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‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ revisita o clássico sem CGI

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‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ chega aos cinemas como uma adaptação em live-action da história clássica da Disney, que, por sua vez, se baseia no livro de Felix Salten. Sob a direção de Michel Fessler, o longa se distanciará da fantasia e do sentimentalismo da animação de 1942 para apresentar uma abordagem mais realista e contemplativa, explorando a vida selvagem com uma estética documental. Esse foco na autenticidade visual e narrativa gera uma experiência cinematográfica singular, mas também levanta questões sobre o impacto emocional da história para o público.

Para muitos, ‘Bambi’ é uma memória afetiva, marcada pela conexão com a infância e pela perda da mãe do cervo, uma das cenas mais traumáticas do cinema. Neste live-action, o tom melancólico e as emoções sutis continuam presentes, mas a escolha pela ausência de CGI e a narração contínua alteram a dinâmica, distanciando o filme das expectativas daqueles que esperam uma reinterpretação mais fiel da obra da Disney.

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Sinopse

Bambi, um jovem cervo, nasce e cresce sob os cuidados de sua mãe na floresta. A história segue sua jornada de descobertas, desde a amizade com outros animais até o momento devastador em que perde a mãe para caçadores. Agora, sob a orientação de seu pai, Bambi precisa enfrentar a vida selvagem, superando os desafios para se tornar um adulto independente e sábio, capaz de proteger e cuidar de seus entes queridos.

O filme nos transporta para a floresta, onde a beleza da natureza é capturada de forma imersiva e autêntica. A presença de animais reais, filmados em seu habitat natural, dá uma sensação de proximidade com o mundo selvagem. A narração, feita em off, guia a trama, apresentando os eventos sem recorrer ao antropomorfismo típico dos filmes de animação, resultando em uma narrativa única, mas também desafiadora para aqueles acostumados com a versão mais lúdica da história.

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Crítica de Bambi: Uma Aventura na Floresta

Uma das decisões mais ousadas de ‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ é a escolha por uma abordagem visual naturalista. Sem o uso de CGI, os animais foram filmados em seu habitat real, proporcionando uma experiência genuína e crua da vida selvagem.

A fotografia utiliza técnicas de manipulação de cor para destacar as diferentes estações e emoções, mas, apesar da beleza dessas imagens, o filme acaba lembrando mais um documentário de natureza do que uma narrativa ficcional. Essa opção pode causar estranhamento, especialmente para aqueles que esperavam uma adaptação mais tradicional.

A ausência de diálogos entre os animais (que, em filmes anteriores, sempre falavam e interagiam com os humanos) é uma mudança significativa. No lugar disso, a história é guiada por uma narração em off, que descreve as ações dos personagens. Embora essa escolha possa ser vista como um acerto em termos de manter a autenticidade, ela também enfraquece a imersão emocional, já que as imagens por si só não transmitem toda a carga simbólica que a história original carregava.

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Em ‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ animais reais foram filmados em seu habitat / Foto: Divulgação

Ritmo e a Narrativa

A narrativa de ‘Bambi’ segue a estrutura tradicional da obra, mas o ritmo do filme pode ser um desafio para o público. A escolha por uma estrutura mais contemplativa, com longos momentos de observação, confere ao filme uma sensação de tranquilidade, mas também pode ser vista como uma lentidão desnecessária. Em especial, a ausência de ação mais dinâmica faz com que o filme se arraste, tornando-se mais cansativo do que envolvente.

Isso é particularmente evidente nas cenas mais emocionantes da trama. A morte da mãe de Bambi, um marco na história, é tratada de forma mais indireta, sem mostrar a violência do ato. O som dos tiros e a narração de Bambi sofrendo com a perda substituem a representação visual do evento, o que pode desapontar quem esperava uma abordagem mais dramática e impactante. A falta de catarse nessas cenas-chave prejudica a conexão emocional do público com o personagem.

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Uma Experiência para Famílias

Apesar de suas falhas, ‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ apresenta um grande potencial para ser apreciado por famílias, especialmente aquelas com crianças pequenas. O filme oferece uma reflexão suave sobre a vida, a perda e a amizade, temas que são universais e que podem ressoar com qualquer geração. As interações entre Bambi e seus amigos como o coelho, o corvo e o gambá, são agradáveis e, embora mais sutis, têm seu charme.

Por outro lado, o filme exige uma disposição maior para mergulhar em sua proposta de observação da vida selvagem, algo que pode não agradar a todos. O ritmo lento e a falta de uma narrativa emocional mais forte podem fazer com que alguns espectadores, principalmente os mais jovens, se percam no longa, aguardando que algo mais envolvente aconteça.

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Conclusão

Em ‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’, existe um enfoque mais poético e contemplativo, que pode surpreender positivamente alguns, mas deixar outros desapontados. A beleza das imagens e a fidelidade à natureza oferecem um contraste interessante com as versões mais emocionais e fantasiosas da história, mas, ao mesmo tempo, a falta de emoção crua e de uma narrativa mais dinâmica pode comprometer a experiência de quem espera algo mais envolvente.

Embora a produção seja tecnicamente impecável, com uma bela fotografia e uma trilha sonora que harmoniza com as emoções da floresta, o filme carece da profundidade emocional que tornava a animação original tão marcante.

No final, ‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ é uma obra que funcionaria melhor como um documentário sobre a vida selvagem, mas que, como adaptação cinematográfica, perde a oportunidade de aprofundar as lições de vida e as complexidades da natureza que a história de Felix Salten propõe.

Onde assistir ao filme Bambi: Uma Aventura na Floresta?

O filme estreia nesta quinta-feira, 28 de agosto de 2025, nos cinemas brasileiros.

Assista ao trailer de Bambi: Uma Aventura na Floresta (2025)

Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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