‘Comando das Criaturas’ é um prólogo interessante, mas o melhor ainda pode estar por vir
Wilson Spiler12/01/20253 Mins de Leitura7 Visualizações
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A primeira temporada de “Comando das Criaturas” (Creature Commandos) chega ao seu final sendo a mola propulsora dessa nova fase da DC sob as mãos de James Gunn. Com uma proposta ousada, a animação busca explorar a complexidade de personagens considerados secundários ou até mesmo esquecidos.
Embora conte com momentos de grande impacto emocional e desenvolvimento de personagens, a temporada como um todo sofre com problemas narrativos e escolhas clichês que comprometem sua consistência.
Sinopse do episódio 7, final da série Comando das Criaturas / Creature Commandos (2024)
A trama acompanha Amanda Waller (Viola Davis) na formação de uma equipe secreta composta por párias e prisioneiros monstruosos. Entre os integrantes estão Rick Flag Sr., Nina Mazursky, Dr. Fósforo, Doninha, e a Noiva. O grupo é encarregado de missões perigosas que testam não apenas suas habilidades, mas também sua humanidade.
No último episódio, o passado de Nina é explorado em um flashback tocante, enquanto a equipe enfrenta a Princesa Ilana Rostovic em uma batalha final que redefine o futuro da Força-Tarefa M.
Crítica do 7º episódio (final) de Comando das Criaturas (Creature Commandos), da Max
A narrativa de “Comando das Criaturas” alterna entre momentos de profundidade emocional e soluções narrativas previsíveis. O flashback sobre a origem de Nina Mazursky é, sem dúvida, o ponto alto da temporada. Ao revelar a tragédia pessoal da cientista anfíbia, a série oferece um dos momentos mais emocionantes e viscerais, especialmente ao mostrar os esforços de seu pai para salvá-la de uma condição médica severa.
No entanto, esse peso dramático não se traduz em uma evolução significativa para a personagem no presente, tornando sua morte um acontecimento previsível e, em última análise, sem grande impacto na narrativa geral.
James Gunn acerta ao criar laços emocionais entre os personagens, como a conexão entre Nina e Doninha, mas muitas dessas relações são subaproveitadas. A decisão de sacrificar Nina no episódio final é simbólica, mas não tão impactante quanto poderia ser. Além disso, o roteiro recorre a clichês e conveniências, como o hábito matinal de Ilana de nadar em um lago, para justificar situações que poderiam ser mais criativas.
O ritmo da temporada também é um problema. Apesar de momentos isolados brilhantes, a narrativa como um todo é arrastada, com flashbacks excessivos que tentam compensar a falta de desenvolvimento no presente. A inclusão de novos personagens na cena pós-créditos – como King Shark e Eric Frankenstein – é promissora, mas também revela uma certa dependência em expandir o universo à custa de uma história central mais coesa.
“Comando das Criaturas” é uma série que demonstra o potencial criativo de James Gunn, mas também suas limitações. Enquanto a animação inaugura o novo DCU com ousadia e momentos emocionantes, sua narrativa inconsistente e dependência de clichês prejudicam a experiência como um todo.
A segunda temporada, com uma equipe renovada e novas ameaças, tem a oportunidade de corrigir esses problemas e entregar uma história que realmente faça jus às expectativas. Para os fãs de James Gunn e do universo DC, a jornada até aqui foi um prólogo interessante, mas o melhor ainda pode estar por vir.
Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.