Crítica da série Diário de uma Garota que Coleciona Foras, da Netflix (2025) - Flixlândia

‘Diário de uma Garota que Coleciona Foras’: a drenagem emocional de uma geração

Série sueca está disponível na Netflix

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Em uma era dominada por aplicativos de relacionamento e encontros fluidos, a busca por uma conexão genuína se tornou um labirinto emocional. A sensação de que o amor é um luxo utópico, difícil de alcançar e manter, permeia uma geração inteira que se vê constantemente confrontada com a fragilidade das relações. É nesse cenário que a nova série sueca da Netflix, “Diário de uma Garota que Coleciona Foras“, surge como um espelho brutalmente honesto.

Baseada no romance autoficcional de Amanda Romare, a produção oferece um olhar cru e, ao mesmo tempo, divertido sobre as agruras do namoro moderno. Longe de ser mais uma comédia romântica açucarada, a série se destaca por sua abordagem nua e crua, que mergulha nas profundezas da solidão e da ansiedade com um humor ácido e desarmante.

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Sinopse

A série nos apresenta Amanda (Carla Sehn), uma mulher de 31 anos que se encontra em uma encruzilhada existencial. Cansada de ser “casada com o cosmos” — uma metáfora para sua vida amorosa estagnada —, ela decide se divorciar do universo e se lançar de cabeça no caótico mundo dos encontros.

Sua jornada, que ocupa um verão inteiro, é um desfile de encontros bizarros, tentativas frustradas de conexão e o constante sentimento de estar sempre um passo atrás na vida em relação a suas amigas. Acompanhada por seu grupo de amigas, carinhosamente apelidado de Dr. Pepper (Dr. Pimenta, em português), Amanda navega por aplicativos, baladas e situações inusitadas, sempre com a esperança de encontrar o amor, mas frequentemente se deparando com decepção.

A narrativa, que usa o humor ácido para abordar temas difíceis, revela que a busca de Amanda é, na verdade, um reflexo de ansiedades mais profundas, que vão desde a pressão social até a complexa dinâmica familiar com sua irmã Adina e seus pais.

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Crítica

O que diferencia Diário de uma Garota que Coleciona Foras de outras produções do gênero é sua “brutalidade escandinava”, um toque de crueza que torna a série excepcionalmente cativante. Em vez de uma heroína polida e perfeita, temos uma protagonista que, em suas próprias palavras, “anda por Malmö com o coração na mão, o deixa cair no chão cem vezes e o pega de novo”.

Amanda é imperfeita, comete erros, e por vezes, sua desesperação é tão palpável que dá vontade de sacudi-la. No entanto, é essa vulnerabilidade que a torna tão real e identificável. A série não tem medo de mostrar o lado feio da busca por amor, desde o self-hate que surge após ser rejeitada repetidamente, até a humilhação de cruzar limites pessoais em nome de uma possível conexão.

Carla Sehn, com sua atuação incrivelmente natural, encarna essa dualidade com perfeição, transmitindo uma gama de emoções que nos fazem torcer por Amanda, apesar de suas falhas.

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Cena da série Diário de uma Garota que Coleciona Foras, da Netflix (2025) - Flixlândia
Foto: Netflix / Divulgação

Amizade e irmandade como alicerce

Embora o romance e os encontros sejam o ponto de partida da trama, a série rapidamente revela sua verdadeira essência: a força das relações femininas. A busca de Amanda por amor serve como um trampolim para explorar o elo profundo entre as irmãs Amanda e Adina (interpretada por Moah Madsen), e a lealdade inabalável de seu grupo de amigas. A química entre Sehn e Madsen é autêntica e carrega a série, mostrando uma irmandade que se apoia em momentos de ansiedade, TOC e desilusão.

O roteiro inteligentemente coloca o relacionamento familiar no centro da história, revelando que o “déficit de amor” de Amanda está profundamente enraizado em sua relação distante com o pai. Essa abordagem, que vai além da busca romântica, eleva a narrativa e aprofunda os personagens, transformando a série em algo mais do que apenas uma “comédia de encontros”.

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O olhar cinematográfico e as sutilezas da cultura

A produção é um deleite visual e cultural. O diretor de fotografia Erik Vallsten captura a beleza frágil de Malmö, misturando tons cinzentos e coloridos, criando uma atmosfera que ecoa o estado emocional dos personagens. O uso de câmeras de mão e closes faz com que a série se sinta como um documentário, adicionando uma camada de autenticidade.

Além disso, a série é repleta de detalhes culturalmente específicos que enriquecem a experiência, como a irmã vegetariana que come camarão, ou o “caos dialetal” que permeia a Suécia. No entanto, a série tem seus tropeços. Em alguns momentos, a trama parece arrastar-se, com a repetição de situações que, embora reflitam a vida real, podem cansar o espectador.

A introdução, em particular, é um pouco forçada, com a apresentação de personagens e situações de forma quase caricatural. Apesar disso, a série se recupera rapidamente, entregando um produto final que é divertido, emocionante e, acima de tudo, honesto.

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Conclusão

Diário de uma Garota que Coleciona Foras é uma série que, em sua essência, é uma história sobre amadurecimento tardio. Ela fala diretamente aos milennials e à Geração Z, que se veem navegando por uma paisagem romântica desafiadora. A série se destaca por sua honestidade brutal, sua abordagem de humor ácido e a profundidade de seus relacionamentos.

Embora não seja perfeita — com um ritmo que por vezes se torna repetitivo e um final que, para alguns, pode parecer um pouco “fácil” —, a série é um sopro de ar fresco no gênero. A atuação impecável de Carla Sehn e a química genuína do elenco garantem que, mesmo quando a história se torna previsível, a experiência de assistir é sempre prazerosa.

No final das contas, a série não tem a intenção de ser uma fórmula mágica para o amor, mas sim um espelho que nos lembra que a luta por conexão é universal, e que, em meio a todas as decepções, a esperança — e o riso — sempre persistem.

Onde assistir à série Diário de uma Garota que Coleciona Foras?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Veja o trailer de Diário de uma Garota que Coleciona Foras (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Diário de uma Garota que Coleciona Foras, da Netflix

  • Carla Sehn
  • Moah Madsen
  • Ingela Olsson
  • Dilan Apak
  • Malou Marnfeldt
  • Zahraa Aldoujaili
  • Isac Calmroth
  • Johannes Lindkvist
  • Adam Dahlström
  • Kit Walker Johansson
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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