A temporada 3 de “Match Imperfeito” (Mismatched), série indiana da Netflix baseada no romance homônimo de Sandhya Menon, retorna com a promessa de explorar o impacto da tecnologia nas relações modernas.
Desde sua estreia, a série encantou o público com uma mistura de romance jovem, debates sobre identidade e o charme de uma comédia leve. No entanto, nesta temporada, o equilíbrio entre os temas ambiciosos e o coração emocional da trama parece mais desafiador do que nunca.
Sinopse da temporada 3 da série Match Imperfeito (2024)
Com um salto temporal de três anos, a nova temporada encontra Rishi (Rohit Saraf) e Dimple (Prajakta Koli) em uma relação à distância. Enquanto Rishi brilha no prestigioso NNIT em Hyderabad, liderando o desenvolvimento de um ambicioso projeto de realidade virtual, Dimple encara a rejeição ao mesmo instituto, optando por estudar na LLIT.
Apesar das aspirações tecnológicas e do crescimento individual, o relacionamento do casal enfrenta desafios intensos, desde inseguranças pessoais até a desconexão emocional. Paralelamente, personagens como Anmol (Taaruk Raina), Vinny (Ahsaas Channa) e a nova adição Rith (Lauren Robinson) ganham destaque, abordando questões como superação pessoal, identidade de gênero e autoaceitação.
+ ‘Dexter: Pecado Original’ se apoia em excesso na nostalgia
+ ‘Família de Ferro’, um dorama que promete conquistar corações
Crítica da 3ª temporada de Match Imperfeito, da Netflix
A temporada 3 de “Match Imperfeito” tenta expandir seu universo com temas como inteligência artificial e a dualidade entre o mundo virtual e o real. Embora o conceito do “Betterverse” tenha potencial para aprofundar discussões relevantes, ele acaba sendo mais um cenário estético do que um catalisador narrativo.
A série toca de leve em temas complexos — como disforia de gênero, traumas de infância e autoimagem — mas muitas vezes prefere resolver os conflitos de forma superficial, optando por soluções rápidas e pouco impactantes.
Previsível e repetitiva
A relação de Rishi e Dimple, que era o centro emocional da história, torna-se previsível e repetitiva. Os ciclos de brigas e reconciliações cansam e refletem uma falta de evolução nas personalidades dos protagonistas. Por outro lado, personagens como Rith trazem frescor à trama.
A jornada de autoaceitação de Rith, um homem trans que encontra no “Betterverse” a chance de se ver como realmente é, é tocante e bem-intencionada, mas merecia mais profundidade.
No quesito atuações, Prajakta Koli e Rohit Saraf continuam encantando com sua química natural, mas são Taaruk Raina e Lauren Robinson que roubam a cena. Raina, especialmente, dá vida ao conflito interno de Anmol com uma vulnerabilidade que o torna um dos personagens mais interessantes desta temporada.
Excesso de didatismo
A escrita da série, apesar de charmosa e envolvente em momentos, ainda peca pelo excesso de didatismo. O roteiro, com frequência, opta por diálogos expositivos, onde os personagens verbalizam sentimentos em vez de vivenciá-los. Além disso, a estrutura narrativa com múltiplos arcos se mostra desorganizada, com episódios que ora se arrastam, ora correm sem dar espaço para o desenvolvimento adequado dos conflitos.
Conclusão
A temporada 3 de “Match Imperfeito” é um mix de momentos nostálgicos, temas relevantes e ambições narrativas que nem sempre se concretizam. A tentativa de equilibrar romance, tecnologia e questões sociais resulta em um produto instável, que, apesar de encantador em partes, perde a força por sua falta de coesão.
Para os fãs da série, ainda há razões para se envolver, mas o desgaste da fórmula e a ausência de uma evolução significativa podem deixar um gosto agridoce. Ainda assim, o charme dos personagens e a abordagem esperançosa continuam sendo a alma da produção, proporcionando uma experiência leve e agradável para quem busca conforto em histórias sobre os altos e baixos do amor jovem.
Siga o Flixlândia nas redes sociais
Onde assistir à série Match Imperfeito?
Trailer da temporada 3 de Match Imperfeito (2024)
Elenco de Match Imperfeito, da Netflix
- Prajakta Koli
- Rohit Saraf
- Taaruk Raina
- Muskkaan Jaferi
- Rannvijay Singha
- Vidya Malavade
- Ahsaas Channa
- Abhinav Sharma
- Lauren Robinson
- Vihaan Samat
1 thought on “‘Match Imperfeito 3’ encanta em partes, mas falta coesão”