Confira a crítica da série "Cilada", adaptação de Harlan Coben de 2025 disponível para assistir na Netflix.
Críticas

‘Cilada’ seduz seduz com noir, mas tropeça no final

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A parceria entre Harlan Coben e a Netflix já rendeu adaptações em diversos países e idiomas. Com a série “Cilada” (Atrapados), que acaba de chegar à Netflix, é a vez da Argentina entrar nesse universo de suspense meticulosamente arquitetado.

A minissérie, baseada no livro homônimo, é ambientada em Bariloche, uma das paisagens mais fotogênicas da América do Sul, e aposta no noir contemporâneo para contar uma história de crimes sexuais, manipulações digitais e dilemas morais.

Com direção de Miguel Cohan e Hernán Goldfrid e protagonismo de Soledad Villamil, a produção oferece um equilíbrio instigante entre drama pessoal e investigação criminal. Porém, à medida que os episódios avançam, a série precisa lidar com as limitações da fórmula que a sustenta — uma estrutura que, embora eficaz, se mostra previsível e inflada nos momentos finais.

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Sinopse da série Cilada (2025), de Harlan Coben

Ema Garay (Soledad Villamil) é uma jornalista reconhecida por desmascarar criminosos ao vivo em seu programa, transmitido por um canal de notícias em Bariloche. Viúva e mãe de um adolescente, Ema mergulha na investigação do desaparecimento de uma jovem de 16 anos, Martina Schulz (Carmela Rivero), após identificar possíveis conexões com um caso de grooming.

As suspeitas recaem sobre Leo Mercer (Alberto Ammann), um líder comunitário respeitado que administra uma instituição para jovens em situação de vulnerabilidade. Ema, envolvida pessoal e emocionalmente no caso, precisa equilibrar sua busca pela verdade com os fantasmas do passado e as pressões de uma audiência sedenta por justiça.

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Crítica da série Cilada, da Netflix

“Cilada” segue fielmente a fórmula que tornou Harlan Coben um fenômeno global: personagens ambíguos, pistas falsas, múltiplos suspeitos e reviravoltas em série. Essa estrutura garante ritmo e tensão, especialmente nos três primeiros episódios, mas também limita o espaço para aprofundar questões sociais mais densas que a trama sugere — como o impacto das redes sociais na adolescência e a fragilidade institucional diante de crimes digitais.

O charme do noir patagônico

A escolha de Bariloche como cenário não é apenas estética: os lagos gelados, as florestas densas e o isolamento geográfico funcionam como metáfora para o mistério e a solidão dos personagens. A ambientação evoca o policial nórdico e confere à série um verniz autoral raro nas adaptações de Coben.

O estilo noir é reforçado por Ema Garay, uma protagonista à altura das detetives clássicas do gênero: solitária, determinada e eticamente ambígua. Soledad Villamil domina a tela com naturalidade, equilibrando fragilidade e força com notável precisão. Sua personagem, mais do que resolver o mistério, parece constantemente à beira do colapso — o que torna sua trajetória ainda mais humana.

Personagens demais, camadas de menos

O roteiro, assinado por Miguel e Ana Cohan ao lado de María Meira e Gonzalo Salaya, constrói uma teia de relações e suspeitas que, em certos momentos, soa excessiva. São muitos personagens com traumas, segredos e motivações obscuras — o que, embora gere tensão, compromete o desenvolvimento individual de parte do elenco coadjuvante.

Figuras como o policial vivido por Fernán Mirás, o empresário misterioso interpretado por Mike Amigorena e até mesmo o filho de Ema (Matías Recalt) são competentes em cena, mas servem mais como peças narrativas do que como pessoas com complexidades próprias. A série, nesse ponto, sacrifica profundidade em prol de funcionalidade.

Reviravoltas em cascata: o vício da surpresa

O sexto e último episódio condensa uma avalanche de revelações que, se por um lado mantêm o espectador preso até o fim, por outro denunciam uma ansiedade por impressionar. O excesso de giros compromete o impacto de cada um, criando a sensação de que a série confia demais no choque e menos na coerência emocional da trama.

Apesar disso, é inegável que “Cilada” cumpre seu papel como thriller de entretenimento. A direção segura, a montagem precisa e a trilha sonora envolvente ajudam a manter o clima de inquietação constante, mesmo quando o roteiro escorrega no exagero.

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Conclusão

“Cilada” é uma série argentina da Netflix de qualidade que confirma o talento local para narrativas de suspense e a eficácia do “modelo Coben” de storytelling. Embora prisioneira de uma fórmula já conhecida, a série entrega um bom drama policial, com atuação de destaque de Soledad Villamil e uma ambientação que eleva o material original.

Pode não reinventar o gênero nem mergulhar a fundo nas temáticas que propõe, mas oferece seis episódios instigantes que satisfazem quem busca um mistério bem conduzido. Com seus altos e baixos, “Cilada” é mais um exemplo de como o noir pode ganhar novos contornos fora do eixo tradicional — mesmo que, ao final, o destino não seja tão empolgante quanto o caminho até ele.

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Onde assistir à série Cilada, de Harlan Coben?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Cilada (2025)

Elenco de Cilada, da Netflix

  • Soledad Villamil
  • Alberto Ammann
  • Juan Minujín
  • Matías Recalt
  • Carmela Rivero
  • Fernán Mirás
  • Mike Amigorena
  • Maite Aguilar
  • Victoria Almeida
  • Patricio Aramburu
  • Tania Casciani
  • Pablo Cura

Ficha técnica da série Cilada

  • Título original: Atrapados
  • Gênero: policial, suspense, drama
  • País: Argentina
  • Temporada: 1
  • Episódios: 6
  • Classificação: 16 anos
Escrito por
Giselle Costa Rosa

Navegando nas águas do marketing digital, na gestão de mídias pagas e de conteúdo. Já escrevi críticas de filmes, séries, shows, peças de teatro para o sites Blah Cultural e Ultraverso. Agora, estou aqui em um novo projeto no site Flixlândia.

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