A Netflix mais uma vez aposta na ficção científica para expandir seu catálogo global com a antologia tailandesa “O Amanhã e Eu” (Anakhot). Inspirando-se em sucessos como Black Mirror, a série aborda dilemas éticos e morais gerados pela convergência entre tecnologia avançada e tradições culturais.
Com apenas quatro episódios, mas cada um com duração digna de um longa-metragem, a produção promete levar o público a uma jornada reflexiva sobre o impacto da tecnologia na humanidade.
Sinopse da série O Amanhã e Eu (2024)
Dirigida por Paween Purijitpanya, “O Amanhã e Eu” explora temas como clonagem, inteligência artificial, prostituição tecnológica, religião digitalizada e mudanças climáticas em uma Tailândia futurista. Cada episódio traz histórias independentes que investigam como avanços tecnológicos perturbam valores e tradições. Os capítulos formam uma narrativa ambiciosa, ao mesmo tempo local e universal.
Em Diferentes, um homem luta para clonar sua esposa falecida, expondo questões sobre amor e identidade. Padecendo no paraíso mergulha em debates sobre moralidade e exploração sexual com o uso de robôs. Buda digital discute a mercantilização da religião e o papel da fé em tempos de inteligência artificial. Por fim, Muitos braços reflete sobre as consequências das mudanças climáticas em um mundo perpetuamente inundado.
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Crítica de O Amanhã e Eu, da Netflix
Apesar de inevitáveis comparações com Black Mirror, “O Amanhã e Eu” encontra sua própria identidade ao contextualizar temas globais em uma perspectiva profundamente tailandesa. A série equilibra momentos de reflexão filosófica com visuais marcantes, mas nem sempre acerta no ritmo e na profundidade narrativa.
Pontos Altos
O episódio Buda digital é o destaque absoluto. Ao abordar a digitalização da fé budista, a série atinge um equilíbrio raro entre crítica social e entretenimento. A discussão entre Anek, um monge tradicional, e Neo, o jovem CEO de uma IA religiosa, captura a tensão entre tradição e inovação. A direção de arte e os efeitos visuais elevam a experiência, imergindo o espectador em um universo rico e provocador.
Outro ponto forte é Padecendo no paraíso, que usa uma estética retrofuturista para discutir tabus sociais, destacando o papel da mulher em sociedades conservadoras. A atuação de Violette Wautier, especialmente, é magnética, trazendo uma intensidade necessária para o episódio.
Pontos Fracos
Embora a proposta seja fascinante, o excesso de duração prejudica a experiência. Muitos episódios têm cenas que poderiam ser mais enxutas, resultando em momentos de lentidão. Muitos braços, por exemplo, apresenta um conceito interessante, mas a execução exageradamente explicativa e o tom cômico dispersam o impacto emocional.
Além disso, a série, por vezes, se apoia demais em elementos visuais, deixando a construção de personagens em segundo plano. Isso é perceptível em Diferentes, que aborda temas relevantes como disforia de gênero e ética na ciência, mas não consegue aprofundar a jornada emocional dos protagonistas.
Conclusão
“O Amanhã e Eu” é uma obra corajosa que, apesar de suas falhas de ritmo, oferece uma visão provocativa sobre o futuro da humanidade. Com direção criativa e temas relevantes, a série se destaca como um marco na ficção científica tailandesa. Prepare-se para reflexões profundas e visuais impressionantes que desafiarão suas percepções sobre o futuro.
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Onde assistir à série O Amanhã e Eu?
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de O Amanhã e Eu (2024)
Elenco de O Amanhã e Eu, da Netflix
- Pakorn Chatborirak
- Waruntorn Paonil
- Treechada Hongsyok
- Sutthirak Subvijitra
- Violette Wautier
- Timethai Plangsilp
- Ray MacDonald
- Aelm Thavornsiri
- Pongsatorn Jongwilas
- Wanichaya Pompanarittichai
Ficha técnica da série O Amanhã e Eu
- Título original: Anakhot
- Criação: Paween Purijitpanya, Pat Pataranutaporn, Jirawat Watthanakiatpanya
- Gênero: ficção científica, drama
- País: Tailândia
- Ano: 2024
- Temporada: 1
- Episódios: 4
- Classificação: 16 anos
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