Confira a crítica do filme "Bastion 36", suspense policial francês de 2025 disponível para assistir na Netflix
Críticas

‘Bastion 36’ se perde na própria brutalidade

Compartilhe

Dirigido por Olivier Marchal, o filme “Bastion 36” é um thriller policial francês que chega à Netflix prometendo uma história de corrupção, vingança e investigação.

O longa, que abre com uma eletrizante cena de perseguição, logo se perde em um enredo previsível, personagens pouco desenvolvidos e uma narrativa que confunde intensidade com profundidade.

Apesar de sua aparente ambição, o filme se acomoda em clichês do gênero e entrega um resultado que decepciona tanto como drama policial quanto como crítica social.

Frete grátis e rápido! Confira o festival de ofertas e promoções com até 80% OFF para tudo o que você precisa: TVs, celulares, livros, roupas, calçados e muito mais! Economize já com descontos imperdíveis!

Sinopse do filme Bastion 36 (2025)

A história segue Antoine Cerda (Victor Belmondo), um policial da Brigada Anticrime de Paris que, além de seu trabalho na elite da força policial, tem um lado autodestrutivo ao se envolver em lutas clandestinas. Depois de ser transferido para outra unidade por um comportamento problemático, ele se depara com uma série de assassinatos de ex-colegas de esquadrão.

Ignorando as ordens superiores, Cerda inicia sua própria investigação, desvendando uma rede de corrupção que envolve tanto criminosos quanto seus próprios companheiros de farda. Com um senso de justiça cada vez mais deturpado, ele se vê em um beco sem saída entre a lealdade, a vingança e sua própria moralidade em frangalhos.

Você também pode gostar disso:

+ ‘História de Amor em Copenhague’ emociona pela sinceridade

+ ‘Alpinistas Sociais’ entretém, mesmo com tanta previsibilidade

+ ‘Contra-Ataque’: novo thriller de ação mexicano vai além do tiro, porrada e bomba

Crítica de Bastion 36, da Netflix

Olivier Marchal, um veterano do gênero policial, entrega um filme que visualmente remete a thrillers de Hollywood dos anos 2000, com tons frios e um olhar pessimista sobre a justiça. No entanto, o que poderia ser um estudo profundo sobre corrupção e justiça se torna um apanhado de lugares-comuns.

O roteiro, baseado no livro Flic Requiem de Michel Tourscher, estrutura-se ao redor de uma investigação que nunca realmente empolga, pois os mistérios são fáceis de prever e o suspense é sabotado pela falta de ritmo.

O protagonista que nunca evolui

Victor Belmondo se esforça para dar profundidade ao seu protagonista, mas Antoine Cerda é um personagem unidimensional. Sua obsessão por justiça e seu espírito autodestrutivo poderiam ser explorados de maneira mais complexa, mas o filme se limita a apresentá-lo como um policial rebelde que repete as mesmas atitudes sem nunca evoluir. Sua relação com a colega Hanna (Juliette Dol) também é subdesenvolvida, reduzida a um clichê romântico sem impacto na trama.

Ritmo arrastado e ação sem consequências

A cena de abertura promete uma história frenética, mas logo o filme desacelera para uma investigação repleta de cenas de diálogo expositivas e sem dinamismo. O excesso de informação, combinado com uma direção que não sabe equilibrar ação e suspense, faz com que “Bastion 36” pareça mais longo do que realmente é. O clímax, que deveria amarrar os conflitos centrais, é abrupto e não entrega o peso emocional esperado.

Olhar distorcido sobre a violência policial

Um dos problemas mais graves do filme é sua ambiguidade moral. “Bastion 36” parece querer criticar a corrupção policial, mas, ao mesmo tempo, glamouriza a brutalidade de seus protagonistas.

Cerda e seus colegas se comportam de maneira tão violenta e impulsiva quanto os criminosos que perseguem, e em nenhum momento o filme questiona verdadeiramente essa postura. Ao invés de uma reflexão sobre o sistema de justiça, temos um desfile de personagens moralmente nebulosos sem que haja um questionamento real sobre suas atitudes.

Estética sombria como substituto de profundidade

Visualmente, o filme segue o estilo característico de Marchal: iluminação fria, ruas molhadas e uma Paris sem glamour. No entanto, essa abordagem parece ser uma tentativa de mascarar a falta de conteúdo com uma atmosfera “sombria”. A fotografia de Denis Rouden e a trilha sonora de Erwann Kermorvant são competentes, mas não conseguem compensar um roteiro fraco e uma narrativa que tropeça em sua própria pretensão.

Acompanhe o Flixlândia no Google Notícias e fique por dentro do mundo dos filmes e séries do streaming

Conclusão

“Bastion 36” tenta ser um thriller policial impactante, mas se perde em sua própria arrogância estilística e falta de profundidade. A história previsível, o protagonista sem nuances e o ritmo desequilibrado fazem com que o filme se torne mais um exemplar genérico do gênero, sem nada de verdadeiramente memorável.

Siga o Flixlândia nas redes sociais

Instagram

Twitter

TikTok

YouTube

Onde assistir ao filme Bastion 36?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Bastion 36 (2025)

Elenco de Bastion 36, da Netflix

  • Victor Belmondo
  • Tewfik Jallab
  • Yvan Attal
  • Juliette Dol
  • Soufiane Guerrab
  • Jean-Michel Correia
  • Lydia Andrei
  • Moussa Mansaly
  • Erika Sainte
  • Lise Lomi

Ficha técnica do filme Bastion 36

  • Título original: Bastion 36
  • Direção: Olivier Marchal
  • Roteiro: Olivier Marchal, Michel Tourscher
  • Gênero: suspense, policial, drama
  • País: França
  • Duração: 104 minutos
  • Classificação: 16 anos
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas

Artigos relacionados
Leia a crítica do filme One Hit Wonder, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘One Hit Wonder’ é uma melodia nostálgica que não toca o coração

O cinema, assim como a música, tem a capacidade de nos transportar...

Críticas

‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ revisita o clássico sem CGI

‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ chega aos cinemas como uma adaptação em...

Leia a crítica do filme Os Roses (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Os Roses’: remake de clássico oitentista aposta no humor britânico da dupla principal

Com os constantes flops de filmes de “hominho” no cinema, Hollywood parece...

Crítica do filme Planeta dos Solteiros - Aventura na Grécia, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Planeta dos Solteiros: Aventura na Grécia’ ou férias sob o sol da paranoia

A franquia polonesa de comédia romântica “Planeta dos Solteiros”, um fenômeno de...

Críticas

Rosario: quando o terror assusta pelo estereótipo batido

Estreando no cinema de longas-metragens, o diretor Felipe Vargas propõe em ‘Rosário’...

Crítica do filme A Seita, com Eric Bana, da HBO Max (2025) - Flixlândia (1)
Críticas

‘A Seita’ é um ritual sem sentido

Em meio a uma enxurrada de thrillers psicológicos que buscam explorar as...

Crítica do filme A Mãe e a Maldição, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘A Mãe e a Maldição’ tenta ser muitas coisas, mas não consegue nenhuma delas

O cinema de horror indiano tem experimentado um renascimento fascinante nos últimos...

‘O Último Azul’ filme com Rodrigo Santoro é aplaudido durante estreia no Festival de Berlim 2025
Críticas

‘O Último Azul’: drama brasileiro discute etarismo e muito mais

São tantas camadas a serem discutidas em “O Último Azul” que uma...