O diretor colombiano Andrés Baiz retorna ao cinema após mais de uma década com “Pimpinero: Sangue e Gasolina” (Pimpinero: Sangre y Gasolina), um filme do Prime Video que explora a complexidade humana em um cenário de desespero, marcado por contrabando de gasolina na fronteira entre Colômbia e Venezuela.
Conhecido por seu talento em mergulhar nos aspectos mais sombrios da moralidade, Baiz nos oferece aqui uma narrativa que transita entre o western moderno e o thriller de vingança. Mas será que a obra alcança o impacto que promete?
Sinopse do filme Pimpinero: Sangue e Gasolina (2024)
+ ‘Transmitzvah’ é uma obra ambiciosa
+ Humor macabro e gore dão a tônica de ‘Casamento Sangrento’
+ ‘Piano de Família’, uma herança de dor e superação em forma de arte
Crítica de Pimpinero: Sangue e Gasolina, do Prime Video
No entanto, a narrativa de Baiz é marcada por altos e baixos. O foco inicial nos irmãos Estrada prometia um estudo interessante das dinâmicas familiares e das escolhas morais em um contexto de sobrevivência extrema. Contudo, a decisão de transferir o protagonismo para Diana, embora ousada, dilui a coesão do filme.
Laura Osma entrega uma atuação convincente, especialmente na transição de uma jovem apaixonada para uma mulher implacável em busca de justiça. Ainda assim, essa mudança narrativa sacrifica o desenvolvimento dos personagens masculinos, deixando-os como figuras superficiais em uma trama que poderia ser mais rica.
Clichês saturados
As cenas de ação, apesar de pontuais, carecem da tensão e do ritmo necessários para sustentar a atmosfera de perigo constante. Além disso, o roteiro se perde em subtramas que pouco acrescentam à narrativa principal, resultando em um segundo ato arrastado. A trilha sonora, com momentos que tentam evocar a profundidade de Gustavo Santaolalla, falha em criar a intensidade emocional que a história exige.
Conclusão
“Pimpinero: Sangue e Gasolina“, do Prime Video, é um filme visualmente impressionante, mas que peca pela execução narrativa inconsistente. Andrés Baiz apresenta personagens e cenários carregados de potencial, mas não consegue escapar dos clichês do gênero nem aprofundar os conflitos que prometiam sustentar a trama.
Ainda assim, para fãs de thrillers moralmente complexos e de histórias ambientadas em contextos extremos, o longa oferece momentos de intensidade e reflexão. Embora imperfeito, “Pimpinero” reforça o talento de Baiz para capturar a luta humana diante de circunstâncias adversas, mesmo que o resultado final fique aquém de sua ambição.
