Comédia, suspense e tragédia se misturam no filme “LaRoy, Texas”, uma estreia impressionante de Shane Atkinson. Inspirado claramente pelos irmãos Coen, o longa-metragem apresenta uma pequena cidade texana onde mal-entendidos se transformam em um balé de caos e absurdos. Apesar de imperfeições, a obra entrega uma experiência única e provocadora.
Ray (John Magaro) é um homem deprimido e subjugado por um irmão mais bem-sucedido. Quando descobre, com a ajuda de Skip (Steve Zahn), que sua esposa está tendo um caso, Ray decide acabar com a própria vida.
Mas, no estacionamento do motel onde planeja o suicídio, ele é confundido com um assassino de aluguel e oferecido dinheiro para matar um advogado local.
Esse mal-entendido lança Ray em uma série de eventos hilariantes e macabros, envolvendo o verdadeiro assassino (Dylan Baker) e uma cidade cheia de personagens excêntricos.
“LaRoy, Texas” é uma obra que caminha entre o cômico e o grotesco, explorando o absurdo da vida em uma narrativa marcada por reviravoltas. John Magaro entrega um desempenho notável como Ray, capturando sua fragilidade e desespero, enquanto Steve Zahn rouba a cena como o detetive excêntrico Skip.
Dylan Baker também impressiona como o implacável assassino, adicionando uma dose de ameaça que contrasta com o humor predominante.
Direção ambiciosa
A direção de Shane Atkinson demonstra ambição, combinando diálogos bem construídos com situações absurdas que remetem aos clássicos dos irmãos Coen. No entanto, o filme não alcança o mesmo impacto emocional ou a profundidade de seus inspiradores.
Embora o humor seja eficaz, a caricatura de alguns personagens, como a esposa de Ray, Stacy-Lynn, pode afastar o público em busca de maior realismo.
Tom desequilibrado
A fotografia é outro destaque, capturando o contraste entre a desolação externa do Texas e os ambientes surpreendentemente vivos e acolhedores, como bares e restaurantes cheios de vida. Apesar disso, o ritmo irregular e a complexidade da trama podem ser desafiadores para espectadores menos pacientes.
O maior problema do filme é a dificuldade em equilibrar sua tonalidade. Enquanto cenas de comédia absurda funcionam bem, momentos mais dramáticos carecem de impacto, deixando a sensação de que “LaRoy, Texas” poderia ter sido mais conciso e coerente.
“LaRoy, Texas” é uma estreia ousada que merece atenção, especialmente para fãs de comédias ácidas e thrillers peculiares. Apesar de suas falhas em ritmo e desenvolvimento, o filme oferece uma história intrigante, atuações competentes e uma boa dose de humor cínico.
Não é uma obra-prima, mas certamente tem seus méritos como uma tentativa de capturar o espírito do neo-noir texano com originalidade.
Navegando nas águas do marketing digital, na gestão de mídias pagas e de conteúdo. Já escrevi críticas de filmes, séries, shows, peças de teatro para o sites Blah Cultural e Ultraverso. Agora, estou aqui em um novo projeto no site Flixlândia.