Confira a crítica da série "O Leopardo", drama histórico ítalo-britânico de 2025 disponível para assistir na Netflix
Críticas

O luxo e o declínio da nobreza: ‘O Leopardo’ resgata um épico atemporal

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A Netflix aposta alto na adaptação televisiva de “O Leopardo”, um dos maiores romances da literatura italiana. Publicado em 1958 por Giuseppe Tomasi di Lampedusa, o livro já havia sido imortalizado no cinema por Luchino Visconti no clássico de 1963, estrelado por Burt Lancaster, Claudia Cardinale e Alain Delon. Agora, sob a direção de Tom Shankland e roteiro de Richard Warlow e Benji Walters, a obra ressurge como uma minissérie luxuosa de seis episódios.

O desafio? Transformar um épico introspectivo sobre decadência aristocrática em um drama acessível ao grande público. O resultado promete visual deslumbrante, personagens intensos e um roteiro que atualiza temas clássicos sem perder a essência da obra original.

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Sinopse da série O Leopardo (2025)

A trama se passa na Sicília de 1860, durante o Risorgimento, período de unificação da Itália. O protagonista, Don Fabrizio Corbera, Príncipe de Salina (Kim Rossi Stuart), precisa lidar com a iminente derrocada da nobreza diante da ascensão da burguesia e do movimento revolucionário liderado por Garibaldi.

Enquanto o príncipe se apega às tradições e tenta preservar sua linhagem, seu sobrinho Tancredi (Saul Nanni) se alista ao lado dos revolucionários, enxergando na mudança uma oportunidade de sobrevivência. Em meio a essa disputa de valores, um triângulo amoroso se forma entre Tancredi, Concetta (Benedetta Porcaroli), a filha sonhadora do príncipe, e Angélica (Deva Cassel), a bela e sedutora herdeira de um burguês ambicioso.

A série equilibra romance e política em um cenário de opulência decadente, onde a tradição luta contra a inevitável modernidade.

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Crítica de O Leopardo, da Netflix

Se há algo inquestionável em “O Leopardo”, é seu esmero visual. Com um orçamento robusto, a Netflix entrega paisagens sicilianas deslumbrantes, figurinos impecáveis e uma fotografia que valoriza cada detalhe da decadente aristocracia italiana. Cada cena exala a grandiosidade do período, evocando a atmosfera de um mundo em transição.

Essa sofisticação estética, no entanto, pode gerar uma sensação de excesso calculado, onde a opulência parece justificar o investimento da plataforma, tornando a série, por vezes, mais uma vitrine de luxo do que uma narrativa envolvente.

Fidelidade ao romance ou atualização necessária?

Uma das principais discussões sobre a série é o grau de fidelidade ao livro de Lampedusa. A adaptação mantém os grandes dilemas filosóficos e políticos da obra original, mas tenta modernizar o enredo ao enfatizar o triângulo amoroso entre Tancredi, Concetta e Angélica.

Essa escolha pode desagradar os fãs mais puristas, já que o romance, no livro, é mais um reflexo da mudança social do que um elemento central da trama. No entanto, para um público acostumado a sucessos como “Bridgerton” e “Downton Abbey”, essa abordagem pode tornar a narrativa mais envolvente e acessível.

Atuações: entre o carisma e a introspecção

O elenco, composto majoritariamente por atores italianos, traz um diferencial importante em relação à versão cinematográfica de Visconti, que escalou Burt Lancaster para um papel essencialmente italiano.

Kim Rossi Stuart entrega um Don Fabrizio melancólico e introspectivo, representando com maestria a luta interna do personagem entre aceitação e resistência ao novo mundo. Saul Nanni tem a difícil missão de rivalizar com o icônico Alain Delon, mas consegue imprimir ao seu Tancredi um misto de oportunismo e charme. Já Deva Cassel, filha de Monica Bellucci, traz magnetismo à sedutora Angélica, enquanto Benedetta Porcaroli confere fragilidade e emoção à Concetta.

Ainda assim, há momentos em que a atuação parece contida demais, deixando a sensação de que o drama poderia ser mais intenso.

A grandiosidade do romance resiste ao formato televisivo?

Enquanto a versão cinematográfica de Visconti apostava em um tom épico e contemplativo, a série da Netflix parece buscar um equilíbrio entre o rigor histórico e um entretenimento mais direto. O resultado é uma produção que, embora magnífica em escala, pode parecer menos impactante em termos de profundidade dramática.

O roteiro oscila entre momentos de pura exuberância visual e outros de desenvolvimento lento, que podem testar a paciência do público acostumado a tramas mais ágeis.

Ao transformar “O Leopardo” em uma minissérie, a Netflix permite um maior desenvolvimento dos personagens, mas ao mesmo tempo perde a força da síntese cinematográfica de Visconti, que condensava a essência do declínio aristocrático em uma experiência mais intensa.

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Conclusão

“O Leopardo” é, sem dúvida, uma das maiores apostas da Netflix no campo dos dramas históricos internacionais. A série captura a riqueza visual e os dilemas existenciais da obra original, trazendo um espetáculo visual e narrativo que dialoga com o público contemporâneo.

Entretanto, ao tentar equilibrar fidelidade ao clássico com uma abordagem mais comercial, a produção pode dividir opiniões. Para os fãs de romances históricos e dramas de época, a série será um deleite cinematográfico, mas os espectadores que buscam uma história mais ágil podem sentir um ritmo excessivamente pausado.

No fim, “O Leopardo” continua sendo um reflexo da eterna luta entre tradição e modernidade, assim como a própria obra de Lampedusa propunha. Resta saber se esta versão será lembrada como uma reinvenção bem-sucedida ou apenas um belo retrato de um passado que já não pode ser revivido.

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Onde assistir à série O Leopardo?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de O Leopardo (2025)

Elenco de O Leopardo, da Netflix

  • Kim Rossi Stuart
  • Benedetta Porcaroli
  • Deva Cassel
  • Saul Nanni
  • Francesco Colella
  • Paolo Calabresi
  • Astrid Meloni

Ficha técnica da série O Leopardo

  • Título original: Il Gattopardo
  • Criação: Richard Warlow
  • Gênero: drama
  • País: Itália, Reino Unido
  • Temporada: 1
  • Episódios: 6
  • Classificação: 16 anos
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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