Confira a crítica do filme "Invasão de Lua de Mel", comédia francesa de 2025 disponível para assistir na Netflix.
Críticas

‘Invasão de Lua de Mel’ e o humor que passou do ponto

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Não é de hoje que o cinema francês gosta de embarcar em aventuras afetivas temperadas com humor constrangedor e pitadas de drama familiar. O filme “Invasão de Lua de Mel”, novo lançamento da Netflix dirigido por Nicolas Cuche, abraça esse estilo sem medo de parecer bobo – e talvez justamente por isso, acabe escorregando.

Ainda que com intenções doces e mensagens sobre autodescoberta e relações parentais, a obra tropeça em uma execução que alterna entre o leve e o artificial, entregando uma experiência morna e previsível.

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Sinopse do filme Invasão de Lua de Mel (2025)

Lucas (Julien Frison) é deixado no altar por sua noiva Maya. Sem conseguir lidar com a rejeição, decide não cancelar a viagem de lua de mel e parte para um resort em uma ilha paradisíaca. Acompanhado de sua mãe, Lily (Michèle Laroque), o que seria uma fuga da realidade transforma-se em uma sucessão de situações bizarras quando eles resolvem fingir ser um casal para aproveitar os benefícios do hotel.

A partir desse disfarce improvável, mãe e filho se veem forçados a conviver intensamente, revelando segredos, mágoas e redescobrindo o vínculo que há muito havia se tornado apenas funcional. Em paralelo, Lucas se envolve com uma nova personagem, Maya (não confundir com a ex-noiva), que o desafia a enfrentar sua própria dificuldade em lidar com a solidão.

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Crítica de Invasão de Lua de Mel, da Netflix

A proposta inicial de colocar mãe e filho fingindo ser um casal para receber mimos soa como um bom ponto de partida para uma comédia de erros. Mas quando essa piada vira o eixo central da narrativa, o riso vira desconforto. O humor físico e o excesso de situações “vergonha alheia” não sustentam a duração do filme e acabam prejudicando o potencial dramático da trama.

A escolha de esticar situações absurdas – como a mãe flertando descaradamente com outros hóspedes ou o filho fingindo intimidade romântica com ela – rompe a suspensão da descrença. Não porque sejam inverossímeis, mas porque são prolongadas além da medida, esvaziando seu efeito cômico.

Relação mãe e filho: luzes e sombras

Apesar do tom exagerado, “Invasão de Lua de Mel” se beneficia da química entre Michèle Laroque e Julien Frison. A dupla consegue transmitir, ainda que de forma superficial, a complexidade de uma relação marcada pela dependência emocional e pela falta de escuta mútua.

Os momentos em que Lily revela os vazios de seu casamento com Michel, e Lucas passa a enxergá-la como uma mulher além da figura materna, são os mais sinceros do longa. Porém, mesmo essas cenas acabam sufocadas por um roteiro que prefere manter a caricatura do que mergulhar na emoção.

Maya, a nova, e o velho problema da idealização

O novo interesse amoroso de Lucas, também chamada Maya, surge como um sopro de maturidade no meio da confusão. Sua fala sobre a importância de aprender a ficar sozinho ressoa como uma lição necessária para o protagonista. No entanto, como tudo no filme, esse desenvolvimento é raso, apressado e não rende o impacto que poderia.

Essa personagem, que poderia representar o início de um novo ciclo para Lucas, acaba sendo apenas mais uma passagem, sem o aprofundamento merecido.

Visual atrativo, roteiro frouxo

Os cenários paradisíacos da Ilha Maurício e os figurinos sofisticados criam uma embalagem encantadora. Há um apelo visual que seduz, principalmente para quem busca um filme “leve para relaxar”. Mas essa beleza não compensa a fragilidade estrutural do roteiro, que repete fórmulas vistas à exaustão e não ousa criar um conflito real que sustente o enredo.

A farsa do casal poderia ter sido apenas um gatilho para o início da viagem emocional dos personagens. Mas, ao optar por fazer dela o ponto central, o roteiro se esgota rápido e transforma a leveza em monotonia.

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Conclusão

“Invasão de Lua de Mel” é uma comédia que, apesar de bem-intencionada, se perde na insistência em piadas repetitivas e numa narrativa que privilegia o absurdo em detrimento da sensibilidade. Ainda que toque em questões importantes sobre maturidade, independência emocional e os sacrifícios das figuras maternas, o faz de forma rasa e apressada.

Como passatempo leve, pode funcionar para quem busca uma comédia sem compromisso. Mas para quem espera mais do que uma série de esquetes constrangedores com pano de fundo paradisíaco, o filme pode soar como uma oportunidade desperdiçada. Em meio a risos tímidos e lições subentendidas, fica a sensação de que o filme teve medo de ser sério e acabou sem força para ser realmente engraçado.​

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Onde assistir ao filme Invasão de Lua de Mel?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Invasão de Lua de Mel (2025)

Elenco de Invasão de Lua de Mel, da Netflix

  • Michèle Laroque
  • Julien Frison
  • Rossy de Palma
  • Gilbert Melki
  • Margot Bancilhon
  • Kad Merad
  • Jake François
  • Camille Aguilar
  • Rémi Johnsen
  • Clara Joly

Ficha técnica do filme Invasão de Lua de Mel

  • Título original: Lune de miel avec ma mère
  • Direção: Nicolas Cuche
  • Roteiro: Laurent Turner, Nicolas Cuche, Laure Hennequart
  • Gênero: comédia
  • País: França
  • Duração: 93 minutos
  • Classificação: 14 anos
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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