Confira a crítica do filme "Duna - Parte 2", segunda parte da adaptação de Denis Villeneuve que está disponível para assinantes da Max.
Críticas

‘Duna 2’: Denis Villeneuve cria um épico impressionante

Compartilhe

O filme “Duna: Parte 2” (Dune: Part Two) chegou ao cinema cercado de expectativas em fevereiro. Denis Villeneuve é um diretor que raramente erra, e sua filmografia, que inclui títulos como “Incêndios” (2010), “Os Suspeitos” (2013), “A Chegada” (2016) e “Blade Runner 2049” (2017), é prova disso. Esta sequência de “Duna” não só continua a história épica de Paul Atreides, mas também eleva o nível da narrativa com grandiosidade visual e profundidade emocional.

Sinopse de Duna 2 (2024)

“Duna: Parte 2” retoma a história exatamente onde o primeiro filme parou. Paul Atreides (Timothée Chalamet) alia-se a Chani (Zendaya) e aos Fremen, buscando vingança contra aqueles que destruíram sua família. Enfrentando a escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo, Paul deve evitar um futuro terrível que apenas ele pode prever, enquanto se adapta à sua nova vida em Arrakis e ao seu papel de líder messiânico.

Você certamente vai gostar disso:

Crítica do filme Duna 2

Denis Villeneuve conseguiu transformar “Duna” em um épico moderno que rivaliza com grandes clássicos do cinema. Timothée Chalamet brilha como Paul Atreides, trazendo uma intensidade e vulnerabilidade ao personagem que o torna extremamente humano e identificável. Zendaya, que teve um papel menor na primeira parte, ganha mais destaque e entrega uma performance forte e independente como Chani, mostrando que ela é muito mais do que apenas um interesse amoroso.

Rebecca Ferguson continua a impressionar como Lady Jessica, com cada cena sua sendo um verdadeiro evento. Javier Bardem e Josh Brolin complementam o elenco com atuações robustas como Stilgar e Gurney, respectivamente, agregando camadas de profundidade às suas personagens. Florence Pugh e Christopher Walken também se destacam em suas introduções, criando uma química palpável em cenas de tensão.

Os vilões, interpretados por Dave Bautista e Stellan Skarsgård, continuam a ser um ponto alto do filme. A presença ameaçadora dos Harkonnen é sentida em cada cena, e a caracterização visual do Barão é tanto esteticamente incrível quanto crível. No entanto, a performance de Austin Butler como Feyd-Rautha deixa a desejar, com uma voz que parece fora de lugar e uma interpretação que banaliza o personagem.

Visual acachapante

A estética do filme é simplesmente deslumbrante. A batalha em Giedi Prime, filmada em preto e branco, é uma das cenas mais visualmente impressionantes, capturando a essência do planeta de forma única. No entanto, a utilização de personagens criados por IA em algumas cenas de multidão pode ser um pouco distrativa, devido a movimentos não naturais que se destacam negativamente.

Direção e roteiro

Denis Villeneuve mais uma vez prova por que é considerado um dos melhores diretores de sua geração. Sua abordagem meticulosa e visionária para “Duna: Parte 2” é evidente em cada quadro do filme. O cineasta não apenas dirige a obra com uma mão firme, mas também com uma sensibilidade rara, equilibrando cenas de ação épicas com momentos de profunda introspecção. A capacidade do diretor em criar tensão e desenvolver personagens é notável, especialmente ao lidar com um elenco tão grande e diverso.

O roteiro, coescrito por Villeneuve, Jon Spaihts e Eric Roth, é uma adaptação cuidadosa e respeitosa do material original de Frank Herbert. Os roteiristas conseguiram capturar a essência do romance, ao mesmo tempo em que fazem ajustes inteligentes para tornar a narrativa mais acessível e dinâmica para o público moderno. A construção do mundo em “Duna: Parte 2” é exemplar, com diálogos que desenvolvem a trama e os personagens sem recorrer a exposições desnecessárias.

Uma das maiores forças do roteiro é a maneira como ele equilibra os grandes temas filosóficos e políticos da obra de Herbert com a necessidade de criar uma narrativa envolvente. A exploração do poder, do fanatismo religioso e do destino é tratada com profundidade, sem perder de vista a necessidade de entreter o público. Além disso, o desenvolvimento dos personagens principais é manejado com cuidado, garantindo que suas jornadas pessoais sejam tão cativantes quanto os conflitos épicos que enfrentam.

Conclusão

“Duna: Parte 2” é uma continuação digna que não apenas atende, mas supera as expectativas. Villeneuve conseguiu criar um épico que é visualmente deslumbrante, emocionalmente envolvente e filosoficamente profundo. Apesar de alguns pequenos deslizes, como a atuação de Butler e os personagens de IA, o longa-metragem é um triunfo técnico e narrativo. Com a promessa de uma terceira parte, os fãs podem esperar ansiosos pelo próximo capítulo desta saga monumental.

Siga o Flixlândia nas redes sociais

Onde assistir ao filme Duna 2 (2024)?

O filme está disponível para assinantes da Max.

Trailer do filme Duna 2

Elenco de Duna 2, da Max

  • Timothée Chalamet
  • Zendaya
  • Rebecca Ferguson
  • Josh Brolin
  • Austin Butler
  • Florence Pugh
  • Dave Bautista
  • Christopher Walken
  • Léa Seydoux
  • Stellan Skarsgård
  • Charlotte Rampling
  • Javier Bardem

Ficha técnica de Duna 2 (2024)

  • Título original: Dune – Part Two
  • Direção: Denis Villeneuve
  • Roteiro: Denis Villeneuve, Jon Spaihts, Frank Herbert
  • Gênero: ação, aventura, drama
  • País: Estados Unidos, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Hungria, Itália, Nova Zelândia, Jordânia, Gâmbia
  • Duração: 166 minutos
  • Classificação: 14 anos
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas

Artigos relacionados
Leia a crítica do filme One Hit Wonder, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘One Hit Wonder’ é uma melodia nostálgica que não toca o coração

O cinema, assim como a música, tem a capacidade de nos transportar...

Críticas

‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ revisita o clássico sem CGI

‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ chega aos cinemas como uma adaptação em...

Leia a crítica do filme Os Roses (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Os Roses’: remake de clássico oitentista aposta no humor britânico da dupla principal

Com os constantes flops de filmes de “hominho” no cinema, Hollywood parece...

Crítica do filme Planeta dos Solteiros - Aventura na Grécia, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Planeta dos Solteiros: Aventura na Grécia’ ou férias sob o sol da paranoia

A franquia polonesa de comédia romântica “Planeta dos Solteiros”, um fenômeno de...

Críticas

Rosario: quando o terror assusta pelo estereótipo batido

Estreando no cinema de longas-metragens, o diretor Felipe Vargas propõe em ‘Rosário’...

Crítica do filme A Seita, com Eric Bana, da HBO Max (2025) - Flixlândia (1)
Críticas

‘A Seita’ é um ritual sem sentido

Em meio a uma enxurrada de thrillers psicológicos que buscam explorar as...

Crítica do filme A Mãe e a Maldição, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘A Mãe e a Maldição’ tenta ser muitas coisas, mas não consegue nenhuma delas

O cinema de horror indiano tem experimentado um renascimento fascinante nos últimos...

‘O Último Azul’ filme com Rodrigo Santoro é aplaudido durante estreia no Festival de Berlim 2025
Críticas

‘O Último Azul’: drama brasileiro discute etarismo e muito mais

São tantas camadas a serem discutidas em “O Último Azul” que uma...