'Berlim' mantém a magia (ainda que desgastada) de 'La Casa de Papel'

O fenômeno global “La Casa de Papel” terminou sua última temporada de forma cansativa e repetitiva. No entanto, isso não impediu que a produção gerasse “filhos”, tendo inclusive um remake sul-coreano. Agora, uma nova “criança” baseada na série chega à Netflix: “Berlim”, protagonizada pelo personagem homônimo interpretado por Pedro Alonso, o mais carismático e popular do vasto elenco principal.

Sinopse de Berlim, da Netflix

Spin-off da série “La Casa de Papel”, “Berlim” transporta os espectadores para Paris, seguindo as peripécias do personagem enquanto lidera uma nova equipe em um audacioso roubo de joias no valor de 44 milhões de euros. Com uma narrativa intensa, a série busca encontrar um equilíbrio entre o mundo dos roubos e as intricadas relações amorosas dos protagonistas.

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Vale a pena ver Berlim?

Como quase todos sabem, as duas primeiras temporadas de “La Casa de Papel” eram uma só e não foram produzidas pela Netflix, mas pelo canal espanhol Antena 3. O fim da série na Espanha não teve uma grande audiência, mas mesmo assim o serviço de streaming viu uma grande oportunidade e comprou os direitos dela. A aposta se mostrou acertada, gerando um verdadeiro fenômeno na plataforma.

A decisão de matar Berlim, portanto, não foi da Netflix, mas da produtora original. E como não havia planos para uma sequência, a escolha acabou provocando uma carga maior de dramaticidade. No entanto, a gigante do streaming resolveu produzir novas temporadas e, com o grande sucesso do personagem, decidiu capitalizar em cima dele a qualquer custo. Inicialmente, trazendo flashbacks no episódios posteriores, e agora com uma série protagonizada por ele.

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Afinal, a série Berlim é boa?

Como não poderia deixar de ser, “Berlim” acaba sendo um espelho de “La Casa de Papel”, afinal, a série também aborda um grande roubo, como acontece em todas as temporadas da produção original.

Entretanto, “Berlim” tem algumas inovações com relação à série que se baseou. Afinal, ela incorpora elementos de comédia romântica a uma trama de assalto. Isso traz um fôlego a mais e maior independência à produção para um enredo já mais do que batido. Além disso, a mudança de ambiente para Paris proporciona uma estética mais luminosa (afinal, estamos falando da “cidade luz”), contrapondo-se à ambientação mais sombria de “La Casa de Papel”.

Já o ritmo frenético da narrativa é tanto uma bênção quanto uma maldição. Se por um lado isso mantém os espectadores grudados na tela, ávidos por cada reviravolta, por outro, evita um desenvolvimento melhor dos personagens e prejudica a coesão da trama.

Conclusão

Assim como sua antecessora, “La Casa de Papel”, “Berlim” tem uma narrativa acelerada e é recheada reviravoltas, ainda que algumas sejam previsíveis. Se não tem grande originalidade e um maior aprofundamento dos personagens, entrega certamente bons momentos de entretenimento, principalmente nos relacionamentos entre o protagonista e Camille, interpretada por Samantha Siqueiros, e Roi (Julio Peña) e Cameron (Begoña Vargas).

Tudo isso embalados por uma trilha sonora romântica, que vai desde “What a Wonderful World”, de Louis Armstrong (em versão mais pop), e “Take My Breath Away”, curiosamente – ou não – da banda Berlin e tema do filme “Top Gun”, de 1986.

Pedro Alonso e seu protagonista continuam exalando carisma, e, apesar dos altos e baixos do roteiro, prometem fazer os fãs da série original se divertirem e matarem a saudade de seu personagem preferido, mantendo a magia (ainda que desgastada) do universo original.