Os Donos do Jogo Netflix crítica da série 2025 Flixlândia

[CRÍTICA] O império clandestino: ‘Os Donos do Jogo’ acerta ao expor as raízes ocultas do Rio

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“Os Donos do Jogo” chega à Netflix trazendo à tona um dos temas mais emblemáticos, e ao mesmo tempo clandestinos, da cultura carioca: o jogo do bicho. Criada por Heitor Dhalia, a série propõe um olhar de ficção cuidadosamente inspirado na realidade, recheado de drama, intriga e poder, e já chega sendo anunciada como o “Game of Thrones carioca”.

A expectativa é alta para uma produção nacional que mistura história, folclore e máfia, além de mostrar um Brasil que poucos veem — aquele mercado paralelo que se entrelaça com nossas tradições e política.

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Sinopse

A trama gira em torno de Jefferson Moraes, conhecido como Profeta (André Lamoglia), um jovem vindo do interior do Rio que quer conquistar seu espaço na elite do jogo do bicho, uma contravenção que movimenta bilhões e que tem raízes profundas no Rio de Janeiro.

Ele se envolve com as famílias poderosas da máfia do bicho — especialmente com Mirna (Mel Maia), uma herdeira que vive disputas familiares, e Leila Fernandez (Juliana Paes), mulher de um dos barões do jogo, que nos revela um mundo onde ambição, poder e traições se misturam numa luta constante pelo controle do império ilegal.

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Crítica

A série acerta em cheio ao trazer essa “máfia tropical” para as telas com uma identidade muito carioca — do samba às expressões locais, passando pelo cenário vivo da cidade. Essa aproximação visual e cultural torna o universo do jogo do bicho acessível, mesmo para quem não conhece o tema a fundo. A direção de Heitor Dhalia investe em locações reais, criando um retrato honesto e vívido do Rio, das favelas aos bairros bacanas de Copacabana.

O ritmo e o texto podem soar conhecidos, mas o charme está em personagens multifacetados que transitam entre a carisma e a brutalidade. André Lamoglia convence como o ambicioso Profeta, que caminha na tênue linha entre a inocência e a crueldade do submundo. Mel Maia e Giullia Buscacio dão vida às irmãs rivais com uma rivalidade intensa, enquanto Juliana Paes compõe uma Leila fria e astuta, destoando daquela personagem apaixonada que interpretou em trabalhos anteriores.

Xamã entrega, de forma surpreendente, um Búfalo violento e visceral, com uma pegada urbana que contrasta com o jogo estratégico de Profeta — fazendo dele uma das figuras mais interessantes da trama. Chico Díaz traz o patriarca decadente Galego com nuances que mostram o peso e a complexidade do poder em declínio.

crítica da série Os Donos do Jogo Netflix 2025 Flixlândia (1)
Foto: Netflix / Divulgação

Entre o drama e o excesso

A trama corre num ritmo acelerado, que às vezes sacrifica o aprofundamento para priorizar cenas de ação e confrontos. Reviravoltas abundam a ponto de criar momentos que parecem forçados e ultrapassam o limite do melodrama.

Alguns diálogos expositivos caem no clichê e em monólogos artificiais, prejudicando a fluidez natural que o sotaque e o ambiente pedem. Contudo, o jogo de bastidores entre as famílias — recheado de alianças, traições e manipulações — mantém a atenção e gera aquele desejo certo de “maratonar” os episódios.

Temas contemporâneos e crítica social

Um acerto importante da série é expor não só o poder explícito dos bicheiros, mas o poder oculto das mulheres numa trama altamente patriarcal. As figuras femininas não são meras coadjuvantes, mas peças essenciais para a trama e para a ascensão do crime organizado, evidenciando questões atuais como machismo, legado familiar e a construção de novos códigos no submundo.

Além disso, “Os Donos do Jogo” não deixa de mostrar as conexões perigosas entre o crime, a política e até o carnaval — sem moralismo, mas com um olhar crítico que joga luz sobre essa influência disfarçada em diferentes camadas da sociedade carioca.

A fotografia traz um calor visual quase palpável, que vai bem com a atmosfera opressiva e caótica da máfia. A trilha sonora mistura samba tradicional com batidas eletrônicas tensas, um casamento perfeito para acompanhar a narrativa urbana, violenta e por vezes cerimonial.

Conclusão

“Os Donos do Jogo” é um olhar potente e bem produzido sobre um universo que poucos conhecem, mas que influencia muito do cotidiano do Rio. Com um elenco forte e personagens que causam impacto, a série mistura elementos clássicos do drama de máfia com um tempero bem brasileiro.

Apesar de tropeçar em alguns clichês e excessos narrativos, o resultado final é envolvente e uma ótima pedida para quem gosta de tramas urbanas, repletas de tensão, ambição e conflitos de poder. Com potencial para virar um grande sucesso no streaming, a produção reafirma o talento nacional na criação de histórias com apelo mundial, ainda que carregadas de nuances locais.

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Onde assistir à série Os Donos do Jogo?

A série “Os Donos do Jogo” está disponível para assistir na Netflix.

Veja o trailer de Os Donos do Jogo (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Os Donos do Jogo, da Netflix?

  • André Lamoglia
  • Xamã
  • Mel Maia
  • Giullia Buscaccio
  • Juliana Paes
  • Chico Díaz
  • Otávio Müller
  • Adriano Garib
  • Pedro Lamin
  • Ruan Aguiar
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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