Natal é uma época de luzes, calor humano e celebração, mas também pode ser um período de reflexões e saudades. “Irmã de Neve” (Snøsøsteren), filme norueguês baseado no livro de Maja Lunde e Lisa Aisato, explora as nuances entre a alegria natalina e a dor do luto, através do olhar inocente e resiliente de uma criança. Com atuações brilhantes e um cenário de tirar o fôlego, o longa faz uma abordagem delicada sobre perda e renovação.
Sinopse do filme Irmã de Neve (2024)
Julian (Mudit Gupta) está prestes a completar 11 anos, mas o que deveria ser um período de festividades se transforma em dias sombrios para sua família, devastada pela morte de sua irmã mais velha, Juni. Envolto pelo silêncio e pela tristeza de seus pais, Julian encontra conforto inesperado em Hedvig (Celina Meyer Hovland), uma menina que transborda energia natalina e alegria contagiante.
Juntos, eles constroem uma amizade especial, centrada no espírito do Natal e no encantador “Ninho de Inverno”, casa mágica de Hedvig. No entanto, Hedvig guarda um segredo que transformará para sempre a vida de Julian e de sua família.
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Crítica de Irmã de Neve, da Netflix
Os jovens protagonistas Mudit Gupta e Celina Meyer Hovland são os pilares emocionais do filme. Gupta expressa com maestria a dor e a esperança de Julian, enquanto Hovland equilibra carisma e mistério em sua performance como Hedvig. A interação entre os dois captura a essência da narrativa: o poder curativo da amizade e da memória.
Embora o filme traga alguns clichês do gênero natalino, como o resgate da alegria e a importância do amor familiar, ele se diferencia por abordar temas complexos como o luto infantil e a reconexão emocional. A trama, por vezes previsível, é compensada por momentos de profunda reflexão e diálogos que tocam diretamente o coração.
O roteiro acerta ao mostrar a dificuldade dos adultos em lidar com a perda, deixando para as crianças a tarefa de restaurar a esperança. Essa inversão de papéis, embora melancólica, ressalta a força e a clareza emocional que as crianças podem trazer em situações de dor. Além disso, o simbolismo do boneco de neve e da casa “Ninho de Inverno” adiciona uma camada poética à história.
Conclusão
“Irmã de Neve” é muito mais do que um filme natalino: é uma jornada sobre luto, amizade e o renascimento da esperança. Com visuais encantadores, atuações sinceras e uma mensagem universal, a obra consegue emocionar e inspirar.
Apesar de sua carga emocional, o filme encontra o equilíbrio perfeito entre a melancolia e a magia, oferecendo um retrato sincero e tocante de como o amor e as memórias podem iluminar até os momentos mais sombrios.
Para quem busca uma experiência natalina diferente, com profundidade e beleza, “Irmã de Neve” é uma escolha imperdível. Prepare-se para rir, chorar e, no final, sentir-se renovado.
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