“Como Treinar o Seu Dragão” chega aos cinemas em 2025 em sua versão live-action carregando uma missão arriscada: dar vida real a uma das animações mais queridas dos últimos 15 anos. Dirigido novamente por Dean DeBlois, o mesmo responsável pelo filme original de 2010, o longa revive a jornada de Soluço e Banguela em um mundo vikings, dragões e laços improváveis — agora, com rostos humanos e efeitos visuais de ponta.
Em tempos de reciclagem criativa em Hollywood, o remake não foge à regra de ser fiel quase que quadro a quadro ao original. Mas o que poderia ser apenas uma repetição visual, surpreende em alguns aspectos: seja no cuidado com os dragões, nas atuações sensíveis ou na ambientação detalhada de Berk, a ilha fictícia onde a história se passa. Ao mesmo tempo, falta ousadia para trazer novos sentidos à trama.
Sinopse de Como Treinar o seu Dragão (2025)
Na ilha de Berk, os dragões são vistos como inimigos mortais, e os vikings são criados para combatê-los. Soluço (Mason Thames), filho do imponente Stoico (Gerard Butler), destoa dessa lógica. Frágil e introspectivo, o garoto tenta encontrar seu lugar na aldeia, sem sucesso. Isso muda ao encontrar Banguela, um raro Fúria da Noite ferido.
O que se inicia como medo se transforma em amizade, desafiando o pensamento coletivo da tribo e colocando Soluço em confronto direto com os valores herdados de seu povo. No processo, ele descobre que a empatia pode ser mais poderosa que a força bruta — e que humanos e dragões não precisam ser inimigos.
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Crítica do filme Como Treinar o seu Dragão
Ao optar por seguir quase literalmente o roteiro da animação de 2010, o novo “Como Treinar o Seu Dragão” não se arrisca, mas se ancora na segurança do que já funcionou. Dean DeBlois parece entender que o público não quer ver mudanças drásticas, e sim reviver as emoções com novos olhos — e essa estratégia funciona parcialmente.
Cenas inteiras foram recriadas com extrema fidelidade, inclusive na cadência das falas e nos enquadramentos. Isso causa certo encantamento nostálgico, principalmente para quem cresceu com o original. Por outro lado, também limita as possibilidades narrativas que uma nova versão poderia explorar.
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🐉 Dragões de tirar o fôlego: um espetáculo visual
O ponto alto do live-action está, sem dúvida, nos efeitos visuais. Os dragões, especialmente Banguela e o monstruoso Pesadelo Monstruoso, foram renderizados com realismo impressionante sem perder a doçura que os tornaram ícones animados. A textura das escamas, a leveza nos voos e os momentos de conexão entre humanos e criaturas são visualmente deslumbrantes.
Outro trunfo está nos efeitos práticos: a ilha de Berk foi construída em uma locação no norte da Europa, e o cuidado com os cenários é visível em cada frame. A ambientação é viva, palpável e contribui muito para a imersão do espectador.
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🎭 Atuações equilibradas e afeto genuíno
Mason Thames, no papel de Soluço, consegue captar o desconcerto e a doçura do personagem, mesmo sem trazer grande originalidade ao papel. Sua química com Banguela (ainda que digital) é convincente e comove. Gerard Butler retorna como Stoico, agora também emprestando sua presença física além da voz — e confere imponência ao papel. Nico Parker, como Astrid, se destaca com uma personagem mais ativa e articulada, ganhando novas cenas de diálogo que valorizam sua força.
O elenco jovem como um todo funciona bem, mantendo o tom de humor leve que equilibra os momentos mais emotivos do filme.
🔥 O que poderia ser mais: faltou ambição
Apesar de suas qualidades técnicas e emotivas, o live-action sofre com a ausência de novidades relevantes no enredo. As poucas mudanças adicionadas — como cenas estendidas de treinamento ou interações extras entre os personagens — servem como enfeites, não como evolução narrativa.
Faltou coragem para aprofundar temas que a animação já tocava com delicadeza: a relação entre pais e filhos, o medo do diferente, e o amadurecimento do protagonista. O filme também deixa de aproveitar melhor o potencial simbólico dos dragões em um mundo mais realista, e a fotografia escura em certas cenas prejudica o impacto visual.
Vale a pena ver Como Treinar o seu Dragão (2025)?
O live-action de “Como Treinar o Seu Dragão” é um belo filme, competente e respeitoso com sua origem. Ao mesmo tempo, parece excessivamente preso à memória do passado. Não decepciona, mas também não se arrisca. Funciona como um reencontro carinhoso com personagens amados, principalmente para os fãs da franquia, mas deixa a impressão de que a nova roupagem poderia ter ido além da superfície.
Com a sequência já confirmada, há esperança de que os próximos filmes se permitam voar mais alto — afinal, a história é forte o suficiente para crescer com quem a acompanha desde sempre.
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Onde assistir ao filme Como Treinar o seu Dragão?
O filme está disponível para assistir nos cinemas.
Trailer de Como Treinar o seu Dragão (2025)
Elenco do filme Como Treinar o seu Dragão
- Mason Thames
- Nico Parker
- Gerard Butler
- Nick Frost
- Gabriel Howell
- Julian Dennison
- Bronwyn James
- Harry Trevaldwyn