O Jogo do Elevador crítica do filme Prime Video 2023
Críticas

‘O Jogo do Elevador’ não faz jus à lenda urbana em que se baseia

Compartilhe

“O Jogo do Elevador” (Elevator Game) é um daqueles raros filmes de terror adolescente que, ao contrário da maioria, não se dedica a menosprezar suas futuras vítimas. Dirigido por Rebekah McKendry e escrito por Travis Seppala, o filme nos apresenta um grupo de jovens vloggers que despertam um espírito maligno em um prédio de escritórios, tudo em busca de visualizações e likes. Embora essa premissa tenha potencial para se destacar, o resultado final é um horror previsível que deixa a desejar.

Sinopse de O Jogo do Elevador (2023)

O filme começa com Becki (Megan Best) tentando jogar o “jogo do elevador”, um desafio que supostamente abre um portal para outro mundo. Infelizmente, algo dá terrivelmente errado, e ela desaparece, tornando-se a primeira vítima da “Mulher do Quinto Andar”. Seu irmão, Ryan (Gino Anania), decide investigar o que aconteceu e se junta a um grupo de youtubers que se especializam em fenômenos sobrenaturais. Juntos, eles decidem jogar novamente para criar conteúdo para seu canal, mas acabam despertando a mesma entidade que levou a vítima.

Você certamente vai gostar disso:

Crítica do filme O Jogo do Elevador

Rebekah McKendry, que já demonstrou sua habilidade com espaços confinados em “Glorious” (2022), retorna com uma direção competente em “O Jogo do Elevador”. O filme começa com uma cena eficaz que intercala Becki apertando nervosamente botões no elevador com imagens de sua maquinaria interna, estabelecendo uma tensão inicial promissora. No entanto, essa promessa não é mantida ao longo da projeção.

O roteiro de Travis Seppala falha ao expandir a premissa do jogo de elevador para um longa-metragem. O próprio jogo, que envolve um conjunto repetitivo de apertar botões e mudar de andares, rapidamente se torna tedioso, sem conseguir gerar o suspense necessário. Os personagens, embora sejam retratados com um toque de simpatia em suas buscas por fama nas redes sociais, não conseguem sustentar o interesse quando começam a enfrentar as consequências de suas ações.

Um ponto positivo é a iluminação de alto contraste e a atmosfera de horror-comédia juvenil que permeia o filme, lembrando um episódio mais sombrio da Disney Channel. Contudo, essa leveza inicial se torna um problema quando o filme tenta intensificar o terror. As cenas de susto e a tensão são limitadas, e a direção de McKendry, embora competente, não consegue superar a mediocridade do material de base.

A figura da “Mulher do Quinto Andar”, interpretada pela contorcionista Samantha Halas, apresenta um visual interessante e inquietante à distância, mas perde impacto nos close-ups, onde a maquiagem barata e os efeitos de susto previsíveis não impressionam. A presença da contorcionista oferece alguns momentos visualmente perturbadores, mas não são suficientes para sustentar o filme.

Conclusão

“O Jogo do Elevador” é uma decepção, especialmente considerando o potencial da lenda urbana em que se baseia. Rebekah McKendry demonstra técnica e um bom olho para a composição de cenas, mas é prejudicada por um roteiro fraco e clichês excessivamente usados. A falta de sustos efetivos e uma narrativa que não sabe se quer ser cômica ou assustadora deixam o filme sem direção.

Siga o Flixlândia nas redes sociais

Onde assistir ao filme O Jogo do Elevador (2023)?

O filme está disponível para assinantes do Prime Video.

Trailer do filme O Jogo do Elevador

Elenco de O Jogo do Elevador, do Prime Video

  • Gino Anania
  • Megan Best
  • Alec Carlos
  • Nazariy Demkowicz
  • Samantha Halas
  • Madison MacIsaac
  • Verity Marks
  • Liam Stewart-Kanigan

Ficha técnica de O Jogo do Elevador (2023)

  • Título original: Elevator Game
  • Direção: Rebekah McKendry
  • Roteiro: David Ian McKendry, Travis Seppala
  • Gênero: terror, suspense
  • País: Estados Unidos
  • Duração: 94 minutos
  • Classificação: 16 anos
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

Últimas

Artigos relacionados
Críticas

‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ revisita o clássico sem CGI

‘Bambi: Uma Aventura na Floresta’ chega aos cinemas como uma adaptação em...

Leia a crítica do filme Os Roses (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Os Roses’: remake de clássico oitentista aposta no humor britânico da dupla principal

Com os constantes flops de filmes de “hominho” no cinema, Hollywood parece...

Crítica do filme Planeta dos Solteiros - Aventura na Grécia, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Planeta dos Solteiros: Aventura na Grécia’ ou férias sob o sol da paranoia

A franquia polonesa de comédia romântica “Planeta dos Solteiros”, um fenômeno de...

Críticas

Rosario: quando o terror assusta pelo estereótipo batido

Estreando no cinema de longas-metragens, o diretor Felipe Vargas propõe em ‘Rosário’...

Crítica do filme A Seita, com Eric Bana, da HBO Max (2025) - Flixlândia (1)
Críticas

‘A Seita’ é um ritual sem sentido

Em meio a uma enxurrada de thrillers psicológicos que buscam explorar as...

Crítica do filme A Mãe e a Maldição, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘A Mãe e a Maldição’ tenta ser muitas coisas, mas não consegue nenhuma delas

O cinema de horror indiano tem experimentado um renascimento fascinante nos últimos...

‘O Último Azul’ filme com Rodrigo Santoro é aplaudido durante estreia no Festival de Berlim 2025
Críticas

‘O Último Azul’: drama brasileiro discute etarismo e muito mais

São tantas camadas a serem discutidas em “O Último Azul” que uma...

Leia a crítica do filme Um Homem Abandonado, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Um Homem Abandonado’ e a luta por uma segunda chance

A produção cinematográfica turca tem ganhado um espaço cada vez maior nas...