Crítica da série Amor, Golpe e Vingança, da Netflix (2025) - Flixlândia

‘Amor, Golpe e Vingança’ tem propósito nobre, mas falha como entretenimento

Série é um spin-off de 'O Golpista do Tinder'

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No vasto universo do true crime da Netflix, poucas produções causaram tanto furor quanto “O Golpista do Tinder” (2022). O documentário não apenas apresentou ao mundo a história chocante de Simon Leviev e suas vítimas, mas também transformou o título em um termo popular para descrever a fraude romântica online.

Agora, em um movimento surpreendente, a Netflix tenta replicar o sucesso com um spin-off, “Amor, Golpe e Vingança” (Love Con Revenge), que acompanha uma das vítimas originais, Cecilie Fjellhøy, em sua nova missão: combater golpistas ao lado da investigadora particular Brianne Joseph. A premissa, de uma vítima se tornando uma “vingadora”, é promissora e, à primeira vista, parece uma evolução natural e catártica da narrativa.

No entanto, a série de seis episódios rapidamente revela que a nobreza da causa e o drama do mundo real não se traduzem necessariamente em uma experiência televisiva envolvente. A nova produção, embora admirável em seu propósito, peca na execução e deixa a desejar como entretenimento.

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Sinopse

“Amor, Golpe e Vingança” mergulha no mundo dos golpes de romance online, seguindo Cecilie Fjellhøy e a investigadora particular Brianne Joseph em sua missão de ajudar outras vítimas de esquemas semelhantes aos que a própria Cecilie vivenciou. A cada episódio, a dupla se aprofunda em um novo caso, desvendando as táticas dos golpistas, que incluem “love bombing”, “future faking” e a criação de crises fabricadas para extrair dinheiro.

A série mostra o trabalho meticuloso e, por vezes, frustrante, de coletar evidências, confrontar os fraudadores e lutar contra a indiferença de autoridades policiais. A produção não se limita a expor os crimes, mas também busca restaurar a agência e a voz das vítimas, que muitas vezes sofrem em silêncio por vergonha.

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Crítica

A ideia de ter Cecilie Fjellhøy, uma sobrevivente de um dos casos mais infames de fraude romântica, se dedicando a ajudar outras pessoas é, sem dúvida, inspiradora. A série se propõe a ser mais do que um simples reality show; ela quer ser uma ferramenta de conscientização e empoderamento. Vemos Cecilie e Brianne se unirem com um objetivo claro: obter justiça para as vítimas e alertar o público sobre os perigos da internet.

A dedicação da dupla é palpável, e os resultados de seus esforços, como a prisão de um dos golpistas investigados, são genuinamente satisfatórios. No entanto, a produção não consegue traduzir a importância dessa luta para a tela de forma convincente. O que deveria ser um thriller investigativo se torna um processo tedioso, com longas horas de coleta de documentos, digitação em laptops e esperas frustrantes em estacionamentos.

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Cena da série Amor, Golpe e Vingança, da Netflix (2025) - Flixlândia
Foto: Netflix / Divulgação

A repetição e o frágil fio narrativo

Um dos maiores problemas de “Amor, Golpe e Vingança” é sua estrutura repetitiva e a falta de dinamismo. Apesar de cada episódio apresentar um caso diferente, as histórias das vítimas são, em sua essência, muito parecidas: uma conexão online, o “bombardeio de amor”, uma história trágica e, por fim, a exploração financeira.

Essa similaridade leva à saturação, e a descrição minuciosa de cada relacionamento pode fazer com que o espectador “desligue” em alguns momentos. Além disso, a série estica o material desnecessariamente. O que poderia ser um especial de quatro episódios, ou até mesmo seis episódios mais concisos, é diluído em uma narrativa lenta e desinteressante.

Casos que poderiam ser resolvidos em um único episódio se arrastam, quebrando o ritmo e a fluidez. A série também peca por incluir diálogos que parecem ensaiados, onde Cecilie e Brianne repetem informações óbvias para o público, o que compromete a autenticidade e a imersão.

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Justiça no mundo real x drama na TV

“Amor, Golpe e Vingança” expõe uma verdade incômoda: a busca por justiça raramente é cinematográfica. O confronto com os golpistas, por exemplo, não é a cena épica que se espera. Na vida real, golpistas simplesmente se vão, e a justiça é um processo demorado e muitas vezes anticlimático. A série mostra isso de forma honesta, mas essa honestidade é o que a torna um produto televisivo pouco cativante.

Não há reviravoltas dramáticas, perseguições de carro ou grandes confrontos. O que há são reuniões, pilhas de documentos e a fria realidade de que a maioria dos casos não tem um final feliz. Essa falta de “ação televisiva” é, em última análise, a razão pela qual a série não se sustenta como um produto de entretenimento.

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Conclusão

“Amor, Golpe e Vingança” é uma série com um propósito nobre e necessário. Ela ilumina uma realidade sombria e dolorosa que afeta milhares de pessoas, e o trabalho de Cecilie Fjellhøy e Brianne Joseph é, sem dúvida, louvável. A série traz à tona questões importantes sobre misoginia sistêmica, a inação da polícia e a vergonha que as vítimas de golpes românticos carregam.

No entanto, sua execução falha em criar um produto televisivo envolvente. A narrativa arrastada, a repetição e a falta de momentos de alto impacto fazem com que o espectador se desconecte da luta, mesmo que a admire.

Enquanto “O Golpista do Tinder” era uma história sobre a crueldade da mentira, “Amor, Golpe e Vingança” é uma história sobre a dura e, por vezes, entediante, luta pela verdade. A série é uma prova de que nem toda causa justa faz um bom programa de TV.

Onde assistir à série Amor, Golpe e Vingança?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Assista ao trailer de Amor, Golpe e Vingança (2025)

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Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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