Homem X Bebê resenha crítica da série Netflix 2025 Flixlândia

[CRÍTICA] ‘Homem X Bebê’: o milagre de Natal de Mr. Bean que trocou o caos pelo ‘açúcar’

Foto: Netflix / Divulgação
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Em 2022, Rowan Atkinson (o eterno Mr. Bean) nos trouxe “Homem X Abelha: A Batalha”, uma série que conseguiu resgatar o pastelão destrutivo de seu personagem mais famoso, mas adicionando diálogos e um fundo emocional surpreendentemente convincente através do coitado Trevor Bingley. A premissa era simples e eficaz: um homem contra um inseto numa casa chique, resultando em caos hilário e uma breve passagem pela prisão para Trevor.

Embora talvez ninguém estivesse “implorando” por uma continuação, o sucesso inesperado abriu caminho para uma sequência. E eis que ela chegou, “Homem X Bebê”, e com ela, uma inesperada guinada no tom que a transforma em algo que os críticos estão chamando de um “aquecedor de inverno” surpreendentemente adorável, ainda que estranho.

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Sinopse

Após a confusão da abelha que o levou à prisão, Trevor Bingley (Rowan Atkinson) está mais quebrado e azarado do que nunca. Trabalhando como zelador em uma escola primária, ele está prestes a ser demitido e o Natal se aproxima com a perspectiva de solidão. Sua ex-mulher e sua filha, Maddy, estão indo para Barbados com o novo namorado megarrico dela, que ainda por cima se ofereceu para pagar as caras mensalidades da faculdade da garota, o que faz Trevor se sentir ainda mais emasculado.

Em seu último dia de trabalho, enquanto ajuda na peça de Natal da escola, ele é encarregado de cuidar de um bebê anônimo, o “Jesus” da peça, que acaba sendo abandonado na porta. Inesperadamente, Trevor consegue um emprego de cuidador de casa de última hora em um apartamento luxuoso em Londres.

Sem conseguir entregar o bebê a ninguém (já que a polícia e a assistência social estão ocupadas ou, no caso da assistência social, chegam a pensar que o bebê é imaginação de Trevor após ele o perder temporariamente), ele decide contrabandear o pequeno para o flat luxuoso, na esperança de que as autoridades venham buscá-lo rapidamente.

O que se segue não é bem a batalha destrutiva que se poderia esperar, mas sim uma série de desventuras enquanto Trevor tenta conciliar a tarefa de zeladoria com a de “pai postiço”, navegando pelos luxos de alta tecnologia do apartamento e evitando o desastre.

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Resenha crítica da série Homem X Bebê

A (inesperada) fuga do caos

Se você esperava o mesmo nível de destruição e timing cômico estressante de “Homem X Abelha” ou de “Mr. Bean”, prepare-se para ser “enganado” (no bom sentido). O maior trunfo de “Homem X Bebê” é justamente não seguir o caminho óbvio. Enquanto o título sugere um novo embate caótico – Homem versus Criança Incontrolável –, a série nos leva em uma direção totalmente diferente.

Trevor, que já é um pai dedicado (apesar de suas esquisitices), se revela incrivelmente capaz e gentil com o bebê, apelidado de “Baby Jesus”. A tensão não vem do bebê, que acaba se tornando um companheiro eficaz e um incômodo bem mais interessante do que a abelha, mas sim dos empecilhos de tecnologia moderna (tipo aquele chaveiro digital desnecessariamente complicado) e dos seus próprios descuidos. É um ambiente “falso”, muito mais suave.

Homem X Bebê 2025 resenha crítica da série Netflix Flixlândia
Foto: Netflix / Divulgação

O efeito Rowan Atkinson e a estrutura enxuta

Rowan Atkinson, como sempre, é uma força da natureza. Embora seu papel aqui possa não atingir o status icônico de Blackadder ou Mr. Bean, sua presença eleva o material. Ele é incrivelmente otimista e totalmente ingênuo — e, portanto, caloroso —, reagindo aos ostentosos sinais de riqueza da elite. Mesmo quando a vida lhe dá um pontapé, ele não demonstra amargura.

A mudança de nove episódios de 15 minutos para quatro de 25 minutos foi um acerto total. A série está mais enxuta, mais polida e se beneficia imensamente dessa estrutura mais apertada. Há menos tempo para piadas se arrastarem, embora algumas sejam reaproveitadas do trabalho anterior de Atkinson.

Mesmo sem as gargalhadas histéricas que você pode associar a ele, é bastante divertido, e alguns momentos de comédia física mais sutil – como uma piada recorrente envolvendo um elevador e uma sacola – funcionam perfeitamente.

O problema dos clichês do Natal perfeito

A série, no entanto, não é imune a críticas, especialmente no que diz respeito ao seu apelo ao “Natal perfeito”. “Homem X Bebê” abraça o aconchego festivo com um calor excessivamente açucarado e um tanto insensato. A subtrama dos “ricos e pobres”, envolvendo uma família pobre que mora no porão e se alimenta dos restos da elite, parece brega, excessivamente doce e desnecessária, quase um toque de Richard Curtis que não funciona muito bem na comédia.

Além disso, o foco em um bebê aumenta o estresse de situações de perigo (como ele engatinhando por uma escadaria de mármore) de uma forma que não é mais divertida e alegre como a destruição de uma casa, mas sim, francamente, assustadora para os pais. O mistério central do abandono do bebê é resolvido de uma forma totalmente banal e deus ex machina, evitando qualquer subtexto mais sombrio.

Conclusão

“Homem X Bebê” é, surpreendentemente, um adorável deleite natalino, especialmente para quem não curte comédias românticas clichês. Embora as apostas não sejam tão altas quanto no primeiro, e a ausência da grande comédia física destrutiva de Atkinson possa decepcionar alguns, a série triunfa graças à bondade e competência recém-descobertas de Trevor Bingley.

Ele é o homem que ninguém queria, mas que se torna o homem de quem todos precisam neste Natal. É inofensivo, engraçado e uma bem-vinda volta a um estilo de comédia física gentil, se tornando uma opção perfeita para assistir em família. Se é melhor que “Homem X Abelha”? As opiniões divergirão, mas essa versão é inegavelmente mais polida, e os quatro episódios passam voando.

Onde assistir à série Homem X Bebê?

Trailer de Homem X Bebê (2025)

YouTube player

Elenco de Homem X Bebê, da Netflix, da Netflix

  • Rowan Atkinson
  • Alanah Bloor
  • Claudie Blakley
  • Susannah Fielding
  • Robert Bathurst
  • Ellie White
  • Angus Imrie
  • Sunetra Sarker
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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