
Foto: Viki Rakuten / Divulgação
O que acontece quando uma jovem com dons espirituais decide virar as costas ao próprio destino — mas é arrastada de volta ao mundo dos mortos, amores mal resolvidos e dragões vingativos? É isso que “O Palácio Assombrado”, novo dorama coreano de época, propõe nos seus episódios iniciais. Com uma narrativa que combina elementos históricos, sobrenaturais e românticos, a série aposta num tom híbrido que vai do sombrio ao cômico com surpreendente naturalidade.
Ambientada na era Joseon, a produção apresenta personagens com laços profundos e passados entrelaçados, cuja convivência atual é marcada por segredos, possessões espirituais e desejos não realizados. Tudo começa com a tragédia de uma criatura mítica que falhou em se tornar dragão e acabou obcecada por uma humana — e evolui para um jogo de poder entre o mundo dos vivos e dos mortos.
Os dois primeiros episódios não apenas constroem esse universo com riqueza de detalhes, mas também estabelecem com precisão os conflitos emocionais e espirituais que devem guiar a série. A seguir, veja como a história começa e por que “O Palácio Assombrado” tem tudo para se tornar uma das produções mais interessantes do ano no gênero fantasia histórica.
Sinopse do dorama O Palácio Assombrado (2025)
O dorama “O Palácio Assombrado” se passa numa Joseon tomada por espíritos vingativos e tensões políticas. A protagonista Yeo-ri (Bona), nascida com dons xamânicos, tenta fugir de seu destino trabalhando como artesã de óculos. Mas o passado e os fantasmas não a deixam em paz — especialmente Kang-cheol, um imugi (dragão inacabado) que a persegue desde a infância, acreditando que ela pode ajudá-lo a ascender ao céu.
Enquanto isso, o príncipe herdeiro é possuído por um espírito maligno, mas o Rei Yi Seong (Kim Ji-hoon) insiste que a causa é médica. Seu fiel conselheiro Yoon Gap (Yook Sung-jae) busca ajuda secreta de Yeo-ri, mas é assassinado e tem seu corpo tomado por Kang-cheol. Agora, Yeo-ri precisa sobreviver numa corte cheia de espectros e manipulações, enquanto tenta salvar a alma de seu primeiro amor — que está presa no corpo de seu maior inimigo.
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Crítica da série O Palácio Assombrado, do Viki
“O Palácio Assombrado” apresenta um início marcante, com ambientação caprichada e um equilíbrio eficaz entre suspense, humor e drama. A direção investe em elementos visuais ricos, como os trajes tradicionais, os rituais xamânicos e a presença constante de espíritos. Não é uma série “de susto”, mas sim uma fantasia sobrenatural com alma de fábula sombria.
A introdução da lenda do imugi e o destino interrompido de Kang-cheol conferem profundidade ao vilão, que foge do maniqueísmo e flerta com a tragicomédia.
Yeo-ri: entre a rejeição e a resistência
Interpretada com firmeza por Song Ji-woo, Yeo-ri é uma protagonista cheia de contradições. Ela nega seu dom espiritual, mas não consegue se desvincular do mundo invisível. A rejeição dos aldeões, a morte da avó e o trauma de infância a tornaram cética e isolada, o que dá ao arco da personagem um tom melancólico, mas também combativo.
Sua relação com os espíritos, principalmente com os fantasmas que encontra nos episódios iniciais, é tensa, mas marcada por empatia e uma coragem contida. Ela não quer ajudar — mas também não consegue se abster.
Gangcheori e Yoon Gap: duas almas, um corpo e muito caos
Yook Sung-jae brilha ao interpretar dois personagens opostos: o gentil e contido Yoon Gap, e o caótico, debochado e impulsivo Kang-cheol. A transição entre eles é fluida e carismática. É impossível não rir com as cenas do imugi descobrindo os prazeres humanos — principalmente a comida — enquanto habita um corpo que ele não entende.
Mais do que vilão, Kang-cheol é uma figura trágica e cômica, obcecada por Yeo-ri não apenas por interesse místico, mas por uma fixação emocional mal resolvida. O roteiro brinca com essa ambiguidade e acerta em cheio ao evitar que ele se torne apenas um antagonista.
Romance, mistério e política: uma mistura instigante
O romance aqui não é convencional. Yeo-ri amava Yoon Gap, mas agora precisa lidar com o fato de que seu corpo é habitado por alguém que ela detesta. É uma inversão que provoca desconforto, mas também dá margem para dilemas interessantes.
Enquanto isso, as intrigas palacianas, com a Rainha Mãe desconfiando da possessão do príncipe e tramando substituições na linha sucessória, adicionam um componente político que enriquece a narrativa. Há espaço para discussões sobre fé, ciência, legado e sacrifício — tudo costurado por uma atmosfera de mistério crescente.
Ritmo, humor e direção acertam o tom
A série evita cair em melodrama excessivo e encontra um ritmo agradável. As cenas de possessão e exorcismo têm boa dose de tensão, mas também humor, como nos embates verbais entre Yeo-ri e Gangcheori.
O segundo episódio, especialmente, mostra domínio de tom: a mistura de ação sobrenatural, sátira social e desenvolvimento emocional funciona muito bem. O flashback em que Gangcheori relembra quando viu Yeo-ri pela primeira vez é revelador e adiciona uma camada emocional inesperada.
Conclusão
“O Palácio Assombrado” tem um início forte, visualmente cativante e narrativamente envolvente. Ao evitar clichês e investir em personagens complexos, os dois primeiros episódios criam um universo que mistura lenda, política, humor e dor com naturalidade.
Song Ji-woo e Yook Sung-jae têm química e sustentam o enredo com talento e carisma. Se o roteiro continuar nesse equilíbrio entre humor sombrio e mistério, a série promete ser uma das boas surpresas do ano para quem curte dramas históricos com pitadas de fantasia e romance inusitado.
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Onde assistir ao dorama O Palácio Assombrado?
A série está disponível para assistir no Viki.
Trailer de O Palácio Assombrado (2025)
Elenco de O Palácio Assombrado, do Viki
- Kim Ji Yeon
- Song Ji-woo
- Yook Sungjae
- Kim Ji Hun
- Kim In Kwon
- Han So Eun
- Shin Seul Ki
- Kim Young Kwang
- Yoon Seong Sik
Ficha técnica da série O Palácio Assombrado
- Título original: Gwi-gong / The Haunted Palace
- Gênero: comédia, romance, fantasia
- País: Coreia do Sul
- Temporada: 1
- Episódios: 16
- Classificação: 14 anos