a Eliza, sob o argumento de que ela não tinha uma “relação estável” com Bruno, é abordada com uma indignação contida, que faz o espectador refletir sobre o quão comum esse tipo de negligência é no Brasil.
Além disso, o documentário acerta ao não romantizar a figura de Bruno. Ele é mostrado como o predador que era, e sua tentativa de escapar da responsabilidade por seus atos é desmascarada em detalhes. O filme não poupa críticas ao tratamento condescendente que ele recebeu da sociedade e das autoridades, que o permitiram retomar sua vida, inclusive como jogador de futebol, enquanto Eliza permaneceu sem justiça.
Contudo, o longa poderia ter explorado mais profundamente a cultura machista enraizada no futebol e como isso contribuiu para a narrativa que favoreceu Bruno. Embora toque nesse ponto, ele é abordado de maneira superficial, o que poderia ter dado ainda mais peso à crítica social que o documentário tenta levantar.
Conclusão
“A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio” é um documentário essencial e perturbador. Ele não apenas reconta a tragédia de Eliza, mas também expõe a realidade de tantas outras mulheres que, como ela, são vítimas da violência e da negligência institucional.
A obra de Juliana Antunes cumpre seu papel de dar voz à Eliza, humanizando uma mulher que foi desumanizada pela mídia e pela sociedade. O filme deixa uma mensagem clara: a luta por justiça para as vítimas de feminicídio no Brasil está longe de ser vencida. Ao final, fica a sensação amarga de que, mesmo com toda a indignação gerada pelo caso, o sistema que falhou com Eliza continua falhando com muitas outras mulheres.
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Onde assistir ao documentário A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio?
O filme está disponível para assinantes da Netflix.
Trailer de A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio (2024)
Ficha técnica de A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio, da Netflix
- Direção: Juliana Antunes
- Roteiro: Caroline Margoni, Carol Pires
- Gênero: documentário, policial
- País: Brasil
- Ano: 2024
- Duração: 101 minutos
- Classificação: 14 anos
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