Baseado na obra de Scott Westerfeld, o filme “Feios” (Uglies) chega às telas após quase duas décadas da publicação do livro, prometendo explorar temas de beleza e conformidade em um mundo distópico.
Sob a direção de McG, o filme adapta o universo onde a estética se torna o cerne de uma sociedade reestruturada. Joey King assume o papel de Tally Youngblood, a protagonista que questiona os padrões impostos pela sociedade. Contudo, será que “Feios” consegue trazer algo de novo em um gênero já saturado?
Sinopse do filme Feios (2024)
Em um futuro distante, todos os adolescentes, ao completarem 16 anos, passam por uma cirurgia estética obrigatória que os transforma na versão mais atraente de si mesmos. Até lá, eles são considerados “Feios”, vivendo à margem da sociedade em um sistema escolar.
Tally Youngblood (Joey King) mal pode esperar por sua transformação, até que sua amiga Shay (Brianne Tju) a introduz ao conceito de resistência. Shay prefere viver em uma comunidade fora dos padrões estéticos. Quando Tally é recrutada para destruir essa comunidade, ela enfrenta um dilema que a faz questionar tudo o que acreditava sobre beleza, liberdade e controle.
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Crítica de Feios, da Netflix
O conceito de “Feios” soa interessante à primeira vista, uma sociedade onde a perfeição estética é padronizada para eliminar conflitos sociais. No entanto, o filme parece tropeçar em sua própria execução. McG, conhecido por seu trabalho em filmes como As Panteras, entrega uma produção esteticamente genérica, repleta de CGI previsível e uma ambientação que pouco impressiona. A ideia central — questionar os padrões de beleza e a imposição da conformidade — é válida, mas o filme não vai além de sua superfície.
Joey King, que também atuou como produtora executiva, se entrega ao papel de Tally com convicção, mas a trama rasa não oferece profundidade suficiente para que a atriz brilhe. A amizade de Tally com Peris (Chase Stokes) e Shay é desenvolvida de maneira superficial, sem explorar com profundidade o impacto dessas relações no desenvolvimento da personagem.
A participação de Laverne Cox como a antagonista do filme é um dos pontos altos, com uma atuação carismática e vilanesca. No entanto, o roteiro coloca sua personagem em um papel que reforça estereótipos problemáticos, especialmente em um contexto onde a cirurgia estética é central.
Os efeitos visuais, essenciais para criar o mundo futurista de “Feios”, deixam a desejar. As cenas de hoverboard, que deveriam ser emocionantes, parecem tiradas de um jogo de videogame da década passada. O filme tenta criar uma atmosfera distópica, mas não consegue superar a sensação de déjà vu, com reminiscências de obras como Divergente e Jogos Vorazes — mas sem o mesmo impacto.
Conclusão
“Feios” tenta, mas não consegue se destacar em um gênero que já produziu obras mais impactantes e memoráveis. Embora o filme traga à tona discussões relevantes sobre padrões de beleza e conformidade, sua execução não faz jus ao potencial da história.
Com personagens pouco desenvolvidos e uma trama previsível, “Feios” se torna mais um exemplo de como a era de ouro das adaptações juvenis ficou para trás. Para o público mais jovem, pode ser uma introdução ao gênero, mas para os fãs mais antigos, o filme dificilmente deixará algum impacto.
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Onde assistir ao filme Feios?
O filme está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de Feios (2024)
Elenco de Feios, da Netflix
- Joey King
- Keith Powers
- Laverne Cox
- Chase Stokes
- Brianne Tju
- Jan Luis Castellanos
- Charmin Lee
- Gabriella Garcia
- Ash Maeda
Ficha técnica do filme Feios
- Título original: Uglies
- Direção: McG
- Roteiro: Jacob Forman, Vanessa Taylor, Whit Anderson
- Gênero: ficção científica, ação, aventura, drama
- País: Estados Unidos
- Duração: 102 minutos
- Classificação: 14 anos
3 thoughts on “Execução de ‘Feios’ não faz jus ao potencial da história”