‘Um Amor Feito de Neve’ assume o absurdo de sua premissa sem reservas
Taynna Gripp14/11/20243 Mins de Leitura7 Visualizações
Compartilhe
Para quem acha que já viu de tudo em filmes natalinos, a Netflix traz uma proposta curiosa e, por que não, provocante com o filme “Um Amor Feito de Neve” (Hot Frosty).
A comédia romântica, estrelada por Lacey Chabert e Dustin Milligan, transforma o clássico Homem de Neve em uma figura musculosa e encantadora, pronta para derreter mais que corações.
Em um cenário idílico de pequenas cidades encantadas pelo Natal, “Um Amor Feito de Neve” propõe um romance leve e sem pretensão, apostando em clichês e momentos cômicos para entreter quem estiver disposto a suspender a descrença e mergulhar no espírito da época.
A história começa com Kathy (Chabert), uma viúva solitária que administra um simpático café em Hope Springs, uma cidadezinha de cartão-postal onde o Natal é quase uma religião.
Após receber um cachecol mágico de uma amiga, Kathy resolve colocar o adereço em um boneco de neve moldado com músculos e um rosto simpático. E é assim que Jack (Milligan), um homem de neve meio ingênuo, ganha vida.
Confuso, mas determinado, Jack rapidamente desenvolve um carinho por Kathy, criando uma conexão mágica com a mulher que lhe deu vida. Porém, a peculiaridade de Jack atrai a atenção da cidade, e especialmente do xerife local (Craig Robinson), que está determinado a descobrir quem é esse “estranho de tronco nu” vagando pelas ruas.
“Um Amor Feito de Neve” é o que muitos chamariam de uma “comédia romântica de fórmula”, mas com um toque absurdo que torna a experiência inesperadamente apaixonante. A química entre Lacey Chabert e Dustin Milligan funciona bem, agregando charme a um enredo que desafia a lógica com desenvoltura.
Jack é um personagem carismático, mas infantil, quase inocente, o que traz uma camada de humor às suas interações. A falta de experiência social de Jack o coloca em situações engraçadas, desde lidar com a paixão até o simples ato de aprender a cozinhar.
Absurdos conscientes
O filme é autoconsciente em relação ao seu absurdo, o que o torna divertido de assistir. As piadas sobre o aspecto físico do “homem de neve” são feitas com moderação e sem exageros, criando um tom leve e descontraído.
Milligan, conhecido por seu papel na série Schitt’s Creek, entrega um Jack ingênuo e bobo, quase um “filhote de cachorro humano”, que acaba conquistando a simpatia do público. Do lado de Kathy, Chabert se mantém fiel à sua imagem de protagonista natalina, com uma atuação que equilibra inocência e sagacidade.
Entre exageros e momentos tocantes
Mesmo com personagens exagerados, como o xerife obsessivo em prender Jack, o filme encontra momentos genuínos de afeto, em que a solidão de Kathy e a vulnerabilidade de Jack são exploradas de forma tocante.
Embora essas cenas tragam um pouco de profundidade, “Um Amor Feito de Neve” jamais se leva a sério o suficiente para realmente comover – e nem pretende.
“Um Amor Feito de Neve” é uma diversão passageira, uma comédia romântica que assume o absurdo de sua premissa sem reservas. É ideal para quem deseja assistir a algo leve e despretensioso nesta temporada de festas, aceitando a magia do Natal e suspendendo a lógica por um tempo.
Com uma estética charmosa, diálogos espirituosos e um toque de romance, o filme entrega exatamente o que promete: uma aventura natalina cheia de carinho e momentos risíveis.
Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.