crítica do filme Amor Enrolado, da Netflix (2025) - Flixlândia

‘Amor Enrolado’ é um retorno dos romances descomplicados

Filme sul-coreano é despretensioso e fofo

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Em uma era dominada por narrativas de autodescoberta e superação grandiosa, “Amor Enrolado”, a mais recente aposta da Netflix em dramas de romance coreanos, destaca-se justamente por trilhar o caminho oposto.

Longe dos arcos complexos e das jornadas de cura épicas que se tornaram a fórmula do sucesso, o filme se volta ao básico, abordando as inseguranças de uma forma simples e cotidiana. É um retorno nostálgico às histórias de amadurecimento que parecem perdidas no tempo, oferecendo uma dose de simplicidade que, embora agradável, nem sempre é envolvente.

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Sinopse

Situado em 1998, Amor Enrolado nos transporta para a pacata vida de Park Se-ri (Shin Eun-soo), uma jovem de 19 anos com uma missão em mente: confessar seus sentimentos a Kim Hyun (Cha Woo-Min), o garoto mais popular da escola. Antes, porém, ela precisa vencer uma insegurança que a atormenta desde a infância: seus cachos rebeldes.

Sua jornada é agitada pela chegada de Han Yoon-seok (Gong Myung), um misterioso estudante transferido que rapidamente desperta seu interesse, complicando seus planos e dando início a um inusitado triângulo amoroso. Com a ajuda de seus amigos, incluindo o divertido Sung-rae (Youn Sang-Hyun), Se-ri embarca em uma “Operação Amor” que a leva a questionar suas próprias certezas sobre o que significa o primeiro amor.

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Crítica

Amor Enrolado é, sem dúvida, um drama leve, despretensioso e de fácil digestão. Sua maior força reside na atmosfera que constrói. Longe da agitação de Seul, o filme é ambientado em uma cidade litorânea que exala paz e tranquilidade. As belas cenas de praia e os planos serenos da paisagem coreana são tão cativantes que é fácil se perder na beleza visual do cenário.

Essa simplicidade se reflete nas cenas de “dia a dia”, como a compra de bebidas para o crush, os encontros casuais depois da escola ou as apresentações musicais dos estudantes. São esses momentos de inocência e nostalgia que resgatam as memórias da vida escolar e tornam o filme uma experiência reconfortante, quase como uma xícara de chá de camomila em uma tarde calma.

No entanto, o enredo não consegue sustentar o ritmo, tornando a história previsível e, em alguns momentos, rasa. A trama é modesta e carece de um gancho forte, limitando o potencial de aprofundamento das questões levantadas.

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Foto: Netflix / Divulgação

A atuação e o dilema de Park Se-ri

A protagonista Park Se-ri é o coração do filme, mas também sua principal fonte de frustração. Interpretada por Shin Eun-soo, a personagem é retratada como uma adolescente vibrante, tagarela e cheia de energia. No entanto, a execução da atriz, embora autêntica em sua representação de uma jovem inexperiente, por vezes beira o irritante.

A energia transbordante e o comportamento choramingão de Se-ri tornam difícil a conexão com a personagem. Em vez de parecer charmosa ou adorável, sua atitude soa muitas vezes exagerada e até mesmo incômoda. Essa característica de aegyo (agir de forma fofa e infantil) se torna forçada em alguns momentos, dificultando o desenvolvimento de um apego genuíno à sua jornada.

Ainda assim, é notável o crescimento de Se-ri ao longo da trama. Sua jornada para se aceitar e nutrir os diferentes tipos de amor em sua vida (não apenas o romântico) é um dos aspectos mais encantadores do filme. A forma como ela fortalece as relações existentes e constrói novas amizades é um lembrete caloroso sobre a importância de todos os laços humanos.

A atuação de Shin Eun-soo, apesar de alguns excessos, consegue capturar a essência de uma adolescente caótica e, ao mesmo tempo, tocante. Gong Myung também entrega uma atuação competente, embora seu personagem, Han Yoon-seok, siga o clichê do “galã misterioso e silencioso”, com sua história pessoal parecendo um tanto apressada e pouco explorada.

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A polêmica dos cachos e as inseguranças reais

Um dos pontos mais problemáticos do filme é a dramaticidade exagerada em torno do cabelo cacheado de Se-ri. O enredo parece querer reviver o clichê da insegurança física de uma forma que parece deslocada para os padrões atuais.

Em 2025, a aceitação dos cachos é um movimento em ascensão, e a obsessão da personagem em alisar o cabelo soa como uma abordagem datada e até desnecessária. Embora seja compreensível que, na adolescência, as inseguranças sejam vivenciadas de forma intensa, a maneira como o filme trata o cabelo de Se-ri como uma desvantagem a ser superada é simplista demais.

No entanto, a trama consegue transmitir uma mensagem sutil de aceitação, mostrando que, ao longo do tempo, a insegurança é algo a ser trabalhado, não necessariamente por meio de grandes mudanças, mas por um processo interno e natural. O filme captura de forma genuína como as pequenas coisas — como ter o cabelo com frizz ou tomar coragem para se declarar — parecem enormes quando se é adolescente.

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Conclusão

Amor Enrolado é, em essência, uma história acolhedora e despretensiosa sobre o primeiro amor e as inseguranças da juventude. Seus pontos fortes estão na atmosfera nostálgica, na trilha sonora que complementa os momentos de inocência e na mensagem sutil de autoaceitação.

Embora a trama seja simples e a protagonista, em alguns momentos, difícil de engolir, o filme é um lembrete reconfortante das borboletas no estômago, das amizades e da confusão que permeiam a vida de um adolescente.

Não é uma obra-prima, nem um filme imperdível, mas se você busca um romance escolar fofo, que evoca a simplicidade e a calma, e que não tem a ambição de ser algo além de uma história de amor, Amor Enrolado pode ser uma boa pedida. É um filme feito para corações românticos que sentem falta de enredos genuínos e descomplicados.

Onde assistir ao filme Amor Enrolado?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Assista ao trailer de Amor Enrolado (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Amor Enrolado, da Netflix?

  • Gong Myoung
  • Shin Eun-soo
  • Cha Woo-min
  • Youn Sang-hyun
  • Kang Mi-na
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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