Confira a crítica da série "Carma", dorama sul-coreano de suspense de 2025 disponível para assistir na Netflix.

‘Carma’ entrega suspense e caos, mas esquece seus personagens

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Lançada nesta sex-feira (4) na Netflix, a série sul-coreana “Carma” chega com a promessa de prender o público em uma rede de acontecimentos intensos, guiada pela clássica máxima de que cada ação tem uma reação.

Dirigida por Lee Il-hyung, responsável por Um Promotor Violento, a produção reúne um elenco de peso com nomes como Park Hae-soo (Round 6), Shin Min-a, Lee Hee-jun, Kim Sung-kyun, Lee Kwang-soo e Gong Seung-yeon. Com apenas seis episódios, “Carma” tenta condensar o caos, a culpa e a vingança em uma trama que desafia os limites da narrativa linear.

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Sinopse do dorama Carma (2025)

A série acompanha seis personagens cujas vidas colidem de forma trágica após um acidente aparentemente aleatório. Tudo começa com o “Devedor” (Lee Hee-jun), que, afogado em dívidas, elabora um plano com um colega para simular a morte do pai e receber o seguro. No entanto, tudo dá errado quando o corpo do pai é encontrado em circunstâncias suspeitas, o que transforma o filho no principal suspeito de assassinato.

Ao mesmo tempo, o atrapalhado “Óculos” (Lee Kwang-soo) atropela o mesmo homem e decide esconder o corpo com a ajuda de Yu-jeong (Gong Seung-yeon). Um terceiro personagem, o “Testemunha” (Park Hae-soo), presencia o crime e acaba sendo sequestrado, tornando-se cúmplice. Enquanto os fios dessa noite caótica se entrelaçam, uma mulher misteriosa, Ju-yeon (Shin Min-a), surge no presente para conectar ainda mais esses destinos num emaranhado perigoso de segredos e revelações.

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Crítica da série Carma, da Netflix

A proposta de “Carma” é ambiciosa: costurar as vidas de seis pessoas completamente distintas em um curto espaço de tempo, através de dois períodos narrativos separados por 15 dias. A série até começa com uma estrutura quase antológica, dando a cada personagem um episódio mais centrado, mas logo abandona esse formato à medida que os eventos se misturam e os episódios ganham ritmo frenético.

A direção de Lee Il-hyung busca trazer surpresas e reviravoltas constantes, com cenas que se reescrevem a partir de novas perspectivas. Isso funciona bem em momentos pontuais, gerando tensão e até choque. Contudo, a sensação predominante é de excesso. A trama é tão enredada que o espectador pode facilmente se perder tentando acompanhar quem está envolvido com quem e por quê.

Personagens intensos, mas mal desenvolvidos

O elenco é um dos pontos altos da série. Park Hae-soo brilha como a Testemunha, entregando uma performance cheia de nuances, passando de observador a figura manipuladora com desenvoltura. Seu personagem é dos poucos que ganha profundidade suficiente para instigar.

Shin Min-a também se destaca, embora sofra com a superficialidade do roteiro em relação à sua personagem. Ju-yeon poderia ser o elo emocional da série, mas sua presença acaba sendo reduzida a um papel simbólico, quase decorativo, repleto de clichês. Já Yu-jeong começa interessante, mas sua trama é abruptamente interrompida, perdendo a chance de desenvolver mais uma camada da narrativa.

Os demais personagens orbitam entre arquétipos conhecidos e decisões desesperadas. Faltou tempo — ou espaço — para que suas motivações fossem exploradas além da obsessão pelo dinheiro.

Quando o ritmo atropela o conteúdo

Com apenas seis episódios, “Carma” opta por velocidade em detrimento da profundidade. A ideia de que “tudo está conectado” ganha força a partir do terceiro episódio, mas o encaixe forçado de certas histórias secundárias, que surgem apenas para justificar um elo narrativo, gera desconforto. Pior: algumas dessas subtramas são descartadas logo depois, o que compromete a coesão do conjunto.

O ritmo acelerado prende a atenção, sim, mas também impede que o espectador crie laços com os personagens. A sensação é a de assistir a uma queda de dominós: visualmente interessante, mas emocionalmente distante.

Karma, destino e as armadilhas da ambição

A grande mensagem da série — de que nossas escolhas moldam nosso destino — é poderosa. E apesar dos tropeços na execução, “Carma” consegue entregá-la com impacto. Há algo catártico em ver personagens enfrentando as consequências de seus atos, especialmente quando o roteiro brinca com os pontos de vista e reorganiza os fatos de maneira criativa.

Mas, se a série quer discutir moralidade, redenção e culpa, ela falha ao não dar a seus personagens a densidade necessária para que essas questões realmente nos toquem. Com mais episódios ou com uma abordagem mais focada, talvez a série pudesse atingir a profundidade que almeja.

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Conclusão

“Carma” é uma série que instiga e frustra em igual medida. Seu enredo intrincado e direção segura oferecem momentos de tensão genuína e reviravoltas eficazes. No entanto, sua pressa em conectar tudo e todos compromete o desenvolvimento dos personagens e enfraquece o impacto emocional de sua poderosa mensagem sobre causa e consequência.

Ainda assim, a série cumpre o papel de provocar reflexão — e, claro, garantir algumas horas de entretenimento intenso para quem aprecia thrillers psicológicos recheados de culpa, segredos e consequências inevitáveis. Só é preciso estar preparado para entrar em um labirinto narrativo de onde nem sempre se sai com todas as respostas.

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Onde assistir ao dorama Carma?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Carma (2025)

YouTube player

Elenco de Carma, da Netflix

  • Park Hae-soo
  • Shin Min-a
  • Lee Hee-jun
  • Kim Sung-kyun
  • Lee Kwang-soo
  • Gong Seung-yeon

Ficha técnica da série Carma

  • Título original: Akyeon / Karma
  • Criação: Lee Il-hyung
  • Gênero: suspense, drama
  • País: Coreia do Sul
  • Temporada: 1
  • Episódios: 6
  • Classificação: 16 anos
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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