No competitivo universo dos doramas de suspense policial, “Todos os Crimes da Louva-a-Deus” (Queen Mantis) surge na Netflix e no Viki como uma proposta audaciosa e viciante, cercado de grande expectativa.
Baseado na minissérie francesa “La Mante”, o K-drama nos convida a um mergulho sombrio e psicológico, onde a linha entre o bem e o mal é tênue e os laços de sangue são mais uma maldição do que uma bênção.
Longe de ser apenas mais um thriller sobre serial killers, a série se destaca por usar a investigação criminal como pano de fundo para uma análise profunda sobre trauma, herança familiar e a busca por redenção.
Os dois primeiros episódios não apenas estabelecem uma premissa instigante, mas também introduzem um jogo de gato e rato tenso e imprevisível, prometendo uma jornada cheia de reviravoltas.
Sinopse
O episódio de abertura nos lança em um cenário de terror familiar. O detetive veterano Choi Jung-ho se depara com um assassinato brutal que remete, em todos os detalhes, aos crimes de uma serial killer lendária, conhecida como “A Louva-a-Deus”.
Apelidada assim por sua predileção em matar homens violentos que agrediam mulheres, a verdadeira identidade da assassina é Jeong I-shin. Embora o relatório oficial declare sua morte na prisão, a verdade é que ela segue viva, cumprindo pena em Anwon.
O caso ganha uma camada pessoal e dramática quando somos apresentados ao policial Cha Su-yeol, que, para surpresa de todos, é o filho biológico da Louva-a-Deus. Adotado e com um nome alterado para escapar do estigma, ele construiu sua vida como “defensor da lei” na tentativa de apagar os crimes da mãe de sua memória. No entanto, a nova onda de assassinatos “copycat” o força a confrontar seu passado.
Para resolver o caso, Jung-ho propõe um acordo macabro: pedir a ajuda da Louva-a-Deus original, que exige colaborar apenas com seu filho, Su-yeol. A amarga e tensa reunião entre mãe e filho, as investigações da equipe e as reviravoltas no caso se tornam o ponto central do episódio. A trama se adensa ainda mais quando percebemos que o imitador não é apenas um fã, mas alguém com acesso a informações privilegiadas, e que a própria Louva-a-Deus pode estar tecendo um plano de fuga ainda mais complexo.
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Crítica
“Todos os Crimes da Louva-a-Deus” se distingue por focar na tensão psicológica em vez da simples caça policial. O cerne da série não é “quem é o assassino?”, mas “o que acontece com quem é obrigado a conviver com o legado de um assassino?”.
Cha Su-yeol personifica essa angústia. Sua decisão de se tornar policial é uma tentativa de redenção, de provar que a herança genética de sua mãe não o define. Essa luta interna é palpável e nos conecta emocionalmente com ele.
O roteiro inteligentemente usa a violência para ilustrar o trauma de Su-yeol, como a cena em que ele quase atira na mãe de Eun-ae, espelhando a natureza “dispara-e-depois-pergunta” que ele teme ter herdado de I-shin. A série não tem medo de ser cruel ao explorar essas feridas, tornando a jornada do protagonista ainda mais cativante e dolorosa.

Um jogo perverso
A dinâmica entre Jeong I-shin e Cha Su-yeol é, sem dúvida, o pilar da série. O encontro entre os dois não é apenas o reencontro de uma mãe e seu filho, mas a colisão de dois mundos opostos: a escuridão absoluta e a busca desesperada pela luz.
Go Hyun-jung entrega uma atuação arrepiante como I-shin. Ela não é uma vilã caricata, mas uma manipuladora calculista que encontra prazer em provocar a dor emocional de seu filho. Sua descrição fria e gráfica do parto de Su-yeol é um momento perturbador que demonstra a crueldade inata da personagem.
O roteiro sugere que a serial killer não busca apenas a liberdade, mas também o controle total sobre a vida do filho. Essa relação tóxica e doentia promete ser o motor da narrativa, um jogo de xadrez em que a Louva-a-Deus sempre parece estar um passo à frente, manipulando as peças para o seu próprio benefício.
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Construção de mundo e desafios do gênero
O episódio 1 de “Todos os Crimes da Louva-a-Deus” constrói um universo de suspense de forma eficaz. O ritmo é acelerado, a ambientação é sombria e a direção de Byun Young-joo é precisa ao intensificar o clima de pavor.
A revelação de que o imitador baseou seus crimes em registros internos da polícia, e não em fotos de jornais, é um clímax inteligente que estreita o círculo de suspeitos e adiciona uma camada de mistério ainda maior à conspiração.
A série também enfrenta o desafio de muitos thrillers: a necessidade de suspensão da descrença. A ideia de um policial ter que trabalhar com sua mãe assassina, mantendo segredo da equipe e do público, parece improvável, mas o roteiro faz um bom trabalho em justificar essa decisão, apelando à pressão do Comissário e ao desespero de Jung-ho. O episódio consegue nos engajar o suficiente para que aceitemos essa premissa e nos preocupemos com as consequências para os personagens.
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Conclusão
Com uma estreia eletrizante, “Todos os Crimes da Louva-a-Deus” se estabelece não apenas como um K-drama policial de alta qualidade, mas como um estudo de personagem complexo e perturbador. A série promete transcender as convenções do gênero ao focar na desintegração psicológica de seus protagonistas e na amarga luta de um filho para se libertar do legado de uma mãe-monstro.
Se as pistas se confirmarem, e I-shin estiver por trás de tudo, o público estará diante de um jogo de gato e rato tão astuto que eleva a trama a um patamar ainda mais sombrio e envolvente. O episódio termina com um gancho perfeito, deixando claro que a verdadeira Louva-a-Deus está de volta e o caos está apenas começando.
Onde assistir ao dorama Todos os Crimes da Louva-a-Deus?
A série está disponível para assistir no catálogo da Netflix.
Assista ao trailer de Todos os Crimes da Louva-a-Deus (2025)
Quem está no elenco de Todos os Crimes da Louva-a-Deus, da Netflix?
- Ko Hyun-jung
- Jang Dong-yoon
- Cho Seong-ha
- EL
- Kim Bo-ra
- Han Dong-hee
- Kim Min-ho