Confira a crítica da série "A Garota Roubada", suspense dramático britânico de 2025 disponível para assistir no Disney+.
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‘A Garota Roubada’: thriller do Disney+ desafia sua empatia

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Em meio a um catálogo saturado por thrillers genéricos sobre desaparecimentos, “A Garota Roubada”, série britânica disponível no Disney+, entrega mais do que um suspense de cinco episódios: oferece uma reflexão inquietante sobre confiança, culpa e os limites da maternidade.

Dirigida por Eva Husson e adaptada por Catherine Moulton a partir do romance Playdate, de Alex Dahl, a produção combina uma atmosfera tensa com uma narrativa psicológica que desafia o espectador a enxergar para além das aparências.

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Sinopse da série A Garota Roubada (2025)

A trama gira em torno de Elisa Blix (Denise Gough), uma comissária de bordo e mãe dedicada que vive uma rotina aparentemente estável ao lado do marido Fred (Jim Sturgess) e de seus dois filhos. A estabilidade, no entanto, desmorona quando sua filha Lucia desaparece após uma festa do pijama na casa da nova amiguinha Josie.

Ao retornar para buscá-la, Elisa descobre que o imóvel era apenas um aluguel temporário, e que Rebecca (Holliday Grainger), suposta mãe da nova amiga, desapareceu junto com as duas meninas.

O que se segue é uma intensa caçada internacional que mistura pistas falsas, flashbacks reveladores e personagens ambíguos, tudo costurado por uma sensação constante de dúvida e paranoia.

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Crítica de A Garota Roubada, do Disney+

O roteiro de “A Garota Roubada” foge da estrutura policial convencional do “quem fez” e mergulha fundo no “por que foi feito”. Ao escolher uma narrativa que alterna entre presente e passado, a diretora Eva Husson entrega informações ao espectador em doses precisas, estimulando o suspense sem recorrer ao didatismo.

Essa abordagem, embora arriscada, funciona graças à construção emocional sólida de seus personagens. Elisa não é apenas uma mãe desesperada; ela é uma mulher em constante embate entre instinto e racionalidade, cuja vulnerabilidade nunca escorrega para o melodrama.

Personagens femininas complexas e interpretações memoráveis

O elenco feminino é, sem dúvida, o grande trunfo da série. Denise Gough entrega uma atuação visceral como Elisa, evitando os estereótipos da “mãe mártir” e dando à personagem camadas de ambiguidade e força.

Holliday Grainger rouba a cena como Rebecca, uma figura enigmática que se recusa a ser reduzida a rótulos como “vilã” ou “louca”. Sua performance caminha no fio da navalha entre fragilidade e ameaça, deixando o público em constante estado de alerta.

Ambika Mod também merece destaque como a jornalista Selma Desai. Cínica e intuitiva, sua personagem dá um respiro de humor ácido em meio à tensão e serve como catalisadora de revelações importantes, ainda que suas “sacadas” quase sobrenaturais exijam certa suspensão de descrença.

Estética, ritmo e atmosferas contrastantes

Visualmente, a série encanta ao contrastar os tons cinzentos de Londres com os campos solarengos da França, aproveitando cenários reais para intensificar o suspense. A fotografia e a direção de arte colaboram para criar uma sensação de deslocamento e inquietude constante — como se nada, nem ninguém, fosse realmente confiável.

O ritmo, sempre acelerado, torna a minissérie ideal para maratonas. Os cliffhangers ao final de cada episódio são eficientes e fazem jus ao gênero. No entanto, essa agilidade também sacrifica o aprofundamento de alguns temas, como a exposição da dor familiar nas redes sociais ou a maneira como a sociedade julga mais duramente as ações das mães do que dos pais. São questões instigantes, mas tratadas apenas de forma superficial.

Clichês reconhecíveis, mas bem executados

Sim, há elementos que remetem a outros thrillers: revelações bombásticas, pistas falsas, personagens com passados sombrios. Mas a diferença está na forma como “A Garota Roubada” conduz esses clichês — com inteligência, ritmo e respeito pela inteligência do espectador.

Mesmo quando a trama parece flertar com o absurdo (como uma repórter com poderes quase premonitórios), a série nunca se perde totalmente, mantendo a tensão e a curiosidade vivas até o último minuto.

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Conclusão

“A Garota Roubada” não reinventa o gênero, mas entrega um thriller psicológico de qualidade, com atuações fortes, direção elegante e uma história que provoca tanto medo quanto reflexão. Ao explorar os limites entre empatia e julgamento, verdade e manipulação, a série faz mais do que entreter: convida o espectador a repensar até onde iria para proteger quem ama — e o que está disposto a ignorar no processo.

Para quem busca uma minissérie instigante, emocionalmente carregada e com reviravoltas eficazes, “A Garota Roubada” é uma excelente escolha. Não espere respostas fáceis — e talvez por isso mesmo ela funcione tão bem.

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Onde assistir à série A Garota Roubada?

A série está disponível para assistir no Disney+.

Trailer de A Garota Roubada (2025)

Elenco de A Garota Roubada, do Disney+

  • Denise Gough
  • Holliday Grainger
  • Robyn Betteridge
  • Jim Sturgess
  • Michael Workeye
  • Ambika Mod
  • Bronagh Waugh
  • Beatrice Campbell

Ficha técnica da série A Garota Roubada

  • Título original: The Stolen Girl
  • Gênero: drama, suspense
  • País: Reino Unido
  • Temporada: 1
  • Episódios: 5
  • Classificação: 16 anos
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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