Confira a crítica do filme "O Macaco", terror com Elijah Wood e Tatiana Maslany de 2025 em cartaz nos cinemas

‘O Macaco’ é um ‘terrir’ que batuca sem ritmo

Foto: Paris Filmes / Divulgação
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O diretor Osgood Perkins retorna com o filme “O Macaco”, uma adaptação do conto de Stephen King presente na antologia Tripulação de Esqueletos.

Depois do sucesso de Longlegs – Vínculo Mortal, a expectativa era de um terror igualmente impactante, mas o que encontramos aqui é um filme que caminha entre o horror e a comédia macabra, sem conseguir equilibrar bem seus elementos. O resultado é uma experiência que diverte em alguns momentos, mas decepciona na execução.

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Sinopse do filme O Macaco

A trama acompanha os irmãos gêmeos Hal e Bill Shelburn (Christian Convery na infância e Theo James na fase adulta), que descobrem um misterioso macaco de brinquedo no sótão do pai. Rapidamente, eles percebem que o objeto é muito mais do que uma simples relíquia antiga: a cada vez que o brinquedo bate seus tamborins, alguém morre.

Assustados, os irmãos tentam se livrar da criatura, mas com o tempo suas vidas seguem caminhos diferentes. Quando as mortes inexplicáveis retornam anos depois, eles são obrigados a se reunir para destruir de vez o macaco antes que ele extermine todos ao seu redor.

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Crítica de O Macaco (2025)

O primeiro problema de “O Macaco” está na forma como foi vendido ao público. O material promocional o apresentava como um terror claustrofóbico e aterrorizante, especialmente por ser baseado em um conto de Stephen King e dirigido pelo mesmo cineasta de Longlegs. No entanto, a experiência é completamente diferente: trata-se de uma comédia de horror que lembra produções como Premonição, mas sem a mesma coesão.

Enquanto outros filmes conseguem mesclar terror e humor de forma eficaz, como Uma Noite Alucinante 2 e Todo Mundo Quase Morto, “O Macaco” parece hesitante. Ele nunca se compromete totalmente com a comédia, nem com o horror, resultando em uma narrativa que se fragmenta ao longo do tempo.

Força e fraqueza dos personagens

O grande trunfo da primeira metade do filme é a dinâmica entre os irmãos na infância. Christian Convery entrega uma atuação envolvente ao dar vida a Hal e Bill, mostrando a dualidade entre um gêmeo mais ingênuo e outro mais perverso. Já na fase adulta, Theo James assume o papel e, infelizmente, não consegue sustentar a mesma intensidade.

Tatiana Maslany, como a mãe dos meninos, é um dos destaques do filme, trazendo um carisma que falta a grande parte do elenco. Sua presença dá um peso emocional inicial à trama, mas sua saída precoce enfraquece a história. O mesmo ocorre com Elijah Wood, que parece subaproveitado e sem grande impacto na narrativa.

Mortes criativas, mas sem propósito

Um dos elementos mais chamativos do filme é a forma como as mortes acontecem. O roteiro aposta em fatalidades exageradas e imprevisíveis, lembrando uma versão mais cômica de Premonição. Algumas cenas são impactantes, como o acidente na piscina e a morte causada por um enxame de abelhas. No entanto, muitas dessas mortes acontecem com personagens irrelevantes, sem que o público se importe de verdade com suas perdas.

Essa abordagem acaba tornando o filme um desfile de violência gratuita, sem criar uma conexão emocional com os eventos. Enquanto Premonição estabelecia uma relação clara entre os personagens e seus destinos, “O Macaco” apenas joga corpos na tela para manter o ritmo da história.

Problemas na condução e roteiro inconsistente

Osgood Perkins é um diretor talentoso, mas aqui parece indeciso sobre qual tom seguir. A primeira parte do filme, que estabelece o mistério do macaco e sua conexão com os gêmeos, é bem desenvolvida. No entanto, conforme a história avança para a vida adulta de Hal e Bill, o filme perde o rumo.

A tentativa de criar um drama sobre luto e trauma se choca com as mortes exageradas e o humor bizarro. Quando o filme parece que vai abraçar o absurdo e se tornar uma diversão sem compromisso, ele recua e tenta ser sério novamente. O resultado é uma narrativa truncada, que não permite ao espectador se envolver totalmente.

Além disso, o roteiro não explora a mitologia do brinquedo assassino. Como ele foi criado? Existe uma forma clara de destruí-lo? As regras do macaco são pouco estabelecidas, o que torna sua ameaça menos aterrorizante.

Final apressado

O terceiro ato tenta aumentar a tensão ao colocar os protagonistas em um confronto direto com o macaco, mas a resolução é apressada e sem impacto. O filme não oferece um desfecho satisfatório para a relação entre os irmãos e nem para o terror que o brinquedo representa. O clímax poderia ter sido mais ousado ou surpreendente, mas acaba apenas seguindo uma fórmula previsível.

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Conclusão

“O Macaco” é um filme que tinha potencial para ser um “terrir” memorável, mas sua falta de identidade o prejudica. A mistura de terror e comédia não funciona completamente, e o roteiro não consegue sustentar a narrativa até o final. Existem momentos divertidos e algumas mortes criativas, mas nada que realmente marque o gênero.

Se você está esperando um terror impactante como Longlegs, vai se decepcionar. Se entrar no cinema com a mentalidade de assistir a uma comédia sangrenta e absurda, pode até encontrar alguma diversão. No fim, “O Macaco” é um filme que tenta dançar ao som do tambor, mas acaba desafinando no meio do caminho.

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Onde assistir ao filme O Macaco?

O filme estreou nos cinemas no dia 6 de março de 2025.

Trailer de O Macaco (2025)

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Elenco do filme O Macaco

  • Theo James
  • Tatiana Maslany
  • Christian Convery
  • Colin O’Brien
  • Elijah Wood
  • Rohan Campbell
  • Sarah Levy
  • Osgood Perkins
  • Tess Degenstein
  • Danica Dreyer

Ficha técnica de O Macaco (2025)

  • Título original: The Monkey
  • Direção: Osgood Perkins
  • Roteiro: Osgood Perkins
  • Gênero: terror, comédia
  • País: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá
  • Duração: 98 minutos
  • Classificação: 18 anos
Escrito por
Giselle Costa Rosa

Navegando nas águas do marketing digital, na gestão de mídias pagas e de conteúdo. Já escrevi críticas de filmes, séries, shows, peças de teatro para o sites Blah Cultural e Ultraverso. Agora, estou aqui em um novo projeto no site Flixlândia.

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