Início » ‘Legado Corrompido’ mostra que herança também destrói

Poucas forças corroem mais lentamente uma família do que o poder. E quando esse poder envolve bilhões, influência política e controle da narrativa pública, o veneno se espalha ainda mais rápido. Em “Legado Corrompido”, nova aposta espanhola da Netflix, os Seligman, donos de um império midiático, protagonizam uma guerra familiar travada com sorrisos falsos, chantagens veladas e lealdades condicionais.

Com ecos claros de Succession, mas uma identidade própria marcada pela cultura espanhola, a série mergulha o espectador em um redemoinho emocional onde a pergunta central não é “quem herdará o trono?”, mas sim: “quanto vale destruir tudo para mantê-lo?”

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Sinopse da série Legado Corrompido (2025)

Após dois anos afastado para tratar um câncer nos EUA, Federico Seligman (José Coronado), magnata da comunicação e fundador do influente jornal El Báltico, retorna à Espanha para reassumir o controle do seu império. Mas o que encontra é um território minado: seus quatro filhos tomaram rumos que ele abomina e o afastaram das decisões centrais do grupo.

O que poderia ser um reencontro marcado por reconciliação transforma-se em uma guerra silenciosa e impiedosa, onde chantagens, traições e ambições pessoais ganham terreno. Enquanto Federico se vê como o guardião do legado, seus filhos — Yolanda, Andrés, Guadalupe e Lara — veem nele um obstáculo ao progresso e à modernização.

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Crítica de Legado Corrompido, da Netflix

“Legado Corrompido” acerta ao não tentar ser uma mera cópia de Succession. Ainda que os pontos de partida se assemelhem, a série espanhola desenvolve seu próprio universo: mais direto, mais passional e com uma dose agridoce de tragédia familiar ibérica.

O tom é elegante, mas impiedoso; os diálogos, friamente calculados, mas recheados de frustração. Aqui, o drama vem menos da construção lenta de tensão e mais da constante renovação do conflito.

Federico: o anti-herói em colapso

José Coronado entrega uma atuação sólida como Federico Seligman, um patriarca que transita entre a altivez e a decadência moral. Seu personagem não é um vilão clássico, tampouco um herói incompreendido — é, acima de tudo, um homem obcecado por controle, disposto a tudo para manter o império intacto. Sua declaração, “prefiro destruir tudo a deixar para vocês”, não é uma metáfora: é uma ameaça real, e isso torna a série fascinante.

No entanto, em diversos momentos, a série parece não confiar totalmente na força de Coronado. O roteiro o coloca em cenas que poderiam ser memoráveis, mas que terminam anestesiadas por uma direção visual contida demais. Falta veneno, falta visceralidade, falta o peso dramático que o personagem exige.

Os filhos: herdeiros em guerra, mas sem fogo suficiente

Belén Cuesta se destaca como Yolanda, a filha mais velha, cuja ambição e frieza dão vida às melhores reviravoltas da série. Seu arco envolve um triângulo amoroso e decisões empresariais controversas, e sua presença em cena é magnética.

Diego Martín (Andrés), Natalia Huarte (Guadalupe) e María Morera (Lara) formam um trio de herdeiros cujos conflitos pessoais e traumas passados deveriam servir de combustível para o drama, mas muitas vezes parecem apenas desenhados para manter a trama em movimento.

Há profundidade em seus roteiros individuais, mas o elenco secundário raramente alcança o impacto emocional esperado. A direção opta por uma sobriedade estética que, embora elegante, torna a série mais fria do que envolvente.

O subtexto que importa: mídia, poder e narrativa

Ao contrário de outras produções que exploram o jogo político-familiar com parcimônia, “Legado Corrompido” adota uma narrativa em ritmo constante, cheia de reviravoltas e revelações. Isso torna a maratona envolvente, mas sacrifica momentos de respiro e introspecção. A série parece mais preocupada em chocar do que em emocionar. O resultado: um thriller elegante, porém raso, que entretém mas raramente toca.

Mas um dos trunfos silenciosos de “Legado Corrompido” é sua crítica ao papel da mídia como agente de poder. O controle da informação, as manipulações de assinaturas, as entrevistas como armas — tudo aponta para um olhar crítico sobre como os conglomerados familiares moldam não só negócios, mas também a percepção da realidade. Nesse sentido, a série acerta ao provocar o espectador com a pergunta: quem vigia quem informa?

É nessa camada que “Legado Corrompido” revela sua relevância. A guerra dos Seligman, embora ficcional, evoca dinastias reais e jogos de bastidores que regem o jornalismo, a política e o poder empresarial na vida real.

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Conclusão

“Legado Corrompido” é uma série que prende, mas não marca. Possui ingredientes de um grande drama — um protagonista carismático, conflitos familiares intensos e um pano de fundo midiático relevante —, mas tropeça ao não se aprofundar nas emoções e ao tratar a complexidade de seus personagens com certa superficialidade.

Ainda assim, é uma boa pedida para os fãs de tramas corporativas, dinâmicas familiares tensas e disputas que misturam afeto e ambição. Com um elenco experiente, uma estética sofisticada e um roteiro que sabe como manter o público curioso, a série se firma como mais um capítulo da bem-sucedida investida espanhola da Netflix, mesmo que fique aquém das grandes produções às quais inevitavelmente será comparada.

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Onde assistir à série Legado Corrompido?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Legado Corrompido (2025)

Elenco de Legado Corrompido, da Netflix

  • Jose Coronado
  • Belén Cuesta
  • Diego Martín
  • Natalia Huarte
  • María Morera
  • Susi Sánchez
  • Iván Pellicer
  • Lucas Nabor

Ficha técnica da série Legado Corrompido

  • Título original: Legado
  • Criação: Carlos Montero, Breixo Corral, Pablo Alén
  • Gênero: drama
  • País: Espanha
  • Temporada: 1
  • Episódios: 8
  • Classificação: 16 anos

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