Abre Alas resenha crítica do documentário 2025 Flixlândia

[CRÍTICA] Documentário ‘Abre Alas’ expõe os silêncios e a força de mulheres reais

Foto: Nathalia Gomes / Embaúba Filmes / Divulgação
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“Abre Alas” é um documentário brasileiro de 2025, dirigido por Ursula Rösele, que marca sua estreia em longa-metragem. Com 109 minutos de duração, a produção se concentra em um encontro profundo e reservado com sete mulheres de idades entre 53 e 85 anos, que compartilham suas vivências e reflexões sobre as escolhas e os silêncios mantidos ao longo de suas vidas.

A diretora utiliza uma abordagem inspirada em Eduardo Coutinho, valorizando a narrativa oral e o diálogo em um cenário único para criar um verdadeiro espaço de cura e criação coletiva, complementado por performances artísticas que dão corpo às emoções. Vale mencionar que já foi aclamado com o prêmio de Melhor Destaque Feminino no Femina 2025 (Festival Internacional de Cinema Feminino).

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Sinopse

Este documentário funciona como um retrato poético e profundo da resiliência e da regeneração feminina. O filme registra o encontro privado de mulheres com idades variadas, que, em um ambiente de escuta e acolhimento, confrontam e verbalizam aquilo que calaram e omitiram sobre suas vidas, escolhas e desafios impostos pela sociedade.

Inspirado pela valorização da testemunha, a película transforma o set em um espaço de catarse e cura, onde, através da partilha e de performances artísticas que complementam suas histórias, as participantes celebram a força de suas jornadas e o ato de morrer para o passado para dar à luz a um novo eu.

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Resenha crítica do documentário Abre Alas

O renascer feminino com o silêncio quebrado

O cerne do filme reside no estudo profundo da resiliência e do ressurgimento feminino, utilizando o ato de falar como uma forma radical de libertação. A diretora Ursula Rösele orquestra um encontro catártico e completamente pessoal com estas mulheres variadas e com histórias distintas. Os relatos se concentram não apenas nas escolhas que fizeram, mas, crucialmente, naquelas verdades que foram caladas ao longo dos anos.

A proposta deste longa é de que todo recomeço exige uma morte simbólica de uma parte de cada uma delas. No caso, a parte que cedeu ao silêncio em suas vidas. Ao compartilharem suas histórias e enfrentarem os fantasmas do passado, elas transformam a mágoa e o arrependimento em força, oferecendo um testemunho poderoso de que nunca é tarde para reescrever a própria narrativa.

Abre Alas resenha crítica do filme documentário 2025 Flixlândia
Foto: Nathalia Gomes / Embaúba Filmes / Divulgação

O cenário como espaço de cura e criação coletiva

O cenário onde as conversas acontecem é completamente simples e acolhedor, e o uso de espelhos pode ter o significado de tentar mostrar outras faces que ninguém vê dessas mulheres. O mesmo lugar também pode ser configurado como um verdadeiro laboratório de cura e criação coletiva. A intimidade gerada pelo espaço permite que as mulheres não só verbalizem suas dores, mas também as transformem em arte.

A inclusão estratégica de performances artísticas com coreografias e expressões que nascem diretamente dos testemunhos compartilhados confere à montagem uma camada simbólica essencial, dando corpo e materialidade às emoções que permaneceram invisíveis e reprimidas.

A relevância geracional e social

Acredito que esta produção também pode ser destacada por sua relevância social ao focar nas vivências de mulheres maduras e idosas. Um grupo que por natureza é muito estereotipado e escanteado pela mídia e público. Ao dar o palco para protagonistas com mais de cinquenta anos, o filme lança uma luz sobre as pressões sociais, os sacrifícios e os tabus enfrentados por elas ao longo da vida.

As narrativas criam um mosaico de experiências que ressoam através das gerações, transformando as histórias em um retrato individual com comentários amplos e necessários sobre o papel da mulher na sociedade brasileira e o custo emocional imposto pelo patriarcado.

Conclusão

Abre Alas é um importante documentário que celebra o feminino. Com sua abordagem minimalista, possivelmente inspirada na valorização do testemunho, à lá Eduardo Coutinho, a diretora garante que a verdade emocional das sete protagonistas seja a única e inquestionável estrela. Ele não apenas evidencia o que foi silenciado, mas também o transforma em arte concreta.

Por mais que ele tenha um ritmo lento, podemos considerá-lo como um ótimo trabalho de estreia de Ursula Rösele. Posso dizer que esta produção é essencial e nos lembra que o ato de falar é o primeiro e mais corajoso passo para um novo e merecido despertar.

Onde assistir ao documentário Abre Alas?

O filme estreia neta quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, exclusivamente nos cinemas brasileiros.

Trailer do filme Abre Alas (2025)

YouTube player
Escrito por
Bruno de Oliveira

Sou um apaixonado por filmes, séries e cultura pop em geral. Entre um blockbuster e um filme introspectivo e intimista encontro meu lugar no mundo e me sinto a vontade para viajar seja lá para qual mundo for.

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