‘Príncipes Perigosos’, o retrato sombrio dos privilegiados

Cresci assistindo a dramas adolescentes ambientados em escolas e faculdades que ofereciam uma visão doce e romântica da vida jovem. No entanto, ao retornar a esse subgênero, fui surpreendido por uma mudança drástica no cenário. Produções como “13 Reasons Why” e “Euphoria” trouxeram uma realidade muito mais crua e perturbadora. Dentro desse novo contexto, surge “Príncipes Perigosos” (Untamed Royals), um filme mexicano da Netflix que tenta explorar a decadência moral dos jovens privilegiados. Mas será que ele oferece algo de novo ou cai nos clichês desse tipo de narrativa?

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Sinopse do filme Príncipes Perigosos (2024)

“Príncipes Perigosos” nos apresenta um grupo de jovens ricos que, graças à sua posição social privilegiada, cometem crimes horríveis sem enfrentar as consequências. A história começa com Xavier, um dos protagonistas, sendo interrogado sobre um assalto encenado, revelando até onde ele e seus cúmplices estão dispostos a ir para manter as aparências.

À medida que a trama se desenrola, o filme expõe uma realidade sombria, onde a impunidade e a desconexão da realidade se tornam o centro das ações desses jovens.

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Crítica de Príncipes Perigosos, da Netflix

“Príncipes Perigosos” se propõe a ser um thriller criminal que desnuda a realidade dos jovens pertencentes à elite mexicana. No entanto, ao longo de seus 99 minutos de duração, o filme não consegue entregar uma narrativa coesa e convincente.

Embora a premissa inicial seja intrigante, o desenvolvimento da trama se perde em cenas desordenadas e desconexas, deixando o espectador confuso e frustrado. A personagem Xavier, que deveria ser o fio condutor da história, acaba sendo ofuscada por Gerardo, cujo arco é explorado de maneira superficial e sem impacto real.

Falta profundidade

O filme tenta explorar a perversidade dos jovens privilegiados através de cenas sexualizadas que, em vez de adicionar profundidade à narrativa, acabam soando gratuitas e desnecessárias. Embora a intenção do diretor Humberto Hinojosa Ozcariz fosse destacar a desconexão dos personagens com a realidade, o excesso de foco em momentos de voyeurismo e manipulação apenas reforça o estereótipo de que esses filmes se utilizam da provocação sem propósito.

Outro ponto que decepciona é a falta de exploração do conceito de “realeza”. O título sugere uma análise mais aprofundada sobre o poder e a influência que a riqueza confere a esses jovens, mas o filme se limita a mostrar o lado mais sombrio e sem glamour de suas vidas, sem fazer jus ao que o título promete. Isso deixa uma lacuna na narrativa, que poderia ter sido preenchida com cenas que contextualizassem melhor o privilégio desses personagens.

Mesmo com uma direção de arte competente e boas atuações, especialmente de Juan Pablo Fuentes Acevedo, o filme não consegue se sustentar. O ritmo arrastado e a falta de uma conclusão satisfatória deixam o espectador com a sensação de que o potencial da história foi desperdiçado.

Conclusão

“Príncipes Perigosos” tenta trazer uma crítica social sobre a impunidade dos ricos, mas se perde em sua própria pretensão. Com uma narrativa desarticulada e um excesso de cenas que pouco contribuem para o desenvolvimento dos personagens ou da trama, o filme falha em engajar o público e entregar uma mensagem clara.

Embora alguns momentos possam provocar reflexão, o resultado final é um filme que deixa mais perguntas do que respostas, sem oferecer uma experiência verdadeiramente marcante.

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Onde assistir ao filme Príncipes Perigosos?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Príncipes Perigosos (2024)

Elenco de Príncipes Perigosos, da Netflix

• Juan Pablo Fuentes
• Ximena Lamadrid
• Fernando Cattori
• Renata Manterola
• Alfonso Herrera

Ficha técnica do filme Príncipes Perigosos

• Título original: Delincuentes
• Direção: Humberto Hinojosa Ozcariz
• Gênero: drama, policial
• País: México
• Duração: 99 minutos
• Classificação: 16 anos

Sobre o autor

Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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