‘Nível Secreto’: uma ode aos games ou propaganda de luxo?
Taynna Gripp11/12/20242 Mins de Leitura11 Visualizações
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Os gamers podem comemorar: o Prime Video trouxe ao mundo uma antologia animada que promete encantar e dividir opiniões: “Nível Secreto” (Secret Level). Com direção de Tim Miller, a série é uma celebração visual e narrativa dos universos mais icônicos dos videogames. Mas será que a produção realmente entrega o que promete?
Com episódios independentes, “Nível Secreto” explora narrativas ambientadas em franquias consagradas como Dungeons & Dragons, Warhammer 40,000 e Dungeons & Dragons.
Cada capítulo busca oferecer uma perspectiva única sobre os universos dos jogos, variando entre animações realistas e cel-shading estilizado. De batalhas sangrentas em arenas cyberpunk a distopias ultracapitalistas, a série tenta capturar a alma dos jogos que representa em histórias de 7 a 17 minutos.
Assistir aos oito primeiros episódios de “Nível Secreto” é como abrir um baú de tesouros – você nunca sabe exatamente o que vai encontrar. Tim Miller, conhecido por Love, Death + Robots, usa sua expertise para trazer à tela universos ricos e visualmente fascinantes. Porém, o conteúdo varia muito em qualidade e impacto, deixando uma impressão mista.
Entre os destaques está o episódio baseado em Warhammer 40,000, que oferece uma explosão de brutalidade e ação cinematográfica. Clive Standen brilha como Titus, e a narrativa captura o espírito visceral do jogo. Já o episódio de Pac-Man surpreende ao transformar o icônico personagem em uma figura sombria, em um enredo que mistura violência e misticismo. Essa ousadia pode agradar alguns, mas também afastar os mais nostálgicos.
Por outro lado, episódios como Sifu conseguem equilibrar fidelidade ao material original e inovação narrativa. Sifu, em particular, entrega cenas de luta coreografadas que poderiam facilmente estar em um filme de kung-fu.
Ainda assim, “Nível Secreto” tropeça ao parecer, em alguns momentos, mais uma extensão de marketing do que uma série com identidade própria. Para não jogadores, a série pode ser desconexa e pouco atrativa, enquanto os gamers mais fervorosos podem sentir falta de um aprofundamento maior nos universos que tanto amam.
“Nível Secreto” é, sem dúvida, um presente para os fãs de videogames, mas não é perfeito. Com altos e baixos, a série se destaca em sua animação e criatividade, mas por vezes cai na superficialidade. Ainda assim, seu formato de antologia permite que cada espectador escolha seus episódios favoritos, tornando a experiência personalizada.
Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.