Crítica do filme A Seita, com Eric Bana, da HBO Max (2025) - Flixlândia (1)

‘A Seita’ é um ritual sem sentido

Filme é estrelado por Eric Bana e Sadie Sink

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Em meio a uma enxurrada de thrillers psicológicos que buscam explorar as complexidades da mente humana, “A Seita” (2025), o segundo filme de Jordan Scott, surge com uma premissa promissora. Baseado no romance “Tokyo”, de Nicholas Hogg, e com um elenco de peso liderado por Eric Bana e Sadie Sink, o longa-metragem promete mergulhar nas dinâmicas de um culto sinistro e sua conexão com a pesquisa de um professor universitário.

No entanto, o que se apresenta é uma obra que, embora visualmente bem produzida, peca por uma execução narrativa confusa e um roteiro superficial, falhando em desenvolver suas ideias de forma satisfatória.

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Sinopse

O filme acompanha o professor universitário Ben Monroe (Eric Bana), um psicólogo social especializado em “a ciência da solidão”, que se muda para Berlim para lecionar e trabalhar em um novo livro sobre o “poder do pensamento de grupo”. Em meio a um processo de separação de sua esposa, ele recebe a visita de sua filha adolescente, Mazzy (Sadie Sink), enviada para passar o verão com ele como “castigo”.

O que parecia uma oportunidade para reconectar a família se transforma em um pesadelo quando Mazzy, em busca de aceitação, se envolve com um jovem carismático chamado Martin (Jonas Dassler) e, consequentemente, com um culto apocalíptico liderado pela enigmática Hilma (Sophie Rois).

Paralelamente, Ben, com a ajuda de uma policial investigadora, Nina (Sylvia Hoeks), começa a desvendar uma série de suicídios rituais que parecem estar conectados ao mesmo grupo. O destino de pai e filha se entrelaça em uma corrida contra o tempo, enquanto ambos são arrastados para uma perigosa teia de fanatismo e traição.

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Crítica

A maior decepção de “A Seita” reside na sua incapacidade de aprofundar os temas que se propõe a abordar. O filme menciona o “poder do pensamento de grupo”, o “medo do apocalipse climático” e o apelo dos cultos a indivíduos vulneráveis, mas não explora nenhuma dessas ideias com a seriedade que merecem.

O roteiro, que já mostra indícios de ser uma adaptação que não se traduz bem para o cinema, apresenta personagens que lançam frases pseudo-sociológicas e profecias do fim do mundo, mas isso não enriquece a nossa compreensão sobre a seita ou a psicologia de seus membros. Em vez de uma análise aprofundada, somos apresentados a uma série de clichês que poderiam pertencer a qualquer drama processual de TV.

O filme chega a ser irresponsável na forma como trata a temática ambiental. A preocupação com o meio ambiente e com o destino do planeta, uma questão global séria, é transformada em uma “histeria climática” digna de culto, beirando o ridículo.

Essa abordagem não apenas banaliza a gravidade do problema, mas também sugere que a consciência ambiental é uma preocupação de “pessoas ingênuas”, que facilmente caem em bobagens, o que é um desserviço à discussão.

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Cena do filme A Seita, com Eric Bana, da HBO Max (2025) - Flixlândia
Foto: Divulgação

Personagens e atuações desconectadas

Apesar do talento de seu elenco, o filme falha em criar personagens que gerem empatia no público. Eric Bana, no papel do protagonista, não consegue tornar Ben Monroe um personagem compelente. Ele é um psicólogo social que parece incapaz de ler as pessoas ao seu redor, o que é irônico e frustrante.

Mazzy, interpretada por Sadie Sink, tem potencial para ser uma personagem forte e rebelde, mas seu desenvolvimento é tão apressado que sua jornada para o fanatismo parece mais uma conveniência do roteiro do que uma progressão natural.

Da mesma forma, os vilões carecem de profundidade e, no final, se inclinam para a caricatura. Hilma, a líder da seita, interpretada por Sophie Rois, é a única que consegue transparecer uma sensação de fanatismo, mas mesmo assim, seu personagem é mal desenvolvido e suas motivações são pouco convincentes.

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Ritmo e falhas de roteiro

O ritmo de “A Seita” é inconstante. Os dois primeiros terços do filme são monótonos e previsíveis, com uma narrativa que não oferece nada de novo ao espectador. A tensão, mesmo em situações de perigo, simplesmente não se materializa. O filme então dá uma guinada brusca no terceiro ato, trocando o tédio pela “loucura total”, com reviravoltas que desafiam a lógica e a paciência do público.

Essa mudança de tom, que em teoria deveria injetar energia na trama, apenas irrita, jogando fora qualquer investimento emocional que o espectador tenha feito na história. A tentativa de misturar a investigação de Ben com o envolvimento de Mazzy no culto é tão cheia de conveniências e de falta de seriedade que o filme acaba se autodestruindo.

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Conclusão

“A Seita” é um thriller que, apesar de uma estética polida e uma premissa interessante, se perde em um roteiro confuso e superficial. A direção de Jordan Scott, embora visualmente competente, não consegue compensar a falta de substância da história. O filme falha em ser um suspense eficaz e também em explorar de forma aprofundada as ideias que apresenta.

É uma obra que, no final das contas, dificilmente será lembrada por muito tempo. Além disso, serve como um triste exemplo de como um tema promissor pode ser desperdiçado em uma execução descuidada e irresponsável.

Onde assistir ao filme A Seita?

O filme está disponível para assistir na HBO Max.

Assista ao trailer de A Seita (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de A Seita, da HBO Max?

  • Eric Bana
  • Sadie Sink
  • Sylvia Hoeks
  • Jonas Dassler
  • Sophie Rois
  • Stephan Kampwirth
  • Justine del Corte
  • Joone Dankou
  • Lara Feith
  • Sira-Anna Faal
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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