Crítica da série 'Catálogo', da Netflix (2025) - Flixlândia

A receita do conforto: ‘Catálogo’ aquece o coração, mas não inova

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No vasto universo do streaming, há produções que nos cativam pela originalidade e outras que nos abraçam pelo conforto do que já conhecemos. “Catálogo” se encaixa com perfeição nesta segunda categoria.

A série chega com uma premissa emocionante e profundamente humana, explorando o luto e a redescoberta da paternidade de uma maneira que, à primeira vista, parece única.

No entanto, ao longo de seus episódicos, a sensação de familiaridade se instala, revelando uma obra que, embora executada com sensibilidade e ótimas atuações, caminha por uma trilha emocional já bastante percorrida no cinema e na TV.

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Sinopse

A trama de Catálogo gira em torno de Youssef, um pai de dois filhos, viciado em trabalho e completamente devastado pela morte de sua esposa, Amina. Acostumado a ter a esposa como o pilar que sustentava a dinâmica familiar, Youssef se vê perdido, incapaz de lidar com as tarefas mais básicas do dia a dia, desde preparar os filhos para a escola até organizar uma festa de aniversário.

Ele simplesmente não sabe como ser o pai presente que nunca precisou ser. É aqui que entra o grande trunfo narrativo da série: Amina, ciente das limitações do marido, gravou uma série de vídeos antes de falecer, criando um verdadeiro “manual” póstumo para guiá-lo.

Mesmo com essa ajuda, a ausência de Amina é um vazio profundo, e a grande questão que a série propõe é se Youssef conseguirá se adaptar, transformar sua dor em presença e se tornar a figura paterna e materna que seus filhos agora necessitam.

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Crítica

O maior desafio de Catálogo é a sua originalidade. A história de um pai viúvo que precisa aprender a cuidar dos filhos na marra não é nova. Produções como o filme Paternidade (Fatherhood), com Kevin Hart, já exploraram esse território com nuances muito semelhantes.

A série aposta no recurso das fitas de vídeo como seu diferencial, uma ideia inteligente e comovente que serve como motor para a narrativa. Contudo, esse elemento, por mais tocante que seja, não é suficiente para afastar a sensação de déjà vu.

A produção parece seguir uma fórmula de drama familiar que, embora eficaz em tocar em temas sensíveis, raramente se arrisca a sair da caixa. Para o espectador que busca algo genuinamente inovador, Catálogo pode parecer uma repetição de temas já consolidados, quase como um prato reconfortante cuja receita já conhecemos de cor.

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Cena da série 'Catálogo', da Netflix (2025) - Flixlândia (1)
Cena da série ‘Catálogo’ (Foto: Netflix / Divulgação)

A força do elenco na representação do luto

Onde a série realmente brilha é na força de suas atuações. O drama é carregado de emoção, e tanto o elenco adulto quanto os atores mirins entregam performances de uma honestidade impressionante. Catálogo faz um trabalho excelente ao retratar as diferentes facetas do luto, mostrando como cada faixa etária processa a perda de uma maneira distinta.

Vemos a dor silenciosa e desajeitada de um marido que perdeu sua metade, contrastada com a confusão, a raiva e a tristeza dos filhos que perderam a mãe. Essa exploração multifacetada da dor é o coração da série e seu maior mérito.

Além disso, a personagem de Amina, mesmo presente apenas através de gravações, é construída com uma força notável. Sua previdência e seu amor incondicional transcendem a morte, tornando-a uma presença constante e poderosa que guia não apenas Youssef, mas também o público.

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Pequenos tropeços no ritmo e na naturalidade

Apesar de seus pontos fortes, a produção tropeça em alguns aspectos. O ritmo, por vezes, pode parecer lento, arrastando-se em cenas que poderiam ser mais concisas para manter o engajamento. Outro ponto que ocasionalmente quebra a imersão é a representação da raiva das crianças, que em certos momentos soa um pouco artificial ou ensaiada demais.

São detalhes pequenos, mas que podem distrair o espectador mais atento. No entanto, para aqueles dispostos a relevar esses deslizes e a previsibilidade do roteiro, a série se revela uma maratona rápida e gratificante — seus oito episódios passam voando, deixando uma marca emocional positiva.

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Conclusão

Catálogo é uma série de sentimentos mistos. Por um lado, falha em apresentar uma narrativa inovadora, apoiando-se em clichês do drama familiar sobre perda e superação. Por outro, entrega essa fórmula com um coração imenso, performances excepcionais e uma sensibilidade que torna impossível não se conectar com a jornada de Youssef e seus filhos.

É a escolha perfeita para quem busca uma história sobre luto, legado e dinâmicas familiares, e não se importa em revisitar um terreno emocional já conhecido. No fim, Catálogo pode não ser revolucionário, mas é um lembrete afetuoso de que, mesmo nas histórias que já conhecemos, ainda há espaço para encontrar beleza, emoção e, acima de tudo, humanidade.

Onde assistir à série Catálogo?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Assista ao trailer de Catálogo (2025)

YouTube player

Elenco de Catálogo, da Netflix

  • Mohamed Farrag
  • Tara Emad
  • Khaled Kamal
  • Sedky Sakhr
  • Donia Sami
  • Ahmed Essam
  • Ali Elbeyli
  • Retal AbdulAziz
  • Bayoumi Fouad
  • Samah Anwar
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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